O juiz-forano Soane Miranda, 53, que representa o karatê do Vasco da Gama (RJ), se sagrou campeão brasileiro na categoria Master, em competição realizada em dezembro, na cidade de Caucaia-CE. Já o conterrâneo Jefferson Gonçalves, 24, integrante da mesma equipe, conseguiu a quinta colocação na competição nacional Sênior, que aconteceu em São Paulo. Mesmo com o destaque, a dupla pretende alcançar voos maiores neste ano: Soane quer vencer o Open Internacional, enquanto Jefferson mira vaga na seleção brasileira.
Voz da Experiência
Morador do Bairro São Pedro, na Cidade Alta, Soane pratica karatê desde 1986 e se formou na faixa preta em 1995. “Vencer o Brasileiro é uma emoção diferente por todo sacrifício que fiz para ter chegado bem e com confiança. É uma sensação de dever cumprido. Agradeço aos meus senseis Wagner Gomes, meu irmão, e sensei Miranda, aos meus companheiros de treinos, ao Vasco e também aos meus companheiros”, declara o lutador, que venceu as três lutas que disputou para conquistar o ouro.
Antes de vencer o nacional, Soane foi bicampeão mineiro da categoria master -75kg em 2017 e 2018; 3° lugar na etapa classificatória do Brasileiro em Vitória, no ano de 2017; 3° lugar na etapa final Lauro de Freitas na Bahia, no mesmo ano; vice-campeão brasileiro em 2019; 2° lugar no ranking Federação de karatê Fluminense (FKF/CBK) e campeão Estadual FKF 2022 no ano passado, além de acumular outras conquistas.
“Já para este ano, a meta é ser novamente campeão do Carioca e do Brasileiro. Quero também vencer o Open Internacional”, planeja o carateca.
Busca por apoio
Já Jefferson Gonçalves, 24, também morador do Bairro São Pedro, iniciou no karatê com apenas 4 anos, por incentivo dos pais. “O sensei Renato Toledo me levou até a faixa preta, quando eu tinha 12 para 13 anos de idade. Em seguida, fui para a academia Tatsu Karatê Shotokan, do Sensei Wagner Gomes, que me fez disparar nos campeonatos pelo Brasil”, conta. Em 2022, ele se sagrou campeão estadual, e no mesmo ano, ficou em quinto no Brasileiro.
“Tive seis lutas no nacional, venci quatro e perdi duas. Foi muito gratificante. Passei por muita coisa em 2022, com pessoas desacreditando da minha capacidade, do quanto eu era guerreiro para estar ali. Graças a Deus e aos treinamentos profundos, consegui uma boa colocação. Estar entre os melhores é muito importante pra mim”, declara o lutador.
Mesmo com extensa trajetória na cidade, o atleta enxerga falta de apoio. “Acho que em Juiz de Fora há muito pouco patrocinador para os atletas. Quem nos vê viajando e competindo, precisa saber que sai tudo do nosso bolso. Eu trabalhei dia e noite para conseguir dinheiro para ir ao campeonato. Meu rendimento seria muito melhor se eu tivesse um patrocínio que me ajudasse, pois ficaria mais tranquilo, só treinando. Tive que virar noites para ir a São Paulo, mesmo com muita gente me ajudando em uma vaquinha. Um atleta, hoje em dia, na cidade, é muito desvalorizado”, desabafa.
Seu objetivo, agora, é conseguir uma vaga na seleção brasileira. “Meu resultado só demonstra o quanto sou capaz de conseguir a vaga. É o que quero e vou conseguir. Já comecei os treinamentos e preciso de patrocínio. Não tenho condições financeiras para custear tudo. Tem passagem para Joinville (onde será a seletiva), hospedagem, alimentação, o valor da inscrição, fica tudo muito caro”, explica o atleta, que disponibiliza o contato (32) 99151-7874 para os interessados em ajudar.