Ícone do site Tribuna de Minas

Preço da gasolina passa dos R$ 5 em postos de Juiz de Fora

p03 leonardo costa
Motoristas temem repasse, nas bombas, de novo reajuste aplicado pela Petrobras, na semana passada, às refinarias (Foto: Leonardo Costa)
PUBLICIDADE

Vendido por até R$ 5,16, o litro da gasolina em Juiz de Fora apresenta o valor mais alto na lista de 12 municípios mineiros pesquisados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (25) e se refere à coleta de informações realizada entre os dias 17 e 23 de janeiro, quando nem todos os postos tinham sentido os impactos do reajuste de 7,6% anunciado pela Petrobras, na última terça (19). Por isso, a expectativa é que a gasolina possa ficar ainda mais cara.

Os dados da ANP mostram uma variação de preços entre R$ 4,83 e R$ 5,16, o que levou ao valor médio de R$ 4,92 durante a semana passada. Na segunda, a Tribuna entrou em contato com dez postos da cidade, e em todos eles o preço estava acima do valor médio, indo de R$ 4,99 a R$ 5,10.

PUBLICIDADE

O segundo preço mais alto revelado pela pesquisa da ANP também foi encontrado na Zona da Mata, no município de Manhuaçu, onde o litro da gasolina chega a R$ 5,04. Também na região, Caratinga e Ubá aparecem em quarto e sexto lugares do ranking, com preços máximos de R$ 4,98 e R$ 4,85, respectivamente. A capital Belo Horizonte é a penúltima da lista, onde o litro da gasolina era vendido por, no máximo, R$ 4,79.

PUBLICIDADE

Histórico
A Petrobras elevou o preço médio do litro da gasolina nas refinarias em R$ 0,15 no último dia 19. Desta forma, o valor passou de R$ 1,84 para R$ 1,98, o que correspondeu ao aumento de 7,6%.

Este foi o primeiro reajuste realizado em 2021 e ocorreu 20 dias após o último. No dia 29 de dezembro, a estatal aumentou o preço da gasolina em 5%. De acordo com a Petrobras, os preços sofrem efeitos diretos do valor do petróleo e do câmbio.

PUBLICIDADE

Impactos

Para os juizforanos, a possibilidade de repasse do novo reajuste da Petrobras em um momento em que o valor da gasolina na cidade já é considerado caro não só pesa no orçamento, mas, também, dificulta a realidade de quem depende dos veículos para trabalhar.

PUBLICIDADE

O presidente do Sindicato dos Taxistas, José Moreira de Paula, explica que a atual tabela de preços do serviço foi calculada com base no valor da gasolina a R$ 3,84. “É mais um custo que teremos que absorver, pois não dá para repassar ao consumidor, pois nossa demanda já havia reduzido e, com a pandemia da Covid-19, caiu ainda mais”, analisa. “É mais uma dificuldade para a categoria.”

O representante comercial Leonardo Souza relata que o preço da gasolina interfere diretamente na rotina de trabalho. “A gasolina está cara e representa um custo considerável das despesas no meu dia a dia. A situação não está fácil por causa da pandemia, e reajustes consecutivos tornam tudo mais complicado, quase inviável.”

Etanol e diesel

PUBLICIDADE

A pesquisa da ANP também apresentou os preços de etanol e diesel em Juiz de Fora. O primeiro oscilava entre R$ 3,45 e R$ 3,74, mantendo o preço médio de R$ 3,55. Já o segundo era comercializado entre R$ 3,85 e R$ 4,16, tendo valor médio de R$ 3,91.

No levantamento realizado juntos aos postos pela Tribuna, nesta segunda, os valores se mantiveram nas mesmas faixas de preço apuradas pela agência reguladora.

Minaspetro rebate posicionamento da Petrobras

PUBLICIDADE

Procurado pela Tribuna, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), por meio de sua assessoria, afirmou que não comenta os valores praticados pelo mercado, mas enviou uma nota em que rebate a declaração feita pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico, no dia 13 de janeiro. Na publicação, ele teria dito que “os revendedores são rápidos em repassar aumento de preços para os consumidores e são lentos para repassar a queda de preços”.

Em nota, o Minaspetro afirmou que “nesta cadeia entre poço e posto, existe o papel das distribuidoras, usinas de biocombustíveis (etanol e biodiesel) e, principalmente, da complexa carga tributária que não acompanha, na mesma velocidade, as variações de preços anunciadas pela companhia”.

Sair da versão mobile