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Parceiros desde pequenos: juiz-foranos que se uniram no Sport atuam em grandes clubes do Sul

Cesar e Luiz Felipe Felipe Couri 2 destacada
Cesar e Luiz Felipe Felipe Couri 2
César (esquerda) e Víbora se reencontraram no Sport, uma de suas casas em JF (Foto: Felipe Couri)
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”Assistir à vitória um do outro é sensacional. Para mim é algo indescritível, a felicidade dele sempre vai ser a minha.” É o que diz Luiz Felipe Reis, de 18 anos, sobre o amigo César Braga, de 19. Os dois juiz-foranos começaram a jogar futebol e futsal juntos no Sport Club de Juiz de Fora quando eram bem pequenos, e hoje estão em grandes clubes de Santa Catarina. Luiz, mais conhecido como “Víbora”, é atleta de futsal da equipe sub-20 do Joinville, uma das mais bem-quistas na modalidade, enquanto César atua no campo pelo sub-20 do Avaí, clube que irá disputar a Série A do Campeonato Brasileiro em 2022.

A dupla concedeu entrevista à Tribuna justamente na sede do Verdão da Avenida, local de nostalgia para os dois, onde não apenas os amigos-atletas construíram a relação de amizade e companheiros de time, como fizeram história com a bola no pé.

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“O Sport foi o início de tudo. A gente se conheceu muito novo, virou amigo rápido demais. Não só a gente, mas o time todo, que sempre jogou junto, e eu e o Luiz com uma intimidade maior”, relata César. ”O Sport, como grande clube formador que é, sempre nos incentivou a estar juntos dentro e fora de quadra, a valorizar essa amizade que perdura até hoje, e cada vez mais a gente fortalece”, exalta Luiz.

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Disputando campeonatos pelo Sport desde os 7 anos, a dupla conquistou o Campeonato Mineiro de futsal sub-11 em 2014, quando bateu o Sesi de São João Nepomuceno, o Olympico e o poderoso Praia Clube, que é referência no esporte e sediou a competição.

”Foi prazeroso, naquela idade foi a maior conquista que a gente poderia ter. Dá uma saudade da resenha, da rapazeada, e para mim, na época, não havia felicidade maior”, garante o atleta do Avaí, capitão daquela conquista. ”Era o maior campeonato da categoria, e a gente ter conseguido conquistar esse título tão cedo foi muito bom para nós, individualmente, e para o clube. Isso ajudou a continuar no esporte até hoje também”, ressalta Víbora.

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Apesar da relevância do estadual, o Campeonato Mineiro não foi a maior conquista dos dois atletas pelo Sport. Em 2015, no último ano juntos no clube, eles faturaram a Série Prata da Go Cup sub-12, competição internacional de futebol 7 que conta com diversos times de todo o mundo. Na época, o Sport derrotou o Caracas, da Venezuela, na final, e se sagrou campeão com César e Luiz sendo dois dos principais destaques daquele grupo.

Sem dúvidas, o título mais marcante é o da Go Cup, que era um campeonato internacional de Fut-7, e ter saído vitorioso foi algo sensacional, diz Víbora. ”Nenhum clube de Juiz de Fora havia conquistado isso”, acrescenta César.

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Dupla posa à frente das próprias imagens, ainda quando campeões mineiros sub-14 (Foto: Felipe Couri)

O caminho de César e a preferência pelo ataque

Com o grande sucesso tanto no futebol quanto no futsal local, não demorou para que os jovens atraíssem olhares de grandes clubes. César, com apenas 12 anos, foi convidado a atuar pelo Flamengo, e conquistou o Campeonato Carioca pelo Rubro-Negro. Ele permaneceu no time da Gávea até os 14 anos, idade em que recebeu a notícia que seria dispensado. Mas rapidamente outro gigante do futebol brasileiro captou o atleta: o Fluminense. Entretanto, o treinador do Tricolor queria que César atuasse como zagueiro, sendo que a vontade do jovem juiz-forano era de ser atacante, assim como atuou no Flamengo. Por conta disso e outros problemas de adaptação, César ficou apenas seis meses nas Laranjeiras e decidiu retornar para sua cidade natal.

De volta ao futebol local, César foi destaque da campanha do Tupynambás em 2019, quando o clube conquistou o título da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro sub-17, subindo para a elite de base do estado. E não demorou para o jogador ser visto por outro clube: menos de um ano depois, o Avaí mostrou interesse e captou o garoto, que atua no sub-20 até os dias atuais e já possui contrato profissional com o clube catarinense.

Víbora: do início ao Mundial de Futsal

Luiz Felipe escolheu um caminho diferente. Após anos conciliando o futsal e o futebol de campo pelo Sport e no antigo projeto de extensão da UFJF, em 2019 o jovem decidiu se dedicar totalmente às quadras. Mesmo com 16 anos na época, Víbora fez parte do elenco sub-20 do Clube Bom Pastor, de Juiz de Fora, que disputou o Campeonato Mineiro da categoria. No mesmo ano, o garoto teve a oportunidade de jogar um torneio na Disney pelo time Alianza Futebol, e foi campeão invicto. Depois do título, ainda realizou outras três viagens internacionais pelo clube estadunidense.

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E não parou por aí. Após se destacar nesses torneios, o juiz-forano teve a oportunidade de disputar, pelo time CT Erik Pereira, o Mundial de Futsal, a maior competição do esporte entre clubes, que aconteceu na Espanha. Lá, ele pode jogar contra um dos mais gloriosos times do mundo, o Barcelona, e depois disso recebeu o convite do próprio Erik Pereira, treinador do Joinville, para integrar a equipe do Sul, da qual o atleta faz parte até hoje, também na categoria sub-20.

Amigos dividem os mesmos sonhos e se motivam no futsal e futebol de campo (Foto: Felipe Couri)

Felicidade de um, alegria do outro

Há mais de dez anos, César e Luiz Felipe são amigos. E mesmo separados pela distância, a conexão dos dois não muda. Eles passam férias em Juiz de Fora e sempre fazem questão de se encontrar. Como relatam, a saudade da família e dos amigos é grande, mas o desejo em se tornarem profissionais da elite de suas modalidades é o que os une, fortalece a relação e mantém forças para continuar.

”Me sinto muito feliz e orgulhoso por ele estar no Joinville, um dos maiores clubes de futsal do país. E para mim, não me surpreende, porque ele é um dos melhores jogadores que eu já vi no futsal”, se orgulha o jogador do Avaí. ”A nossa amizade continua, ver que o César está em um grande clube do futebol brasileiro, da Série A, para mim é algo indescritível”, demonstra o atleta do Joinville.

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E estando em grandes clubes, César e Víbora querem se firmar como atletas profissionais, continuar atuando em alto nível e ainda possuem um sonho em comum. ”O principal, é claro, é chegar na seleção brasileira” diz César; ”quem sabia um dia pegar uma seleção brasileira e estar entre os melhores do mundo”, concorda o amigo, logo em seguida.

Outro ponto em que os ex-companheiros de Sport Club possuem a mesma opinião é sobre o foco na carreira. ”A coisa mais importante para quem sonha em ser jogador é estar disposto a abrir mão de certas coisas, como festas, bebidas e sempre trabalhar muito, acreditar naquilo que você faz”, aconselha o ala do Joinville. ”Você tem que abrir mão de algumas coisas para poder desfrutar do que o futebol proporciona, e quem tem essa percepção, quem amadurece mais cedo, entendendo que isso é necessário, vai conseguir chegar longe’,’ finaliza o atacante do Avaí.

 

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