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Juiz de Fora perde mais de 4.200 postos de trabalho este ano

comercio fechado foto fernando priamo
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Juiz de Fora perdeu 4.265 empregos formais entre janeiro e abril deste ano, conforme o primeiro levantamento de 2020 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (27). O saldo é resultado das 15.351 admissões ante as 19.616 demissões feitas no período. No ano passado, entre janeiro e abril, a cidade criou 1.320 empregos com carteira assinada. Os segmentos econômicos mais impactados na cidade, no entanto, não foram divulgados pela pasta federal. A Tribuna demandou os dados por setor econômico no município, mas não recebeu retorno do Ministério da Economia até o fechamento desta edição.

Na avaliação da professora da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Fernanda Finotti, o desempenho negativo é consequência do isolamento social, uma das medidas adotadas para conter a pandemia do coronavírus. “O que temos (comparando o mesmo período em 2019 e 2020) é que não criou-se e ainda se desfez postos de trabalho. Então, é de 5.585 vagas a destruição atribuída a esse período de isolamento social”, observa. “Todas as atividades estão parcialmente paralisadas, e só não foi pior por conta dos programas de emprego e renda do Governo federal que permitiram aos empregadores usar o seguro-desemprego para não demitir”, analisa.

Apesar de dados setoriais não terem sido, até o momento, divulgados, a professora avalia que, na cidade, o pior desempenho será na área de comércio e serviços. “(A economia em) Juiz de Fora é muito concentrada nestes segmentos, que são dois setores muito afetados (pelo isolamento social). Algum serviço ou atividade comercial pode ser feito de forma remota, mas não é a mesma coisa. Comércio e serviços vão puxar esse resultado na cidade, com certeza. Até porque nossa indústria não é muito representativa.”

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Em março, quando os primeiro caso da Covid-19 foram diagnosticados em Juiz de Fora e a pandemia avançou na cidade, o Município decretou medidas restritivas em relação ao funcionamento de setores econômicos, entre eles o de comércio e serviços, além de orientação de isolamento social por toda a população. Naquele mês, a cidade registrou perda de 1.050 empregos com carteira assinada. O pior resultado do intervalo foi verificado em abril, mês em que 3.075 postos formais foram extintos (ver quadro abaixo).

Com o resultado negativo e o cenário incerto para os próximos meses, Fernanda Finotti destaca a necessidade de um planejamento para retorno das atividades econômicas, aos moldes do programa estadual Minas Consciente, o qual o Município aderiu este mês. “Eu acho que a gente já chegou no limite do que é possível. Não estou dizendo que a gente precise voltar, mas a gente precisa ter pelo menos um planejamento desse retorno (…). A contaminação vai continuar acontecendo porque não temos a vacina, e o vírus existe, mas tem que se fazer uma análise mais qualitativa de quem são os infectados e como eles podem ser mais protegidos. Não é solução deixar todo mundo em casa sem um planejamento.”

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