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Gás residencial chega em JF

condominio com 568 unidades vai estrear uso de combustivel residencial na cidade

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Condomínio com 568 unidades vai estrear uso de combustível residencial na cidade (Foto: Leonardo Costa/ 26-08-2016)
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Condomínio com 568 unidades vai estrear uso de combustível residencial na cidade

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O gás natural residencial deve ser implementado em Juiz de Fora a partir de setembro. A princípio, cerca de mil unidades domiciliares serão beneficiadas em dois empreendimentos localizados nos bairros Mariano Procópio e Jóquei Clube. A partir de dezembro, o recurso energético será implementado em mais um residencial, com 460 unidades, também na Zona Norte. A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) informa que já estão sendo realizados estudos para a expansão do atendimento a novas residências e ao comércio em outros bairros como Centro, Granbery e São Mateus. A oferta do serviço tem início dois anos depois do primeiro anúncio de investimento no setor e atinge, a princípio, menos da metade do público inicialmente estimado. O uso de gás em domicílios depende de condições técnicas e de parceria realizada entre a distribuidora e as construtoras da cidade.

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Os primeiros empreendimentos contemplados são Spazio Jardim Real (568 unidades), localizado no Bairro Mariano Procópio, e Copamig I – Parque Jardim Atlântico (440), situado no Jóquei Clube, ambos com fornecimento previsto a partir de setembro. Até o final do ano, a meta é contemplar o Copamig II – Parque Jardim Bandeirantes (460 residências), também localizado no Jóquei Clube. Todos os empreendimentos são da MRV Engenharia que, por meio de sua assessoria, afirmou que “está sempre em busca de alternativas e parcerias no mercado para melhorar a qualidade de seus empreendimentos e trazer economia e bem-estar para os clientes”.

A professora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFJF, Sue Ellen Costa Bottrel, avalia que a alternativa no fornecimento de energia residencial é positiva, principalmente pelo gás ser menos poluente, por possuir menor teor de enxofre, e mais seguro. O coordenador de gás natural veicular (GNV) da Gasmig, Welder Souza, explica que, por ser composto basicamente por metano, o gás é mais leve do que o ar, dissipa-se com facilidade no ambiente em caso de vazamento e possui baixa inflamabilidade, reduzindo os riscos de explosão.

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A emissão de, em média, 20% menos dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, também é destacada pela companhia. Já o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido pelo botijão de gás, é composto principalmente por gás propano e butano, mais pesado do que o ar e considerado altamente inflamável. “O uso do gás natural dispensa estocagem e seu fornecimento é contínuo, por meio de tubulações, evitando o estoque de produto inflamável e a economia de espaço (como acontece quando usam os botijões)”, destaca Welder. Em contrapartida, Sue Ellen avalia que o GLP tem uma queima mais eficiente, já que a quantidade de energia fornecida é maior na comparação com o concorrente.

Custo médio mensal pode variar de R$ 14 a R$ 30

Para que os usuários possam dimensionar, de fato, se há economia no bolso em relação aos custos, será preciso esperar o início da oferta do serviço. A família do juiz-forano Eduardo Moreira é uma das 568 que passarão a contar com a alternativa. Atualmente, ele paga cerca de R$ 55 pelo botijão de gás, que é consumido entre três e quatro meses na cozinha. O valor gasto por mês, portanto, varia entre R$ 13,75 e R$ 18,33, de acordo com o gasto médio. Segundo Moreira, a planilha apresentada pela construtora, em primeira reunião com os condôminos, em maio, estimava custo médio mensal de R$ 14,09 por unidade habitacional. A informação que recebeu, no entanto, é que o valor pode chegar a R$ 30, por causa do uso do aquecedor de água. A cobrança será incluída no valor do condomínio. Segundo a MRV, a economia estimada é de 14,9% em relação energia elétrica. Para a Gasmig, a utilização gás natural para aquecimento de água (chuveiro, torneira, piscina e sauna) pode gerar economia de até 50% na conta de energia.

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Para Moreira, há vantagens e desvantagens do gás residencial. “Como o condomínio não tem medição individualizada do uso, o rateio pode acabar ficando mais caro, se um ou outro vizinho fizer consumo excessivo. Por outro lado, tenho pesquisado que o gás natural é mais seguro que o GLP. Outra vantagem é que, como a cozinha é pequena, não precisamos nos preocupar com o espaço para o botijão.” O condômino destaca, no entanto, que não é garantida, aos moradores, a alternativa de escolha entre os produtos.

