“Com o coração na ponta da luva.” Desta forma o juiz-forano Felipe Silva (CM System/Pro Fight Team), 35 anos, entrará no octógono na Colômbia neste fim de semana, em estreia na Brave Combat Federation, maior organização de MMA do Oriente Médio e uma das principais do mundo. Neste sábado (7), em Bogotá, o local irá representar Juiz de Fora e o Brasil no “main event”, a luta principal do Brave, diante do dono da casa, Dumar Roa, em duelo de pesos leves.
A caminhada de Felipe Silva até esta luta foi marcada por novidades em sua carreira. Primeiro, o atleta realizou a escolha de deixar o UFC, mais popular organização das artes marciais mistas do mundo, para assinar com o Brave.
“Essa mudança foi uma coisa minha. Primeiramente pensei na minha família, por ter sido feita uma oferta muito boa pra mim. Podemos dizer que é como se eu tivesse saído da Globo para a Record. Os holofotes estão todos voltados para uma emissora maior, mas quando você é muito bem valorizado em outro canal, independente da mídia, você precisa pensar primeiro em você, na família. Foi o que eu fiz. Acho que meu estilo de luta me levou até aqui, aos maiores eventos do mundo. E ser tão valorizado foi um diferencial gritante para que a troca acontecesse”, explica à Tribuna.
Um dos maiores nomes do muay thai de todo o mundo entre os atletas de MMA, o juiz-forano ainda foi pego de surpresa durante a sua preparação para a luta. Inicialmente, ela iria ocorrer contra o georgiano Guram Kutateladze. Contudo, com uma lesão, o adversário de Felipe Silva foi obrigado a desistir há cerca de duas semanas. Logo, o anfitrião Dumar Roa foi convidado para ser o substituto. A estratégia de luta, apesar disso, pouco foi alterada por Silva, dono de uma trocação intensa em seu histórico, de cartel profissional de oito vitórias e somente duas derrotas.
A tendência de confronto com elevado nível técnico também é projetada pelo atleta ao comparar a qualidade das lutas do UFC com as do Brave. “Hoje o MMA cresceu muito, o esporte está muito avançado, e o nível, cada vez mais parelho entre os atletas. Como o Brave também é uma organização a nível mundial, acredito que não vou ter tanta diferença. O evento está entre os maiores do mundo: UFC, Bellator, Brave… então é uma organização muito grande, com atletas seletos do mundo inteiro”, destaca.
‘Orgulho de carregar a bandeira da cidade’
A lembrança de sua naturalidade sempre fez parte da carreira de Felipe Silva e não seria diferente no novo desafio. Da Colômbia, ele conta que irá esperar boas energias de sua cidade natal. “Como todos sabem, sou juiz-forano, nascido e criado. Resido até hoje na cidade, minha família está aí e venho para Curitiba (PR) apenas para fazer campings e para as lutas. Tenho muito orgulho de carregar a bandeira da cidade comigo, levando-a sempre para todos os cantos do mundo. E não vai ser diferente dessa vez. Conto com a torcida de todos vocês, é um pedido de coração, que todos me apoiem, independente de outros trabalhos, equipes paralelas à nossa. Acredito que o meu trabalho pode estar abrindo portas para outras pessoas, colocando Juiz de Fora no cenário do MMA mundial. Peço a torcida de todos os juiz-foranos, podem ter certeza de que vou estar com o coração na ponta da luva.”