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Crossfit competitivo se consolida com o crescimento da modalidade

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(Foto: Leonardo Costa)

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“É preciso foco e determinação”, define Max Alexandre (Foto: Leonardo Costa)
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“Atletas de elite e nossos avós têm a mesma necessidade, o que muda é o grau de exigência”. É assim que a coach nível 1 de crossfit, Iara Alves, responde quando questionada se o esporte pode ser feito por todos. Segundo ela, das crianças aos mais idosos, as pessoas, de forma geral, precisam executar movimentos simples como, por exemplo, agachar. A prática do crossfit reúne ações do cotidiano, como sentar em uma cadeira, até outras mais complexas, como ter uma boa performance em competições.

Segundo pesquisa da Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, o número de academias de crossfit cresceu 5.900% entre 2013 e 2019 no país. O aumento é visível também em Juiz de Fora, principalmente após a pandemia – tanto no número de praticantes e “boxes”, como são chamados os locais de treinamento; quanto na quantidade de torneios da modalidade.

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Crossfit competitivo

Há três tipos de modalidade no crossfit. O endurance é baseado em treino com longa duração e cargas baixas com elevado gasto calórico, como corrida e pedalada. Já os outros movimentos são, por exemplo, de ginástica artística, barras fixas, argolas e solo. Há, ainda, o levantamento de peso olímpico (LPO). Além dos três tipos clássicos, existem também movimentos com dumbbell e kettlebell.

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Nas competições, são diversos os tipos de provas. Em um deles, os atletas têm dez minutos para executarem o maior número de repetições possíveis de um determinado movimento ou sequência, sendo vencedor quem alcançar o máximo de movimentos corretos. Em outro, há uma tarefa para cumprir, vencendo quem fizer, por exemplo, cinco rodadas de quatro movimentos pré-determinados no menor tempo possível. Por fim, são comuns também provas baseadas no levantamento da maior carga de peso possível em uma ou mais repetições. “Os campeonatos são o espetáculo do crossfit, quando o atleta coloca todo seu condicionamento físico e habilidade em jogo”, define Iara Alves, educadora física que trabalha no Crossfit Juiz de Fora, no Bairro Alto dos Passos, Zona Sul.

Cenário da modalidade em JF

Os locais de treinamento na cidade, nos últimos anos, aumentaram exponencialmente. Mas, conforme explica Iara, é importante ressaltar um detalhe que poucas pessoas possuem conhecimento. “São muitos locais de crosstraining, mas só três em Juiz de Fora que possuem o selo Crossfit. Ele é vendido por uma empresa que definiu a metodologia mais aceita, e, nela, os professores precisam se especializar na modalidade”.

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Em suas aulas, a professora tenta ser didática para os diversos tipos de público que atende – crianças de 12 anos até idosos de 65. “O crossfit é adaptável e maleável. Te prepara para o imprevisível, te dá condições de executar tarefas imediatas em necessidades que podem aparecer de última hora. Traz muitos benefícios, como condicionamento físico e metabólico. Mas precisa de um profissional, para ver a necessidade de cada aluno, adaptar a aula e dar um atendimento pessoal”, analisa. As aulas, geralmente, possuem limites de 18 a 25 alunos, a depender do tamanho do box.

Como alguns movimentos são considerados pesados, há a crença popular que “crossfit machuca”. De acordo com a fisioterapeuta Maiara Teixeira, no entanto, tudo depende da maneira como se pratica o esporte. “Em todo o esporte, é necessário aquecimento, mobilidade, e fortalecimento específico, que ajudam na prevenção de lesões. Se for feito de maneira errada. Assim como no futebol, handebol, e musculação, só machuca se não fizer do jeito correto”, reforça. 

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“Uma família”

Ana Luiza disputou o Campeonato Carioca da modalidade (Foto: Leonardo Costa)

A estudante de odontologia Ana Luiza Leonel pratica crossfit há um ano. Ela conta que começou em busca de melhores qualidade de vida e estética, mas ganhou amigos que leva para a vida. “Passo boa parte do meu dia no treino. O esporte faz bem para a minha saúde mental. Aqui, consigo recarregar minhas energias, é um tempo para mim, desligo de tudo. Às vezes tive um dia estressante na faculdade, mas consigo esquecer, com o apoio dessa família que ganhei”.

Neste ano, Ana Luiza participou do Interbox, uma competição interna para os alunos, e do Campeonato Carioca, no Rio de Janeiro. “Fiquei fascinada, foi uma adrenalina muito boa, a sensação de se superar é a melhor. Senti pessoas vibrando por mim, quando conseguia fazer um movimento que tinha dificuldade ou levantava uma carga maior, as pessoas vibram com você”, elogia. 

Antes, ela tentou praticar artes marciais e musculação, mas acabou parando em alguns meses. “Aqui, por ser em grupo, faz a gente ter mais força de vontade. Todos tinham que fazer uma aula experimental, ver como é. Quem entra, não sai. Todas as amigas que eu já trouxe para o crossfit, chegam desanimadas e depois estão aqui todos os dias, é muito contagiante”, relata.

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“Modalidade dinâmica”

Já Max Alexandre, de 53 anos, pratica atividades físicas desde a adolescência. Em 2016, por se sentir estagnado na musculação, decidiu se arriscar em uma modalidade nova. Ele afirma que se sentiu bem já no primeiro treino e, hoje, treina seis vezes na semana. “A modalidade é dinâmica, os treinos são variados, você não enjoa. O clima é agradável, uma maneira que tenho de ocupar meu tempo com uma boa atividade. Por causa dos treinos, busco ter uma alimentação melhor e qualidade de sono”, diz.

Na pandemia, em 2020, ele participou do Desafio Master Brasil, uma competição on-line para incentivar as pessoas a se movimentarem. No ano seguinte, concorreu de novo, e, dessa vez, com pessoas de todo o Brasil, foi campeão. Ele disputou também o TCB, a maior competição de modalidade do país. Seu intuito é praticar o crossfit por muitos mais anos. “É preciso foco e determinação. Enquanto tiver saúde, vou continuar”.

*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva

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