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Uma vida dividida entre Brasil e México

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Nunca sonhou em ser astronauta, mas sempre esteve com os olhos voltados para o céu. As fases da lua e o brilho das estrelas sempre encantaram o artista plástico Ismael Torrano, 57 anos, mexicano de Veracruz. Quando criança, ficava maravilhado com as cores e as formas geométricas das bandeiras dos países. Mas de todas, uma chamava mais sua atenção: a brasileira. “Admirava as estrelas, o amarelo, o verde e o azul”. Como consequência, veio a paixão pelo futebol e pela cultura do Brasil. Em 1970 esta paixão aflorou de forma mais intensa. O México sediava pela primeira vez uma Copa do Mundo, quando os mexicanos fariam sua melhor participação em toda história da competição. Com apenas nove anos, o pequeno torcedor trocava o rádio pelas imagens transmitidas pela TV. Nas quartas de final, o sonho de ser campeão pela primeira vez se desfez, após a Itália derrotar o México por 4×1.

O futebol, o samba e a alegria do povo brasileiro conquistaram, desde pequeno, o mexicano Ismael Torrano (Foto: Felipe Couri)

A vontade de conhecer o Brasil aumentou mais após os brasileiros conquistarem o tricampeonato justamente em cima da Seleção Italiana, e o rosto em lágrimas pela derrota do menino voltou a sorrir. Pelé, Rivellino e Jairzinho eram nomes frequentes nas conversas de Ismael com os amigos. Integrante de um grupo de teatro na adolescência, ele recebeu um convite da diretora para então, realizar seu sonho, e ir até ao Brasil. Sem pensar duas vezes, Ismael aceitou, e há mais de 30 anos vive no país. “O jeito brasileiro me conquistou de uma forma única, sou grato por tudo”, disse.

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‘Seja o que Deus quiser’

Desde 1994, os mexicanos sempre são eliminados nas oitavas de final. Mas quando sorteados para grupos com seleções de nível técnico superior, a equipe acaba surpreendendo, como foi o caso da Copa do Mundo de 2010, quando venceu a forte equipe da França por 2×0, e empatou com o Brasil em 2016 em 0x0.

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Nesta edição, a equipe já fez história ganhando da atual campeã, a Alemanha, na primeira rodada, também por 2×0. “Foi uma surpresa boa, por mais difícil que fosse, nós (mexicanos) acreditávamos em um resultado positivo, a equipe está entrosada”.

Questionado sobre a partida desta segunda da Seleção Brasileira com o México, Ismael prefere não arriscar um vencedor, muito menos para quem vai torcer. “Metade/metade. Seja o que Deus quiser, que vença o melhor”. Sempre foi assim, com o coração dividido. Prova disso é que, mesmo distante do México, torce para o Veracruz e para o Pumas – time da Universidade que cursou.

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E, em ano de Copa do Mundo não poderiam faltar pinturas com os rostos dos jogadores e das bandeiras por quem sempre teve paixão. “Quando faço as bandeiras, sempre tomo cuidado com os detalhes de cada uma, os contornos e as cores”. E foi assim, em meio aos sonhos que o pequeno ‘ninõ’ cresceu e realizou o seu sonho, olhando para o azul e as estrelas que brilhavam na bandeira do Brasil.

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