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Jovens juiz-foranos são convocados para período de treinos da CBV

convocados volei de praia by felipe couri
Dupla tem evoluído sob os olhares e treinos do técnico Mandela (Foto: Felipe Couri)
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No vôlei de quadra, a experiência de disputar importantes competições pela Seleção Brasileira foi sentida por jogadores como Giovane Gávio, natural de Juiz de Fora e André Nascimento, juiz-forano de coração, ambos campeões olímpicos em Atenas, em 2004. Mais recentemente, Felipe Roque é o exemplo a ser seguido: aos 22 anos, o oposto – cria do Clube Bom Pastor, assim como seus antecessores -, tem sido convocado pelo treinador Renan Dal Zotto e integra o selecionado canário na disputa da Copa do Mundo. Agora, os adolescentes Gabriel Spinelli e Ralwan Castro vivem a experiência dos primeiros chamamentos para o esquadrão brasileiro, mas no vôlei de praia. Após terem seus nomes na convocação divulgada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) no final de setembro, os jovens atletas participarão de um período de treinamentos em Saquarema (RJ) entre os dias 6 e 13 de outubro.

A convocação veio após uma série de seletivas realizadas em diversas cidades do Brasil. Uma delas aconteceu em Belo Horizonte (MG), onde os atletas do Clube Bom Pastor foram observados de perto por profissionais da CBV, e foram para a lista final de 16 jogadores de todo o país, selecionados para a experiência de oito dias no Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV) na cidade fluminense. A convocação coloca os atletas, que têm históricos predominantemente no vôlei de quadra, no radar da confederação para as próximas olimpíadas (após a de Tóquio, em 2022), mas para jogar na areia, inicialmente.

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A evolução

Como a maioria dos meninos brasileiros, Ralwan Castro preferia controlar a bola com os pés. Ele jogava futebol quando foi, há três anos, descoberto pelo treinador do Clube Bom Pastor, Marcos Vinícius Ribeiro, o Mandela. “Eu faço visitas em todas as escolas da cidade procurando potencial no esporte. O Ralwan e o Gabriel foram dois deles”, conta o técnico, que é ex-jogador de vôlei de quadra, mas teve formação como treinador na areia, onde chegou a trabalhar nas escolinhas da CBV, no Rio de Janeiro.

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Ralwan, à esquerda, e Gabriel têm se destacado no vôlei  (Foto: Felipe Couri)

Após trabalhar com os astros brasileiros Tande e Adriana Samuel, ambos medalhistas olímpicos no vôlei, descobrir diamantes brutos nas quadras de escolas se tornou a profissão de Mandela, assim como ensinar fundamentos básicos do esporte a jovens aspirantes a atletas. “Entrei na escolinha do clube sem saber dar uma manchete e, ao longo desses anos, fui me superando a cada treino, me dedicando muito”, conta Gabriel, hoje prestes a completar 16 anos – o garoto faz aniversário no próximo dia 27. “Os treinamentos do Mandela são excelentes, ele tem uma relação muito boa com os jogadores”, completou Ralwan, que já tem 16 anos. O garotos possuem vagas gratuitas como sócio-atletas no Clube Bom Pastor.

Após anos de treinamentos, a intimidade com o voleibol é grande a ponto de transitarem pela quadra e pela areia com desenvoltura. No início de 2019, Gabriel foi vice-campeão do Brasileiro de Seleções defendendo o esquadrão de Minas Gerais do vôlei de quadra. A capacidade com as mãos foi aprimorada com os cinco treinamentos semanais, de segunda a sexta, sendo dois na quadra de areia do Clube Bom Pastor. “Na areia você tem que fazer a função de três pessoas, se comparada à quadra, porque são dois jogadores e ambos devem saber levantar, atacar e defender, sem posição específica. Mesmo com essas diferenças, peguei rápido as táticas e regras do vôlei de praia e sinto que o conhecimento desta modalidade só irá agregar”, afirma Gabriel.

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A convocação para o período de treinamentos na estrutura de ponta do CDV de Saquarema é a culminância de três anos de preparação, resultando em uma experiência valiosa para os garotos, segundo Mandela. “Os meninos vão ganhar experiência, maturidade e vão conhecer outras vertentes de um esporte que eles jogam principalmente na quadra. Para eles, será um grande laboratório de vida”, projeta o treinador. De acordo com Mandela, os atletas são os primeiros de Juiz de Fora, cidade tradicional no cenário da quadra, a serem chamados em uma convocatória da CBV para o vôlei de areia.

Jogadores potentes e altos

A altura das estrelas juiz-foranas impressiona: Ralwan tem 1,98m e Gabriel é ainda dois centímetros mais alto. Tal característica física é um potencializador da principal virtude dos meninos, segundo Mandela: a potência nos ataques. “Eles têm muita força e são diversificados, jogadores que não jogam em apenas uma posição, e são jogadores assim que estão em evidência. A expectativa do Bom Pastor com eles é enorme”, pontua o treinador, que é complementado pelo Diretor de Vôlei da agremiação, Gustavo Micherif. “É bom saber que está dando frutos [o trabalho]. A intenção do Clube Bom Pastor é ser formador”.

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Clube planeja iniciar projeto de vôlei de praia

Apesar de ter uma quadra de vôlei de praia nas medidas oficiais da CBV – “uma das melhores quadras de areia da cidade”, nas palavras do Diretor de Vôlei -, o Clube Bom Pastor ainda não tem um projeto dedicado exclusivamente à modalidade, se valendo da estrutura para treinamentos pontuais, como os casos de Ralwan e Gabriel.

Agora, a agremiação trabalha pela implementação de um trabalho específico para a areia, o que, segundo Micherif, deverá trazer mais jovens atletas para o clube. “O intuito é abrir mais vagas. O Clube está sempre apto para novos talentos. Se surgir alguém com talento, como o Gabriel e o Ralwan, nós estamos sempre de portas abertas”.

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