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Juiz-forano filho de ex-Tupi comemora acerto com o Atlético por três anos

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Wesley se destacou pelo Atlético no último Estadual sub-20 e na Copinha (Foto: Pedro Souza/Atlético)
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“Todos os jogadores passam por dificuldades, não vou mentir. São elas que fazem você desanimar ou subir. Mas se você se superar no futebol, pode tirar sua família da vida ruim, te ajudar financeiramente. O futebol me tirou da rua, onde antigamente eu ficava muito. Me fez viajar para jogar em outros times, sempre me ajudou. Já fiz testes no Cruzeiro, América, fiquei no Volta Redonda e no São Caetano, mas tive que pedir pra ir embora desse último porque tive uma filha e voltei pra casa. Ela chama Maria Cecília, está com oito meses. Está com toda a família morando no Bela Aurora. É uma inspiração, claro, e tenho que trabalhar todos os dias forte pela minha filha.” Por este relato de Wesley Hudson da Silva à Tribuna, de abril de 2019, quando se preparava para estrear no Mineiro sub-20 pelo Tupi, é possível testemunhar a pequena fração da ascendente caminhada do jovem no mundo da bola. Menos de um ano depois, o jogador juiz-forano curte as férias com a família após acabar de assinar contrato de três anos com o Atlético.

Aos 19 anos, o meio-campista se destacou em poucos jogos daquele Estadual e acabou sendo emprestado ao Galo de Belo Horizonte. Após ser titular nesta competição e também na Copa São Paulo de Futebol Júnior, já em 2020, o promissor atleta do Bairro Bela Aurora, na Zona Sul de Juiz de Fora, acertou sua transferência em definitivo para o Alvinegro da capital em contrato, conforme o próprio, de três temporadas.

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“É uma grande emoção, uma felicidade inexplicável! Isso representa tudo na minha carreira, poder fechar com um time que é gigante no futebol”, conta Wesley com exclusividade à Tribuna. O meia foi, inclusive, elogiado, ainda no ano passado, pelo maior artilheiro da história do Galo de BH, Reinaldo, atual observador técnico das categorias de base do clube.

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Wesley comemora gol marcado na Copinha (Foto: Pedro Souza/Atlético)

Até chegar ao Atlético, além dos testes mencionados pelo atleta, ele defendeu tradicionais equipes juiz-foranas no processo de formação. “Eu jogava futsal no Marianinho, lá no Manoel Honório, e de lá fui para o Sport Club. Ainda passei pelo Baeta e no Bonsucesso até ir para o Tupi”, recorda. O atleta se reapresenta na Cidade do Galo no próximo dia 17 com um objetivo claro após a assinatura do novo contrato. “Sigo no sub-20, até com a oportunidade de ir para o sub-23, mas vou trabalhar para chegar no time profissional, se Deus quiser!”, revela.

Wesley entre os pais, Zé Luiz e Rosa Amaro, no campo do Tupi, em Santa Terezinha (Foto: Arquivo pessoal)

Inspiração familiar

O talento de Wesley é herança de família. O jovem juiz-forano é filho de Rosa Amaro e de José Luiz Thomaz da Silva, este mais conhecido como Zé Luiz, lateral-esquerdo do Tupi da década de 1970. “Já vi meu pai brincar depois que saiu do futebol profissional, mas os amigos dele sempre me param na rua e falam que se eu jogar metade do que ele jogou, estou feito”, conta Wesley, inspirado no laço familiar.”Minha família é a minha maior motivação. Não só no futebol, mas fora de campo também, a ser quem eu sou, um menino feliz e humilde. Isso é tudo graças a eles!”

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A gratidão do atleta de meio-campo certamente pode ser comparada à alegria de Zé Luiz ao falar de seu filho. “Sempre acompanhei o Wesley no futebol. Sabia que ele tinha potencial para ser um jogador. Eu e a minha esposa estamos muito felizes por ele fazer um grande trabalho no Atlético. Representa muito para nós e estamos orgulhosos. Que ele cresça cada vez mais”, relata o pai.

Zé Luiz busca acompanhar de perto o filho, mesmo atuando em BH (Foto: Arquivo pessoal)

Tupi tinha 20% dos direitos econômicos

Conforme o presidente do Tupi, José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, o Tupi tinha 20% dos direitos de Wesley na transação. Os outros 80%, segundo o mandatário, seriam do empresário André Luiz, pela parceria firmada com o clube ainda na gestão anterior. Perguntado sobre os valores envolvidos na negociação, Juninho afirmou que seria “muito pouco dinheiro” e que não poderia revelar os números sem o aval de André Luiz. A Tribuna tentou contato com o ex-atleta e consultor de futebol do clube por telefone, sem sucesso.

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Como o Módulo 2 do Campeonato Mineiro obriga que as equipes sejam formadas por maioria de nomes sub-24, o Tupi já estuda, segundo Juninho, uma forma de proteção para que os atletas não deixem o clube sem custos, como foi o caso do meia Max, que acertou com o sub-20 do Flamengo na semana passada.

“A primeira proteção é o próprio contrato que eles têm. A partir disso, se viabilizarmos o CT, buscaremos prolongar esses vínculos para não saírem. Existe sempre uma multa rescisória, mas é o menos importante. O problema é que os contratos para o Módulo 2 são muito curtos, então teríamos que estender e estudar algumas formas de resolver essa situação, emprestando eles sem onerar o Tupi, por exemplo.”

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