Até agora, novembro foi o melhor mês para o mercado de trabalho juiz-forano. Na cidade, foram criados 577 empregos com carteira assinada, resultado de 4.129 contratações e 3.552 demissões. Este é o quinto mês do ano com performance positiva na cidade, o quarto consecutivo. A curva ascendente é verificada desde agosto (361), confirmada nos meses de setembro (411) e outubro (57). Abril foi um mês fora da curva, quando foram criadas 464 vagas formais. Em todos os outros meses, o quadro foi de retração: janeiro (-541), fevereiro (-391), março (-410), maio (-133), junho (-37) e julho (-254).
Os dados integram o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados nesta quarta (27). No ano, o saldo é positivo em 211 oportunidades. Considerando o período de 12 meses, o resultado ainda é deficitário em 877 vagas celetistas. Na comparação com o mesmo período do ano passado, mais uma vez, é possível identificar a melhora no desempenho. Em novembro de 2016, o cenário era inverso, com redução de 161 postos de trabalho formais. No acumulado de janeiro a novembro daquele ano, foram eliminados 2.369 empregos celetistas na cidade. Em 12 meses, a retração chegava a 3.606 vagas. A consulta ao desempenho dos setores econômicos não estava disponível, por município, nesta quarta-feira (27).
Para o economista Antônio Flávio Luca do Nascimento, o resultado de Juiz de Fora é considerado “bom” e “estimulante”, mas ele adverte que a recuperação do emprego é lenta, passo a passo. O economista destaca o impacto positivo das contratações temporárias e também o aquecimento verificado tanto na indústria quanto no comércio em função da maior disposição para compras neste final de ano. Por isso, o cenário positivo é verificado na maior parte do segundo semestre, de agosto em diante.
Apesar de o MTE não ter divulgado a especificação por setor, a aposta de Antônio Flávio é que o comércio tenha sido o principal responsável por este cenário. Destacando que o emprego é a mola motriz do desenvolvimento, ele tem expectativas positivas em relação a 2018, diretamente relacionadas ao comportamento do PIB, apesar dos eventos da eleição e da Copa do Mundo.
Impacto das novas regras
Ao contrário do que vinha acontecendo nos meses anteriores, enquanto o cenário de Juiz de Fora foi positivo, o do país apresentou retração, com o fechamento de 12.292 empregos formais em novembro. O saldo negativo do mês, aliás, interrompe a sequência de sete meses seguidos de geração de empregos formais. O balanço inclui os contratos firmados já sob as novas modalidades previstas na reforma trabalhista, como a jornada intermitente, que apresentou geração de 3.120 postos contra 53 desligamentos – saldo ficou positivo de 3.067 no mês passado. No caso da jornada parcial, foram 744 admissões contra 513 desligamentos (saldo positivo de 231). Conforme o MTE, foram 805 desligamentos por acordo entre trabalhadores e empresas. As regras começaram a vigorar em 13 de novembro. Resultados até outubro de 2017 não incluíam essas informações.
No acumulado de 2017 até novembro, há abertura de 299.635 postos de trabalho com carteira assinada. Em 12 meses, há fechamento de 178.528 vagas. No país, o resultado mensal foi impactado pela indústria da transformação, que cortou 29.006 postos formais em novembro. Também tiveram desempenhos negativos os setores de construção civil (-22.826), agropecuária (-21.761), serviços (-2.972), administração pública (-2.360), indústria extrativa mineral (-1.155) e os serviços de utilidade pública (-814). O único setor com geração de vagas foi o comércio, que abriu 68.602 novos postos em novembro no país.
O Ministério do Trabalho prevê a criação de 1.781.930 postos formais de trabalho em 2018, considerando crescimento da economia de 3% no próximo ano, o que levaria o estoque de emprego ao patamar do primeiro trimestre de 2016. Se o avanço do PIB chegar a 3,5%, o desempenho do mercado de trabalho pode ser ainda melhor, com geração de 2.002.945 novas vagas em 2018, levando ao patamar de dezembro de 2015.