A Série D do Campeonato Brasileiro chega aos jogos de volta das semifinais neste fim de semana. Mesmo com o título em aberto, as quatro equipes – Manaus (AM), Jacuipense (BA), Ituano (SP) e Brusque (SC) – já têm o que comemorar: o acesso à Série C 2020. Para o Manaus, a conquista tem razões a mais para ser festejada. Sob o comando do técnico Wellington Fajardo, ex-Tupi, o Gavião do Norte é o primeiro representante do estado do Amazonas na terceira divisão nacional após 20 anos de ausência. Além do acesso histórico, o treinador, que assumiu o Manaus este ano, soma a conquista do Campeonato Amazonense e a esperança do primeiro título nacional do clube.
A sequência recente de bons resultados contrasta com o início de temporada. Fajardo conta que logo nos primeiros dias de trabalho notou que a experiência seria desafiadora. “Iniciar o trabalho no Manaus foi muito complicado, visto que cheguei ao clube com a equipe desclassificada das fases finais do primeiro turno do Amazonense. Trabalhamos bastante nos dez primeiros dias, conseguimos uma série de 21 partidas sem derrota e vencemos o returno do Estadual, seguido do amazonense e a boa campanha na Série D, que conquistamos o acesso e iremos brigar pelo título.”
Estar no comando do time “abraçado” pelo estado e que conseguiu levar mais de 44 mil presentes na Arena da Amazônia no jogo contra o Caxias (RS) – partida que garantiu a vaga nas semifinais e o acesso – atrai atenções para o trabalho desenvolvido. Quando questionado sobre possíveis propostas, o técnico garantiu o compromisso com o clube. “O meu pensamento, neste momento, é único e exclusivo no título da Série D. Por isso eu não estou pensando no futuro, mas sim no agora”, enfatiza.
Início no Carijó
Natural de Leopoldina (MG), Fajardo iniciou a carreira como técnico no Tupi, clube pelo qual soma quatro passagens e guarda bons momentos na memória. “O Tupi é uma equipe que tenho sempre no meu coração. Tem uma torcida que sempre me apoiou, em todos os momentos, seja quando estive como treinador ou quando me encontram na rua. Tenho uma identificação muito grande com o torcedor carijó. Um clube com boas lembranças, como por exemplo, o título da Taça Minas Gerais 2008, quando batemos o América-MG”, relembra.
Do Norte do país, Fajardo lamentou a eliminação do Tupi na Série D e o rebaixamento no Mineiro deste ano.”Sei que infelizmente não foi uma boa temporada para o Tupi. Lamentei bastante a queda e fico na torcida para que 2020 tenha uma temporada melhor e que consiga o acesso à elite mineira.”
Escolinha de futebol em JF
Além da família, que vive em Juiz de Fora, Fajardo tem outra forte conexão com a cidade: a atuação na formação de jovens atletas. “A Escola de Futebol Welington Fajardo, coordenada pelo meu filho, Lucas, vem tendo sucesso, participando das principais competições de base da cidade. Completamos, neste ano, dez anos da escola, onde eu sou o patrono. Temos um lema, que é ‘Ensinando Mais Que Futebol’, onde prezamos, primeiro, a formação do atleta, ensinando os valores, que é algo de suma importância para a sociedade.”
O filho também atua na coordenação do Gols para o Futuro, projeto social patrocinado pelo Frigorífico Fripai, que atende jovens no Bairro Vila Ideal. Somando as duas iniciativas, Fajardo opera na formação de cerca de 250 alunos, mirando o sucesso dos jovens dentro e fora de campo, “esporte é saúde, educação, valores e saber conviver com as diferenças. Buscamos, cada vez mais, melhorar a nossa cidade”, conclui.