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Combustível sobe às vésperas do Carnaval em JF

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O juiz-forano que acompanhava, quase incrédulo, a redução nos preços de gasolina e etanol nas últimas semanas, se surpreendeu ao encontrar os combustíveis mais caros nos últimos dias. A última coleta realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no dia 19, apontava que os preços médios praticados na cidade eram de R$ 4,672 (gasolina) e R$ 2,988 (álcool). Essa semana, no entanto, os valores estão muito acima desses percentuais. Nesta quinta-feira (28), era praticamente impossível achar etanol abaixo de R$ 3 o litro. Em contrapartida, era fácil achar gasolina custando mais de R$ 4,79 no mercado local.

A Tribuna foi às ruas nesta quinta e percorreu sete dos 13 postos cujos preços são monitorados pela agência reguladora. Em relação ao etanol, todos apresentaram alta nos valores praticados na semana passada, com litros variando de R$ 3,059 a R$ 3,299, de acordo com o estabelecimento escolhido. Em relação à gasolina, em apenas dois postos os preços ficaram inalterados. Nos demais, houve majoração, com litro oscilando de R$ 4,590 a R$ 4,890. Vale lembrar que, em alguns estabelecimentos, esses preços só eram praticados para o consumidor que fizesse o pagamento no dinheiro ou no cartão de débito.

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Enquanto a maioria reviu os valores para cima, houve quem fizesse promoção, baixando a gasolina para R$ 4,39 e o álcool para R$ 3,069 nesta quinta, motivando numerosas filas nos postos da marca localizados em Juiz de Fora.

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A reportagem da Tribuna percorreu as ruas e encontrou gasolina por um custo de R$4,89 o litro do combustível

Procurado, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), que representa os mais de quatro mil postos mineiros, afirmou, por meio de sua assessoria, que não comenta preço de bomba dos combustíveis. Nas conversas de motoristas com frentistas, no entanto, a justificativa dada era de que o aumento foi motivado pela proximidade do feriado e a consequente maior procura percebida em Juiz de Fora, a exemplo do verificado em todo o país.

Uma motorista, que preferiu não ser identificada, considerou absurda a elevação às vésperas do Carnaval. Ela comenta que, nas últimas semanas, estava abastecendo com etanol pagando uma média de R$ 3,04 o litro. “Há umas duas semanas, paguei R$ 2,97. Essa semana, no entanto, o litro voltou para R$ 3,08, mas, em um intervalo de dois dias, já subiu mais, para R$ 3,15.” A escalada de preços, afirma, refere-se a um mesmo posto de combustível. Em outros postos, ela chegou a encontrar o litro a R$ 3,29.

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Surpreso com a escalada, um motorista de aplicativo decidiu perguntar ao frentista o motivo dos aumentos consecutivos em curto espaço de tempo e a justificativa foi a esperada: o aumento da demanda em função das viagens de Carnaval. No caso dele, que estava pagando, em média, R$ 2,96 pelo etanol e R$ 4,63 pela gasolina, viu os valores subirem para R$ 3,14 e R$ 4,72, respectivamente, em Juiz de Fora. “Eu, por exemplo, que dependo do combustível para trabalhar, independente de feriado, estou passando aperto com essa escalada sazonal.”

Tendo por base os valores apurados pela ANP, o preço médio de R$ 4,672 praticado em Juiz de Fora na semana passada representa alta de 5,39% ante o valor médio do litro verificado na cidade em fevereiro de 2018. Na época, o litro custava R$ 4,433. Em relação ao etanol, foi verificada queda de 4,53% nos valores médios, que recuaram de R$ 3,130 (fevereiro de 2018) para R$ 2,988 (fevereiro deste ano).

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Investigação

Conforme a Tribuna noticiou no início de fevereiro, o preço elevado dos combustíveis virou objeto de investigação na 13ª Promotoria de Defesa do Consumidor. O órgão instaurou procedimento para apurar se postos estariam obtendo lucro excessivo com a venda de combustível na cidade. Quatro estabelecimentos já foram notificados e apresentaram a documentação solicitada, como notas fiscais e livros de registro.

Conforme a Promotoria, a papelada foi encaminhada a um contador do Ministério Público para apuração. O procedimento teve origem em representações apresentadas pelos consumidores através da ouvidoria e pode ser estendido a todos os postos em atividade no município. Entre as queixas, está a de que as baixas promovidas pela Petrobras junto às refinarias não seriam repassadas ao consumidor final. Caso o lucro excessivo seja constatado, os estabelecimentos serão autuados.

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