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Há sete anos no Grêmio, juiz-forano tem contrato profissional e quer título brasileiro

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Adeilson Júnior é juiz-forano do Bairro Cidade Nova, Zona Sul (Foto: Fernando Priamo)
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Ainda aos 10 anos, Adeilson Santana Soares Júnior já havia atuado no futsal do Tupi e, depois, no projeto Bom de Bola do Linhares e no Sport Club JF. E ainda nessa idade, ele não apenas despertava o interesse de gigantes do futebol brasileiro, como deixou o Bairro Cidade Nova já com o sonho de construir uma carreira como jogador. O destino era o Sul do país. Apesar de ser observado pelo São Paulo, o Imortal foi o destino escolhido. E a confiança no talento do garoto era tamanha que o período de testes já tinha, conforme relato do pai, Adeilson Santana, uma definição antes mesmo de ser iniciado.

“Ele já foi pra lá ‘passado’, como se costuma dizer. Gostaram tanto dele, que falaram que ia pra lá para jogar mesmo. Ele estava no Sport, e o pessoal do São Paulo, na época, também estava olhando. Mas o Grêmio queria para aquele momento, enquanto o São Paulo estava ainda em fase de monitoramento. Aí preferimos o Grêmio”, recorda o pai, ex-jogador, empresário e uma das principais influências do jovem.

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De lá pra cá, Adeilson Júnior deixou de ser atacante, passou para o meio-campo, como primeiro volante, e teve o poderio técnico e físico, bem como o conhecimento tático lapidados. “Tenho um bom passe, uma boa visão de jogo e inteligência. Evolui bastante no futebol e como pessoa também, desde quando cheguei no Grêmio. Tem me ajudado muito”, conta o jovem que completou 17 anos no dia 17 de janeiro. Apesar das férias do Grêmio, ele seguiu realizando treinos em Juiz de Fora, com professor de confiança Rodrigo Santos, no Soccer Aeroball, do Bairro Aeroporto. “Na realidade não são férias, estou aqui como trabalho mesmo. Futebol é um trabalho para mim e você não pode descansar, porque a cada momento todo mundo quer o seu lugar. Venho treinar aqui para me recondicionar fisicamente”, corrige o atleta, já dando mostras da personalidade.

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E se percebe no olhar de Adeilson Júnior, seja para a bola ou até mesmo durante a entrevista, que o garoto é tomado pela motivação. Um dos fatores que contribuíram para isto, como consequência do trabalho realizado, foi a assinatura do primeiro contrato profissional, ocorrida em agosto do ano passado, quando ele ainda tinha apenas 16 anos. O vínculo até o final de julho de 2024 contempla ainda uma multa rescisória de 30 milhões de euros. “Foi uma responsabilidade muito grande assinar o contrato profissional com o Grêmio, mas graças a Deus estou sabendo lidar bem com isso. E é uma responsabilidade muito grande jogar no clube. Lá a gente aprende, desde pequeno, a cumprir com as obrigações pessoais e saber lidar com essa pressão, então estou encarando tudo tranquilamente”, conta Adeilson Júnior.

Em Juiz de Fora, jovem mantém a forma física com treinamentos em campo society (Foto: Fernando Priamo)

Brasileirão, Copinha e Iniesta

O aprendizado de Adeilson Júnior também ocorreu nos últimos anos ao olhar para cima, no time principal gremista. Apesar do rebaixamento no ano passado, o Tricolor revelou diversos jogadores e construiu times avaliados como alguns dos melhores do país, tendo sido até campeão da Libertadores em 2017, dois anos após sua chegada. “São referências e aprendi muito vendo eles também”, conta o volante que tem como ídolo um meio-campista que marcou seu nome na história do futebol mundial. “Me inspiro muito no Iniesta. Mais pela técnica e a inteligência de jogar que ele tinha”, observa Adeilson Júnior.

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Para a temporada, o jovem já controlou a vontade de estar em campo durante a Copinha, primeira grande competição de base do ano, disputada no último mês. “Dá uma ansiedade, a vontade de vestir a camisa do Grêmio em um campeonato como esse. Mas se Deus quiser, eu vou estar lá na Copinha no ano que vem representando o clube”, projeta.

Enquanto isso, ele tem como objetivo principal um título nacional que pode seguir valorizando seu trabalho internamente. “Tenho como prioridade ganhar o Brasileirão sub-17 com o Grêmio. Daí, se Deus quiser, e Ele vai querer, as portas podem começar a se abrir e quem sabe chego na seleção, na Europa, e posso ajudar a minha família. Mas hoje eu penso no Grêmio. Surgindo outras portas, claro que estamos preparados.”

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Blindagem familiar: “acreditamos sempre”

Adeilson Júnior é fã de Iniesta e atua como primeiro volante (Foto: Fernando Priamo)

“O que tiver que fazer por ele, nós vamos, trabalhando bastante. Acreditamos sempre.” A fala do pai do jovem gremista, Adeilson, resume o apoio que o talento juiz-forano sempre encontrou no laço familiar. “Ele tem um empresário, mas eu estou à frente de tudo. Não pode deixar subir à cabeça porque se não para de evoluir dentro de campo e perde o foco. E é por isso também que estou ali fora, para blindar ele, explicar que não é bem dessa maneira, que não é porque saíram essas notícias todas dos valores da multa, que fazem as pessoas de fora pensarem que ele já está milionário… é só uma multa, uma coisa simples. Mas legal que ele entende isso, porque tem muitos meninos lá, muitos mesmo, que chegam nessa fase e se perdem. Acham que é uma coisa, mas estão longe ainda do que desejam”, complementa o pai.

Adeilson Santana é fã número 1 do filho, não só pela relação. “Estou investindo em cima dele porque vi realmente potencial. Não é só porque sou pai, mas também joguei um pouco de bola e sei da qualidade dele. Então, quando veio a proposta do Grêmio, larguei aqui tudo também, eles gostaram muito dele. Foi aquele baque na hora, mas graças a Deus temos uma família boa, uma esposa bacana que entendeu e na outra semana já estávamos no Grêmio, que deu estrutura total pra gente.”

Momento em que Adeilson assinou contrato com o Grêmio em agosto de 2021 (Foto: Reprodução Twitter Grêmio)

Como conta o jovem jogador, sua rotina até o fim de semana é de total foco em campo e na escola. “Treino de segunda a sábado lá, às vezes tem dois turnos. Acordo, tomo café, vou para o treino e de tarde tenho a escola. Costuma ser assim. A escola e o alojamento são com o Grêmio também. Passo a semana no alojamento e o fim de semana com meu pai.”

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“Moro no Sul desde quando ele se mudou, e a estrutura do Grêmio é excelente. Moramos separados. Cada vez mais a nossa responsabilidade aumenta, principalmente a dele. Ele com 16 anos assinou contrato profissional, saiu em muitos lugares falando da multa, que tinha milhões de reais envolvidos… essas coisas que fazem, né? Mas ele é bem reservado, na dele. E agora é uma etapa diferente, porque tudo o que passou já era, o que vale é daqui pra frente. Está com contrato profissional e a qualquer momento pode estar no time principal, ser negociado. Em compensação, a pressão e a responsabilidade aumentam”, completa Adeilson pai.

 

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