32 clientes

Atualmente, a Gasmig conta com 32 clientes em Juiz de Fora nas áreas industrial (19), modal rodoviário – GNV (9) e comercial (4), que consomem cerca de 40,2 milhões metros cúbicos (m³). O dado refere-se ao consumo em 2015. O abastecimento no Shopping Jardim Norte, um dos clientes comerciais, abrange sete lojas na praça de alimentação. Há, ainda, o consumo pela Usina Termoelétrica de Juiz de Fora, que chega a 148,2 milhões de m3 ao ano. “A Gasmig entende que Juiz de Fora é um mercado importante e, por isso, está realizando estudos de ampliação na região. Todas as indústrias que apresentam demanda pelo energético são avaliadas e consideradas na expansão das redes de distribuição de gás natural”, afirma o gerente de Planejamento Financeiro e Aquisição de Gás, Frederico Flister. Em abril do ano passado, além do fornecimento para a termoelétrica, a clientela chegava a onze indústrias, dez postos distribuidores de GNV e 14 estabelecimentos comerciais na cidade.

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Infraestrutura é capaz de atender frota 5 vezes maior

Se o gás residencial prepara-se para chegar ao município, o Gás Natural Veicular (GNV) já é um velho conhecido dos juiz-foranos. Atualmente, há oito postos de GNV em operação e uma base de gás natural comprimido veicular (GNCV), onde são abastecidas carretas, que levam o produto para as cidades de Ubá e Piraúba, que contam com postos específicos, mas não são atendidas por gasodutos. O atendimento é conhecido como “gasoduto virtual”.

De acordo com a Gasmig, Juiz de Fora é o terceiro maior mercado de GNV no estado, só ficando atrás de Belo Horizonte e Contagem. Por mês, são comercializados, em média, 208 mil metros cúbicos de GNV para os postos locais. A infraestrutura instalada hoje, no entanto, é capaz de abastecer frota até cinco vezes maior que a atual, que é de cerca de 3.600 veículos adaptados para uso.

Questionada se há alguma intenção de recuperar mercado no GNV, a companhia diz que “há uma série de ações em andamento para a retomada da alternativa”. O foco são frotas e táxis, segmentos que possuem maiores médias de rodagem e retorno do investimento mais rápido. Há mais de uma década, a maior parte da frota de táxi juiz-forana chegou a ser convertida, mas, em função dos altos custos para manutenção e do próprio combustível, a alternativa foi abandonada ao longo dos anos.

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Pelas contas da Gasmig, uma conversão com o equipamento de quinta geração (injeção eletrônica de gás – o mais moderno do mercado) hoje custa, em média, R$ 4 mil. A estimativa é que, para quem roda uma média de 250 quilômetros por dia, o investimento poderia ser recuperado em quatro meses.

Área de abrangência anunciada atinge bairros centrais

Apesar dos dois anúncios de investimentos para Juiz de Fora, com o objetivo de iniciar a oferta de gás natural para uso residencial e expandir o consumo comercial – R$ 100 milhões em 2014 e R$ 300 milhões em 2015-, a cidade, se for beneficiada, o será com parte do segundo montante, que deverá ser compartilhado com a capital, região metropolitana e outros municípios mineiros como Uberlândia.

O anúncio dos R$ 100 milhões, que seria aplicado em três anos, foi feito em coletiva por prefeito Bruno Siqueira (PMDB), presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais e o então diretor-presidente da Gasmig, José Carlos de Mattos há dois anos. Na época, foi assinada ordem de serviço para realização de levantamento de diagnóstico e viabilidade do mercado.

Na área de abrangência desta primeira fase estavam 2.800 edificações residenciais e 655 estabelecimentos comerciais localizados nos bairros Alto dos Passos, São Mateus, Boa Vista, Bom Pastor, Cascatinha, Centro, Dom Bosco, Granbery, Jardim Paineiras, Santa Helena, Mundo Novo, Santa Cecília, Estrela Sul e Teixeiras. Na mira da Gasmig estavam, além das residências, lanchonetes, comércio em geral e shopping. Também foi cogitada a possibilidade de uma segunda etapa do projeto de expansão, cujos detalhes não foram divulgados na época.

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