Após 21 dias, terminou ontem a greve dos bancários. Reunidos em assembleia, os trabalhadores decidiram aceitar a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no último sábado, dia 24, de reajuste de 10% para os salários, benefícios e participação nos lucros, mais 14% para os vales-refeição e alimentação. Hoje os bancos públicos e privados retomam as atividades normalmente.
A negociação entre bancos e trabalhadores começou em agosto e, diante da ausência de acordo, a categoria deflagrou greve no dia 6 de outubro. O movimento atingiu 12 mil agências bancárias em todo o país. Na Zona da Mata, foram 70 unidades, sendo 52 só em Juiz de Fora, conforme informações do Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora e Zona da Mata (Sintraf-JF). Os trabalhadores reivindicaram reajuste de 16%, valorização do piso salarial, PLR de três salários mais R$ 7.246,82, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, melhores condições de trabalho, fim da terceirização, dentre outros.
Durante o período de greve, a Fenaban fez duas propostas de reajuste que foram rejeitadas pelos bancários, sendo consideradas “desrespeitosas”. De acordo com o secretário-geral do Sintraf-JF, Carlos Alberto de Freitas Nunes, a terceira proposta, aceita ontem em assembleia, só foi possível graças à mobilização dos trabalhadores e à atuação do comando nacional nas negociações que ocorreram em São Paulo. “Os banqueiros aguardaram 14 dias de greve, último recurso de reivindicação, para insistirem no desrespeito com a categoria. Após fazer o comando e os bancários esperarem, marcaram e desmarcaram reuniões, causando desgaste e transtornos para a categoria e a população, um total descaso com a luta dos trabalhadores.”