O juiz-forano Gláucio Monte-Mór, de 46 anos, concluiu os 246 quilômetros da International Historic Ultra-Distance Race, na modalidade Spartathlon, no último domingo (29), em 35 horas e 51 minutos, nove minutos a menos do que o tempo limite para a chegada. A largada foi em Esparta e a chegada em Atenas. Participaram da prova dez brasileiros, e somente quatro completaram.
“Estou muito satisfeito e realizado, foi bem mais difícil do que pensei. Vim completar a prova, não fazer tempo. Fui o único estreante a conseguir terminar. Tirei uma força mental e física que eu nem sabia que tinha. Não tenho palavras para descrever, estou abobado até agora”, diz, sobre superar seus limites.
A ultramatona, considerada umas das mais complicadas do mundo pela mudança de clima e altimetria, contou com 378 participantes de 65 países. Por isso, Gláucio não pensa em disputá-la novamente tão cedo. “Completei com extrema dificuldade. Um cansaço físico e mental fora do normal. Até agora estou assimilando tudo que passei. Foram dois dias de calor extremo, uma das edições mais quentes. Menos da metade dos atletas conseguiram concluir a prova”, conta.
Na sua avaliação, até metade do percurso, o desempenho foi satisfatório. “Depois, o calor me minou, porque eram muitas subidas. Foram várias horas lutando contra cada check point, que se você passar depois da hora permitida, está eliminado. A vontade de chegar era enorme, não pensei em desistir, apesar de achar que não ia conseguir. Tinham estradas de pedra, com precipício dos lados. Fui no limite, lutei contra a cabeça, corpo e cansaço”, comemora Gláucio, que fez quatro meses específicos de preparação para a Spartathlon, com treinos de cinco a sete vezes por semana entre cem a 150 quilômetros.
*Sob supervisão do editor Gabriel Silva