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Da proibição ao pódio olímpico, evento traça trajetória política do skate no Brasil

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Com as recentes medalhas conquistadas em Tóquio por skatistas brasileiros, a discussão acerca do incentivo à prática desse esporte tem entrado em foco. Estreando como modalidade olímpica em 2021, a história política do skate, com sua proibição em 1988, até o crescimento nos dias atuais, é tema do evento do Laboratório de História Política e Social (Lahps) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O debate acontece nesta quarta-feira (4), às 16h, no canal do Lahps no Youtube, e os interessados podem se inscrever de forma gratuita no site Even3.

Quem irá conduzir a palestra será o professor de história da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Leonardo Brandão. O docente é autor de várias produções ligadas à história do skate no Brasil, como o livro “Para além do esporte: uma história do skate no Brasil”. De acordo com ele, é importante conhecer a história política do skate em um momento em que o esporte volta aos holofotes após as duas medalhas de prata conquistadas pelo país na modalidade Skate Street nas Olimpíadas de Tóquio.

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Os atletas Kelvin Hoefler, na categoria masculina, e Rayssa Leal, de apenas 13 anos, na feminina, subiram ao pódio nas últimas semanas e trouxeram uma grande visibilidade ao esporte que chegou a ser proibido em algumas cidades.

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Rayssa Leal conquistou a medalha de prata na categoria do skate street feminino(Foto: Breno Barros/rededoesporte.gov.br)

“Esta atividade, hoje celebrada nas Olimpíadas, apresenta um passado envolto a proibições por todo o território nacional. A mais conhecida foi decretada pelo então prefeito de São Paulo, Jânio Quadros, em 1988. Mas foi vetada também em várias outras cidades, como Blumenau, no Vale do Itajaí (SC), por quase dez anos”, afirma Brandão.

O professor ainda diz que a inclusão do skate como esporte olímpico é uma vitória para o Brasil em diversos aspectos, não apenas com a conquista das medalhas, mas como um incentivo para jovens no país todo e o aumento de políticas públicas na área. “O impacto da entrada do skate nas Olimpíadas pode levar a um aumento de políticas públicas em prol de seu desenvolvimento, como a inauguração de pistas públicas de skate. E, também, o aumento de sua visibilidade nos meios de comunicação e, sobretudo, em função da vitória da Rayssa Leal em Tóquio, uma participação maior das mulheres nesta atividade”, ressalta.

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Leonardo Brandão é doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pós-doutor em Estudos do Lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais (PPGIEL/UFMG). Atua nas áreas de Desenvolvimento Regional (com ênfase em pesquisas sobre cidade, comunicação e lazer) e de História Contemporânea, sobretudo, com pesquisas sobre o século XX e em temas relacionados à história urbana, do esporte e da juventude. Ele ainda escreve para o blog História(s) do Sport, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e para a revista “CemporcentoSkate”.

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