No comando técnico do Tupynambás, ainda de forma interina, Zé Luís Peixoto virou a página do Campeonato Mineiro após enfrentar os três grandes de Belo Horizonte e o Tombense. “Agora temos uma competição com equipes do nosso nível, que também vão sentir essa situação do cansaço, a parte psicológica. Uma vitória nossa e já conseguimos (sair da zona de rebaixamento). Nós mudamos, teve uma mudança, mas tem que ser daí para frente.” E é justamente nesta toada que o vice-presidente do clube, Cláudio Dias, não apenas analisa a caminhada do Leão do Poço Rico até aqui, como projeta a sequência do Estadual, com jogo já no domingo (9), às 16h, contra o Villa Nova, no Castor Cifuentes.
À Tribuna, Dias falou das derrotas para Tombense (1 a 0), Atlético (5 a 0), América (1 a 0) e Cruzeiro (4 a 2), mas reiterou a confiança na capacidade do time formado. “Acho essa equipe mais qualificada do que a de 2019. Nosso primeiro jogo foi atípico, porque perdemos com a falha do goleiro e no mesmo momento um apito da arquibancada, muito estranho, que fez o juiz demorar a validar o gol. Era um jogo para empate. O segundo, contra o Atlético, já era difícil em condições normais, aí você perde o goleiro lesionado e tem um jogador expulso no começo da partida… méritos do Atlético, que recebe, só de verba de TV, 14 vezes mais que a gente”, inicia o diretor, complementando com os dois últimos confrontos.
“O jogo do América também seria de empate, mas por uma infelicidade tomamos um gol. No de domingo, com o Cruzeiro, gostei muito do nosso primeiro tempo, é o padrão que queremos empregar. Ainda não tive como ver o segundo, mas, pelo que me disseram, o desgaste nos prejudicou. Claro que eu pensava em tirar pontos dos grandes, mas em relação a 2019 estamos apenas um ponto atrás – perdemos para os três de BH e empatamos com o Tombense. Temos que recuperar. Por um lado é ruim, porque entramos pressionados, mas por outro seguimos evoluindo e faremos grandes jogos. Agora temos o Villa, que perdeu pra nós de 5 a 1 no ano passado, e isso será levado em consideração por eles, mesmo com elencos diferentes. Será um jogo de seis pontos”, observa.
Zé Luís segue como interino
A semana e o duelo em Nova Lima também serão importantes para a definição do futuro de Zé Luís Peixoto, conforme Dias. O ex-goleiro segue como interino do clube, sem efetivação ou busca por um novo nome até, ao menos, o próximo domingo. “O Zé Luís continua como interino. Não posso cobrar dele, vi uma grande evolução no jogo contra o América e diante do Cruzeiro também. E é só nesta semana que ele vai poder trabalhar a equipe. Vejo como prematuro mexer no comando. Se domingo não der certo, pensamos nas possibilidades de mudanças”, explica o vice-presidente.
Quatro reforços
O Tupynambás segue atrás de um goleiro experiente para reforçar o elenco, além de mais três jogadores em diferentes posições. “Nós temos que trazer um goleiro experiente. Não é descrédito dos que temos, mas o Bruno mesmo, contra o Atlético, chegou a sentir no final do segundo tempo e não tínhamos um goleiro à altura se algo acontecesse com ele. Também vamos atrás de mais um centroavante – até por essa lesão do Ademilson -, de um lateral-esquerdo, porque o Michel chegou lesionado e só voltou contra o Cruzeiro, mas ainda fora do ritmo dos outros, além de mais um meia para dar uma nova opção ao treinador”, revela Dias.
Ademilson já não atuou contra o Cruzeiro por um problema no músculo posterior da coxa esquerda e também deve ficar de fora do jogo contra o Villa Nova, se recuperando.
‘Melhor assistência do interior’
Dias aproveitou, ainda, para defender as críticas dos torcedores, mas também exaltar a estrutura disponibilizada aos atletas do Leão do Poço Rico nesta temporada. “Sabemos que o torcedor do Tupynambás esperava mais da equipe. Mas não é por falta de empenho da direção ou da parte técnica. O resultado não está vindo, o que é do futebol. Estamos tentando fazer o melhor possível. Mas eu duvido que qualquer clube do interior de Minas dê uma assistência aos atletas como a do Tupynambás. Vejo comentaristas falando muitas besteiras em rádios ou jornal e é complicado, precisa acompanhar o dia a dia. O torcedor está no direito dele de falar mal. O Tupynambás passa por uma reestruturação, há um ano e meio atrás não tinha nenhuma certidão negativa e nesta semana deve passar a ter todas. Porque não é um projeto para acabar amanhã.”