No mês de fevereiro, 812 vagas de emprego formal foram criadas em Juiz de Fora, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira (30). O saldo é resultado das 6.209 admissões e dos 5.394 desligamentos feitos na cidade durante o período.
O setor que mais criou postos de trabalho foi o de serviços, com 1.034 contratações. A indústria também teve um bom desempenho, com a criação de 91 oportunidades. Já agropecuária, construção e comércio tiveram saldo negativo em fevereiro. Agropecuária perdeu sete postos, e a construção, 21. A pior performance foi a do comércio, que perdeu 285 postos. Com os novos 812 empregos, Juiz de Fora acumula, ao longo de 2023, saldo positivo de 238 vagas de trabalho formal.
O saldo de contratações no comércio vem em queda desde o início de 2023. Em janeiro, o setor já havia perdido 495 vagas. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti, o primeiro trimestre sempre é mais difícil para o segmento, que ainda se recupera da crise econômica instalada nos últimos anos. “O poder aquisitivo da população ainda é aquém do desejado, e isso afeta, principalmente, o varejo. Os serviços, por outro lado, muitas das vezes são essenciais. Se quebrou alguma coisa na sua casa, você precisa consertar. Mas o varejo sempre pode ficar para depois.”
De acordo com ele, alguns ramos, como o alimentício e farmacêutico, seguem com bom desempenho, mas outros, como o de roupas e calçados, esperam se recuperar no segundo trimestre. “Atualmente, o varejo é o setor que tem o maior número de pessoas empregadas, então já é esperado que haja uma grande rotatividade de funcionários e contratações mais sazonais.”
Recuperação abaixo da esperada
Apesar de positivo, o saldo de fevereiro de 2023 fica abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Em 2022, Juiz de Fora criou 1.196 novos postos em fevereiro. Como explica o economista e coordenador do curso de Administração da Estácio, Bruno Dore, é possível perceber uma desaceleração da economia em relação aos últimos anos, o que ainda tem a ver com a pandemia. “Em 2021 e, principalmente em 2022, houve um ‘boom’ da economia em uma recuperação aos anos de retração causados pela Covid-19. Mas a recuperação chega a um limite.”
Dore afirma que a alta dos juros é a principal culpada por essa desaceleração, e é justamente o setor do comércio o primeiro a ser impactado. “As coisas vão ficar mais caras para ser compradas. Nesse ponto, a gente já percebe o comércio sentindo esse período de juros altos e retraindo o número de vagas.”
Minas Gerais com saldo positivo
Minas Gerais registrou saldo positivo de empregos em fevereiro, com geração de 26.983 postos de trabalho, resultado de 216.617 admissões e 189.634 desligamentos. O estado ficou na segunda posição do ranking das unidades da federação com maior saldo. No comparativo com o mesmo período do ano passado, foi registrada a criação de 38.251 empregos formais. No acumulado deste ano, a geração de empregos totaliza 25.164 postos, resultado de 413.764 admissões e 388.600 desligamentos.