Juiz de Fora perdeu 733 empregos com carteira assinada em janeiro, resultado de 5.952 demissões contra 5.219 admissões no primeiro mês do ano. O resultado é quase cinco vezes pior do que o verificado no mesmo mês de 2014, quando o saldo foi negativo em 149 vagas. Só perde para o desempenho verificado na cidade em 2011 – o auge da crise financeira internacional – quando o estoque foi de -740. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Dentre os oito setores produtivos mapeados pelo MTE, o comércio foi o que contribuiu de forma mais significativa para o cenário, demitindo mais do que contratando e fechando 701 postos de trabalho no mês em Juiz de Fora. Os serviços ficaram em segundo lugar (-25). A indústria de transformação também apresentou retração, mesmo em menor percentual (-4). A construção civil foi o único segmento que conseguiu fechar o mês criando oportunidades com carteira assinada: 11 no total. Em 12 meses, o estoque é negativo em 670 oportunidades no município.
O presidente do Sindicato do Comércio (Sindicomércio), Emerson Beloti, atribui o resultado do setor à constatação de que a maioria dos contratados temporariamente para as festas de final de ano não foi efetivada. Segundo Beloti, o comércio está tentando se adequar ao cenário atual, de sufoco financeiro enfrentado por pequenas e médias empresas, provocado por aumento de custos e elevada carga tributária, e faturamento aquém do desejado, em função das vendas desaquecidas. “A nossa expectativa é que alguma coisa aconteça no cenário econômico que desafogue as empresas.”
Pior em 6 anos
No país, o saldo negativo de 81.774 postos de trabalho foi o menor resultado desde 2009, quando o país iniciou o ano com déficit de 101,7 mil empregos formais. Para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o dado negativo deve-se a fatores sazonais. “Os setores que tradicionalmente fazem demissões nesse período, por questões como o fim do período de férias, foram os que mais perderam vagas”, disse em nota divulgada pelo ministério.
O comércio varejista teve redução de 97.887 postos (queda de 1,25%) na comparação com janeiro do ano passado. Já o comércio atacadista ficou estável, com 87 vagas formais. Na área de serviços, houve perdas nos setores de alimentação (bares, hotéis e restaurantes) e hospedagem. No geral, os serviços apresentaram queda na criação de empregos (-7.141), redução de 0,04%. A indústria de transformação, que apresentava desempenho negativo há oito meses, voltou a contratar em janeiro, encerrando o período com mais 27.417 postos de trabalho, conforme informações da Agência Brasil.