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Como manter o foco na academia em 2024?

academia by arquivo pessoal editada
“Malhar duas vezes por semana já faz ter ganhos significativos”, garante profissional (Foto: Arquivo pessoal)
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Com a virada do ano, é comum que mais pessoas busquem hábitos saudáveis. Janeiro, marcado por resoluções e recomeços, traz consigo uma onda de energia que chega à prática esportiva. É nesse período que as academias estão mais movimentadas, com um aumento expressivo no número de frequentadores. No entanto, à medida que o entusiasmo inicial se dissipa e as exigências do cotidiano se intensificam, essa onda de atividade física muitas vezes se desfaz. A frequência nas academias diminui, e a empolgação é substituída por desculpas e adiamentos.

Apesar disso, o Brasil é o segundo país – empatado com a África do Sul – com mais pessoas frequentando academias, conforme pesquisa de 2023 da Cupom Válido com dados da Numbeo, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Statista. De acordo com o estudo, 21% da população pratica essa atividade, enquanto a Índia, com 24%, lidera o ranking.

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Com as resoluções de ano-novo em alta, a Tribuna busca examinar as razões pelas quais algumas pessoas adotam hábitos de exercícios temporários, sem a manutenção de um estilo de vida saudável ao longo do ano. Para isso, a reportagem entrevistou um educador físico, que explicou o fenômeno; uma mulher com Síndrome do Ovário Policístico (SOP), que pretende começar a malhar em janeiro; e um atleta de skate que pratica academia regularmente e conhece os benefícios da prática.

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“Algo cultural”

Josmar Amorim, de 35 anos, morador do Bairro Estrela Sul, é personal há dez anos. Ele percebe que, realmente, em janeiro a busca das pessoas pelas academias é maior em comparação aos outros meses. “Se deve pelas promessas de fim de ano. É algo bem cultural no Brasil por conta das festas de Carnaval, com, nesse caso, o objetivo sendo 100% estético. Nós, como profissionais de educação física, temos que explicar os benefícios para cada aluno, mostrar evoluções e sempre incentivar a terem continuidade”, afirma.

Em seus anos de experiência, Josmar relata que já viu pessoas começarem a fazer exercício físico por diversas razões: saúde, estética, melhora de performance em algum esporte, longevidade, qualidade de vida ou em busca do envelhecimento mantendo a autonomia. “A principal receita para não desistir no meio do caminho é a disciplina. Academia tem que ser como tomar banho, algo de rotina, sempre avaliando a individualidade de cada um, seu caso, objetivo e disponibilidade de tempo”, explica. “Malhar duas vezes por semana já faz ter ganhos significativos”, acrescenta o personal.

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Na sua visão, o aluno deve, assim que começar a malhar, estabelecer um planejamento. “É preciso avaliar os horários de trabalho e outras responsabilidades de seu dia. Acho que o segredo é pensar que o dia tem 24 horas e em apenas uma você consegue cuidar de si”.

Como muitas pessoas trabalham e estudam, e, por isso, têm pouco muito tempo livre, o horário de almoço tem se tornado uma opção, apesar de não ser ideal. “A academia traz melhora na pressão arterial, dos níveis de glicemia e colesterol, do sono, proteção de articulações e ossos, diminuição de gordura corporal, autonomia, disposição, força e resistência, equilíbrio e postura, melhora parte cognitiva, prevenção de sintomas de alzheimer e demência, além do bem-estar e inclusão social”, enumera Josmar, que aponta a ajuda profissional como essencial para garantir a prática saudável.

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“Terapia física”

Uma das pessoas que irá começar a malhar em Juiz de Fora é Laura Nazareth, de 23 anos. Motivada pelas férias e pelo reconhecimento de que a atividade ajuda na saúde mental, a jovem pretende ir à academia três vezes por semana. “Quero ir também aos sábados, mas, inicialmente, prefiro ter planos mais fáceis de serem concretizados até que eu crie o hábito de malhar todos os dias possíveis”. Praticante de pilates, ela quer aplicar a mesma logística com o novo compromisso: ir após o trabalho, já que, dessa forma, não corre o risco de passar em casa e ser vencida pela preguiça. “Será prioridade, um momento de autocuidado”.

No caso de Laura, a recomendação médica foi mais um fator que a impulsionou a começar na academia. Ela tem a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) e sofre de desregulação hormonal e menstrual. Os estudos demonstram que a musculação auxilia no tratamento da doença. “Busco melhora na disposição, na saúde mental, mais força e um corpo mais definido”, destaca.

Para dar continuidade ao exercício durante o ano, a jovem irá montar uma rotina, considerando que trabalha em um local próximo à academia. “Como motivação, vou me convencer de que meu corpo, mente e equilíbrio hormonal dependem disso. Ainda tenho 23 anos e, nos últimos meses, estava próxima de um burnout. Brinco com meus amigos que, na atualidade, a academia tem sido sinônimo de terapia física”, considera.

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“Tenho mais disciplina”

“Organizo minha rotina de uma forma que a academia esteja sempre presente”, afirma Bernardo (Foto: Arquivo pessoal)

Skatista e estudante, Bernardo Cadinelli, de 21 anos, frequenta academia há dois anos – mas em um deles, ficou parada por conta de uma lesão tida durante a prática de skate. Ele retornou em setembro, com o objetivo de constância na atividade física, inspirados por seus pais, amantes da atividade física. “Tento malhar todo dia, gosto de ir sem pressa, tiro uma hora e meia para ir no meu ritmo. Organizo minha rotina de uma forma que a academia esteja sempre presente”, conta.

Além de ter ganhado massa muscular e fortalecimento para evitar lesões no skate, Cadinelli vê que o exercício também ajuda nas outras atividades do dia a dia. “Consigo concentrar mais no trabalho, tenho mais disciplina, sigo uma rotina, como melhor e faz bem para minha saúde. Esporte é qualidade de vida e longevidade”.

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