O futebol, como uma das principais paixões da maioria dos brasileiros, interfere em diversos aspectos da sociedade de maneira direta, entre eles, a economia. Desta forma, muitos torcedores consomem artigos esportivos relacionados a seus respectivos times de coração, como camisas, copos e chaveiros, dentre outros. Tais aquisições são intensificadas quando os clubes atravessam momentos positivos e brigam por títulos.
Esse cenário é confirmado por Ricardo Assis, diretor de Marketing da Torcedor Esporte Clube Franchising, rede de artigos esportivos com filial em Juiz de Fora. “O aumento é perceptível quando o time vai bem no ano”, relata. Segundo ele, as vendas dos artigos costumam dobrar quando os clubes estão brigando por títulos. “Times que estão em alta costumam ter um aumento em torno de 100% das vendas. Essa variação depende muito do clube e da região. Temos lojas em várias cidades do país, locais onde os times que mais estão em alta não são chamativos. O fator regional é importante”, afirma.
Em Juiz de Fora, cidade em que os clubes do Rio de Janeiro concentram a maioria dos torcedores, vale destacar o aumento do consumo de camisas por parte de torcedores do Botafogo, atual segundo colocado do Campeonato Brasileiro e que voltou a disputar o título nacional pela primeira vez desde 1995. Outro destaque é o Fluminense, que conquistou pela primeira vez, no dia 4 de novembro, a Copa Libertadores da América. “A procura de camisas do Botafogo foi muito alta. A própria fornecedora oficial não deu conta de nos entregar em determinadas épocas, dado o fato de a procura ter ficado muito aquém em anos anteriores. Quando falamos de Fluminense, também houve aumento significativo, porém intensificado depois do título da Libertadores. A procura por presentes também aumentou muito, itens como copos, canecas, chaveiros, chinelos e toalhas entre outros itens”, conta Assis.
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Recordação sentimental
O motivo pelo qual as pessoas buscam os produtos em momentos positivos de seus clubes é para ter “alguma recordação daquela boa fase”, como é o caso de Nathan Marcelino, estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que ganhou de seu pai uma camisa do Botafogo pelo desempenho da equipe no Brasileirão. “Foi na virada do turno. Meu pai me deu a camisa porque eu queria muito. Eu não cheguei a pedir a ele, meu pai presumiu, porque eu estava muito feliz com a fase que o Botafogo estava passando”, conta.
Além de servir de recordação de grandes momentos, a compra de uma camisa de time também pode fazer parte de uma promessa caso o clube alcance determinado resultado. Guilherme Porto, também universitário da UFJF, recorda que prometeu comprar uma camisa idêntica a utilizada pelo Flamengo na final da Libertadores de 2022, caso a equipe fosse campeã. “Eu fiz uma promessa que, se o Flamengo levasse o título, eu iria comprar uma camisa semelhante, com os mesmos patrocínios e patchs (emblemas) usados pelo clube no jogo. Ainda bem que deu certo. Lembro que, pouco tempo depois do final da partida, entrei logo no site e fiz a compra sem pestanejar. Sendo bem sincero, sou muito adepto desse tipo de promessa, pois a camisa torna-se algo muito especial na nossa vida”, relata Guilherme.
Ele revela que já fez uma nova promessa para 2023, caso o Flamengo consiga ser campeão brasileiro neste ano. “Para esse ano, tenho outra promessa semelhante envolvendo o Flamengo. Se o time conseguir ser campeão brasileiro, irei comprar a camisa com o patch de campeão do Brasileirão”, afirma.
*Vinícius Soares, estagiário sob supervisão da editora Fabíola Costa