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‘Mexeu com JF’: Maurício Bara avalia ano do JF Vôlei com título nacional e vitória sobre o Minas

JF Vôlei

JF Vôlei (Foto: Felipe Couri)

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As mais de 3 mil pessoas presentes no duelo entre JF Vôlei e Sada Cruzeiro, no Ginásio Municipal, pelo Campeonato Mineiro, mostraram que os amantes do esporte em Juiz de Fora abraçaram a equipe da cidade nesta temporada. E, dentro de quadra, os jogadores e a comissão técnica corresponderam. A agremiação ficou na quarta colocação do Campeonato Mineiro, foi campeã da Superliga C e chegou às quartas de final da Superliga B, isso tudo em seu primeiro ano após o retorno às atividades profissionais.

Para entender qual a avaliação da temporada e os próximos passos a serem dados, a Tribuna entrevistou o técnico e diretor da equipe, Maurício Bara. Ele definiu a temporada como “muito positiva” e elogiou a participação da torcida juiz-forana, além de afirmar que pretende manter o projeto em 2025. 

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Maurício Bara se emocionou depois do triunfo do JF Vôlei sobre o rede Cuca (Foto: Felipe Couri)

Confira a entrevista na íntegra:

Tribuna: Qual é a sua avaliação da temporada? O resultado no Mineiro foi satisfatório? E o desempenho na Superliga C?

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Maurício Bara: Foi muito positiva, talvez uma das melhores da nossa história. Fomos a quarta colocada do Mineiro entre seis equipes, sendo cinco delas da Superliga A, e a gente, até então, estava na terceira divisão. O Daniel (Schmitz, ex-técnico) comandou a equipe muito bem com a comissão técnica. Ter chegado entre os quatro foi um prêmio muito grande em um campeonato disputadíssimo. Vencemos a Superliga C, que é uma competição muito dura e que não te permite falhas. Foi um título muito importante, porque conseguimos o acesso. A temporada poderia ter acabado ali, caso a gente não se classificasse. A equipe de São Sebastião, com a qual a gente fez a última partida, era praticamente a equipe de Araucária, que jogou a Superliga B e quase se classificou em sexto lugar. 

E como você avalia a participação na Superliga B?

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Chegamos nas quartas de final. Tivemos alguma dificuldade durante a competição, começamos tendo resultados anormais, mas conseguimos classificar nas últimas rodadas com folga. Isso mostra o quanto a gente caminhou bem dentro da reta final da Superliga B. E os playoffs são isso mesmo: jogamos contra o Brasília e eles conseguiram se impor no primeiro e no terceiro jogo, e a gente no segundo. Poderia ser diferente… Tivemos diferenças mínimas de placares, e em algumas situações, fomos um pouco prejudicados, mas não gosto de ficar enfatizando isso. Claro que queríamos mais, mas ter chegado a essa fase, ter garantido a vaga na Superliga B para o ano que vem, nos dá uma garantia de calendário. Então vejo a temporada, em linhas gerais, de forma muito positiva.

Quais lições positivas você tira desse ano? E as negativas? 

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Mostramos toda a capacidade de trabalho e conhecimento do mercado para poder montar uma equipe competitiva. Vamos lembrar que nós ganhamos do Minas no Campeonato Mineiro, ganhamos do Monte Carmelo no Campeonato Mineiro, e na Superliga B, apesar de altos e baixos, saímos com vitórias contra duas equipes (que chegaram às semis). Isso mostra para a gente dar muita confiança para continuar o trabalho, para saber que nós estamos realmente no caminho certo. É difícil falar em lições negativas, tudo está dentro do mesmo processo.

Qual recado você acha que o JF Vôlei deu para a cidade? 

Um recado muito legal sobre o que Juiz de Fora é capaz de fazer. A população se viu muito bem representada por nós, por uma questão de mérito, de luta, de brigar em todas as competições  mesmo com dificuldade. Acho que foi um reconhecimento muito bacana. Ficamos em quinto lugar, e as quatro primeiras equipes são de capital – duas de Goiânia, uma de Brasília e uma de Fortaleza. Então a gente é a primeira equipe da Superliga B do interior. Isso acho que mexeu com a população, mostrou que tem capacidade de mudar, e emocionou os atletas e a mim. O recado é esse: é possível a gente ter uma grande equipe em Juiz de Fora, e o nosso crescimento depende dos investimentos. Vamos trabalhar sempre em cima disso, desenvolver dentro do nosso máximo.

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E qual foi a importância de jogar em um palco como o Ginásio Municipal? 

O Ginásio Municipal foi uma virada de chave. Tanto para o time, que se sentiu maior jogando lá, quanto para a torcida, que ficou mais importante. Até os adversários são mais valorizados jogando num palco como esse. Colocamos três mil pessoas no jogo contra o Sada, 2.500 em uma partida da Superliga B. O sistema respeita mais um palco como esse e foi um bom começo.

– Quais são as projeções para o ano que vem? O objetivo é disputar o Mineiro e a Superliga B novamente?

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Não temos ainda projeções, está muito recente ainda, mas a ideia é, primeiro, continuar no nosso fortalecimento das nossas categorias de base, das nossas escolinhas. O projeto está muito firme, mas em relação ao time, que é o tópico de agora, a gente vai sentar e tentar ver o que vai ter de investimento. O ideal é que a gente já tivesse uma projeção agora para entrar no mercado, mas isso não me preocupa. Vamos estudar todas as possibilidades, e a ideia é manter o calendário jogando o Campeonato Mineiro novamente e a Superliga B. Vamos ver o que a gente vai conseguir realizar, acho que os próximos meses vão ditar o ritmo das coisas.

Quais serão as mudanças e manutenções? O objetivo é ter uma reformulação no elenco?

Não dá para prever quais serão as mudanças e as manutenções. Infelizmente, a gente tem um time novo a cada ano. Não conversei com nenhum atleta. Claro que a gente gostaria de poder trabalhar com vários, são muitos jovens de muito talento, mas estão emprestados. Não sei se a gente vai conseguir renovar os empréstimos, mas são atletas que podem jogar no nosso Superliga B, adquiriram uma experiência muito grande. Com certeza a gente vai perder vários jogadores que se valorizaram, que têm outros objetivos, que podem ir para uma Superliga A. Isso é uma coisa muito natural, e o papel do JF Vôlei no processo. Hoje eu não tenho condições de contratar ou renovar com ninguém, vamos ter que esperar para ver o orçamento.

– Gostaria de destacar algo sobre os resultados obtidos? 

Queria ressaltar também o trabalho realizado pelo Daniel na maior parte da temporada. Dos oito meses em que a gente trabalhou, sete foram sob o comando dele, com os resultados no Campeonato Mineiro e na Superliga C. Comandei o time durante um mês, então são coisas bem diferentes, o longo prazo e o curto prazo. Se a gente teve sucesso nessa reta final da Superliga B, se deve também a todo o trabalho que foi feito antes.

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