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Movimento se mantém em pontos da BR-040 no oitavo dia de greve

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PRF interviu na manifestação no Distrito Industrial, ajudando a liberar motoristas que queriam deixar o local (Foto: Michele Meireles)
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O movimento dos caminhoneiros, que chega ao oitavo dia nesta segunda-feira (28), está ganhando uma nova cara. Se, na semana passada, a categoria reivindicava melhores condições de trabalho, redução do preço do diesel, tabela mínima de fretes e isenção da cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, agora a pauta não se mostra clara entre parte daqueles que permanecem nas rodovias na região de Juiz de Fora.

O grupo que se concentra na altura de Matias Barbosa se recusou a falar sobre seus propósitos no início da tarde quando uma equipe do jornal esteve na rodovia. Em vários pontos da BR-040, na altura de Matias Barbosa, – o local concentra dezenas de veículos -, é possível ver ao menos três faixas com os dizeres: intervenção militar já!

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Os caminhoneiros negaram que haja uma liderança por trás da paralisação e condicionaram a entrevista a um posicionamento público da reportagem a respeito da ação dos grevistas. Diante da negativa sobre a exigência, eles ordenaram a saída da equipe do local e proibiram a realização de imagens.

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Pedido de investigação

A possibilidade de infiltração política nas manifestações dos caminhoneiros vem sendo denunciada por líderes de entidades, resultando em pedido de investigação feito pelo Governo federal para a Polícia Rodoviária Federal. Nesta segunda-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo vai “fazer de tudo para que os infiltrados sejam separados pelas autoridades”. Questionado sobre como o governo faria isso, ele disse que a PRF “fala a linguagem dos caminhoneiros, sabe as suas dificuldades, conhece as suas características e atuará com respeito”, afirmou ao citar a realização de mapeamento.
Já o ministro Sergio Etchegoyen (GSI) disse que a escolta oferecida pelas forças federais aos caminhoneiros está garantindo um fluxo maior nas estradas, pois muitos estavam parados porque sofriam ameaças. Ele afirmou ainda que estão buscando caminhoneiros que “estejam se aproveitando de um momento bastante crítico para o abastecimento brasileiro”.

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Escolta

Em Juiz de Fora, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) começou a escoltar motoristas de caminhão que alegam estar sendo forçados a manter seus caminhões parados durante a greve. Apesar de já terem liberado o acostamento da BR-040, desde domingo, os caminhoneiros se mantêm mobilizados em um pátio e em uma cooperativa às margens da estrada, na altura do Distrito Industrial, na Zona Norte de Juiz de Fora. Até meio-dia, oito caminhões deixaram o local com a ajuda da PRF. A maioria desses motoristas era de Juiz de Fora e foi para casa. Policiais rodoviários informaram ter recebido ligações de motoristas pedindo ajuda. A PRF informou que vai multar os caminhões que estiverem impedindo a passagem de quem queira sair.

Um motorista de uma cidade da região que transporta mercadorias para açougues revelou à Tribuna que ficou quatro dias parado em Juiz de Fora. “Tem quatro dias que estou aqui. Eles estavam me impedindo de sair. Vou ficar sofrendo até quando, sendo que moro tão perto e poderia estar esperando em casa?”, desabafou, após receber apoio dos policiais rodoviários federais para deixar o grupo.

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O caminhoneiro Samuel Paulino, que tem respondido pelo movimento grevista naquele trecho, negou que motoristas tenham sido impedidos de sair. “Quem está aqui, está porque quer. Não estamos prendendo ninguém. A gente só pede apoio, porque, se todo mundo for embora, não tem apoio. E a hora de manifestar é agora.”

Conforme Samuel, a mobilização será mantida, mesmo após o segundo acordo feito entre o Governo federal e os representantes de caminhoneiros, anunciado neste domingo (27) pelo presidente Michel Temer. “O Governo não está fazendo acordo com ninguém. O que ele (Temer) falou lá ontem é só mesmo um paliativo. A gente quer que ele retire o imposto do combustível (álcool, gasolina e o óleo diesel).”

O ministro Sergio Etchegoyen (GSI) disse que a escolta oferecida pelas forças federais aos caminhoneiros em todo o país está garantindo um fluxo maior nas estradas, pois muitos estavam parados porque sofriam ameaças. Ele afirmou ainda que estão buscando caminhoneiros que “estejam se aproveitando de um momento bastante crítico para o abastecimento brasileiro”.

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Apoio da comunidade

No oitavo dia da paralisação, manifestações de apoio ao movimento continuam sendo vistas no entorno da cidade. Além do fornecimento de alimentação para os grevistas, dois cabeleireiros e três alunos de um curso de barbearia foram nesta segunda-feira (28) ao ponto de concentração dos caminhoneiros no Distrito Industrial para oferecer serviço de corte de cabelo e barba aos manifestantes. Os profissionais de beleza improvisaram um salão nos fundos de uma cooperativa para fazer os trabalhos. Os motoristas aprovaram a iniciativa e fizeram fila para serem atendidos.

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