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Movimento nos bancos cresce por conta de pagamentos do INSS

13movimento no Centro CAPA by Leo Costa
13movimento no Centro by Leo Costa
Movimento no Centro de Juiz de Fora foi bastante intenso próximo às agências bancárias na manhã desta segunda (Foto: Leonardo Costa)
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Dez dias após o comércio deixar de funcionar em Juiz de Fora, devido ao decreto da Prefeitura que restringiu determinadas atividades para conter o avanço do novo coronavírus (Covid-19), o movimento nas ruas centrais da cidade era brando na manhã desta segunda-feira (30). Havia, entretanto, maior concentração de pessoas nas portas de agências bancárias, inclusive idosos, apesar de orientações de isolamento social para evitar contágio pela doença. De acordo com o Sindicato dos Bancários da Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf-JF), a movimentação se deve ao calendário de pagamento dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que teve início em 25 de março e segue até 7 de abril.

Segundo o secretário geral do Sintraf-JF, Robson Marques, a presença maior de idosos nos últimos dias é preocupante. “Justamente é esse grupo de pessoas que está no grupo de risco, e os bancos precisam, de fato, ter maior consciência para com os seus clientes e também para com os bancários, de uma forma geral.”

Para evitar aglomeração de pessoas, a categoria defende o fechamento das agências bancárias. Como publicado no último dia 24 pela Tribuna, o sindicato encaminhou ofício ao Governo de Minas e à Prefeitura de Juiz de Fora solicitando a medida, além de estar em negociação com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “O ambiente do banco, sem circulação de ar e que mexe com dinheiro, é muito propício à contaminação pela Covid-19”, aponta Marques.

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Atendimento exclusivo

Seguindo determinação da Febraban, as agências estão realizando atendimento exclusivo para idosos, gestantes e pessoas portadoras de deficiências entre 9h e 10h. O público geral está sendo atendido entre 10h e 14h, em regime contingenciado. Segundo o secretário geral do Sintraf-JF, a orientação é que as pessoas busquem atendimento por vias alternativas, como telefone ou meios digitais. “Nós sabemos que nem todos os idosos têm acesso a essas tecnologias, ou sabem lidar com essas tecnologias. No entanto, tem pessoas da família que poderiam ajudá-los nessa questão e evitar a exposição demasiada à contaminação da Covid-19.”

Em nota, a entidade recomenda que, para evitar a presença nas agências, sejam utilizados os canais digitais para realização de operações bancárias e outros serviços (transferências, extrato, pagamento de contas, negociação de dívidas, etc). “Esses canais são pensando para oferecer uma experiência simples e fácil, mas caso o idoso não tenha familiaridade com eles, recomendamos que ele peça ajuda a alguém da confiança dele, como um parente ou um amigo”, explica no texto.

Ainda conforme a Federação, os idosos podem usar caixas eletrônicos para realizar saques ou depósitos, evitando aglomerações, considerando que todos os aposentados e pensionistas contam com cartão magnético para receber o benefício, seja do banco no qual tem conta ou emitido pelo próprio INSS. Por fim, a entidade alerta para a possibilidade dos caixas eletrônicos apresentarem limite máximo de valor de saques em um único dia. “Esse limite varia de um banco para o outro e do tipo de conta que o cliente. Para verificar se há algum tipo de mitigação, os clientes precisam entrar em contato com os bancos em que recebem o benefício.”

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‘Orientação é para sair à rua só se precisar’

O fato de muitos idosos não terem acesso à tecnologia foi apontado também pelo diretor jurídico da Associação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Juiz de Fora e Região, José Adriano Moreira. “Muitos só vão conseguir receber se realmente forem ao banco, então ainda persiste essa dificuldade de acesso a essa tecnologia. Eu acredito que, mesmo orientando, muitos ainda assim vão para a fila do banco, por dificuldade em operar essa nova tecnologia.”

Conforme Moreira, a representação segue as orientações da Secretaria de Saúde e as repassa para os associados. Por trabalhar com convênio médico, a entidade mantém o funcionamento, mas também tomou medidas para evitar a contaminação pelo coronavírus, como utilização de álcool em gel e máscaras, além de permitir que familiares possam pegar determinados documentos para os idosos. “Aqueles que não têm condições e precisam vir, a gente dá todo o atendimento e as orientações necessárias. A orientação é para, realmente, sair à rua só se precisar”, explica o diretor jurídico. “Em alguns casos extremos, estamos disponibilizando pessoas para irem receber o plano médico até na casa do associado.”

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