As obras de edificação da fábrica da Ardagh Glass Packaging já têm quase 70% dos trabalhos previstos concluídos. A informação foi dada à Tribuna pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), uma das articuladoras da chegada da multinacional Ardagh Group à cidade, em anúncio feito em maio do ano passado. Na ocasião, em solenidade com a presença da prefeita Margarida Salomão (PT) e do governador Romeu Zema (Novo), representantes da multinacional anunciaram a instalação de duas plantas de subsidiárias do grupo na cidade, uma para produção de embalagens de vidro, a Ardagh Glass Packaging, e outra fábrica, de latas de alumínio, a Ardagh Metal Packaging. A estimativa é de que os investimentos alcancem a marca de R$ 2,5 bilhões.
“As obras de edificação da Ardagh Glass já atingiram quase 70% do conjunto previsto. A empresa tem pessoal em treinamento no Senai, e os equipamentos da unidade industrial seguem sendo importados para sua instalação”, afirmou a PJF em nota encaminhada à reportagem. Nos últimos dias, circularam informações de que as obras da Ardagh Glass Packaging, que estão sendo realizadas em um terreno ao lado da montadora Mercedes-Benz, às margens da BR-040, na altura do KM 773, passavam por um momento de desaceleração. Para verificar a situação, na tarde desta terça-feira (25) a reportagem esteve no entorno das obras e foi possível identificar a presença de operários e maquinários trabalhando no local.
A Tribuna questionou a Ardagh Group sobre os andamentos da obra e uma possível desaceleração dos trabalhos, mas, até a edição deste texto, ainda não havia obtido uma resposta. Diante da estimativa da Prefeitura de que as obras já atingiram um patamar de 70% dos trabalhos previstos, no entanto, é possível constatar que haverá atrasos no cronograma anteriormente definido. Em março deste ano, a prefeita Margarida Salomão chegou a visitar o canteiro de obras e, naquele momento, a estimativa era de que a conclusão das obras do prédio Ardagh Glass Packaging fossem concluídas agora no mês de julho.
Funcionando em dezembro
A previsão inicial é de que os trabalhos da primeira fábrica da Ardagh Group em Juiz de Fora tenham início ainda em dezembro deste ano. Da mesma forma, a construção da planta da Ardagh Metal Packaging, exclusiva para a fabricação de latas de alumínio, estava prevista para ser iniciada após os avanços da fábrica de embalagens de vidro. A reportagem também questionou a multinacional sobre a manutenção dessas metas, mas, da mesma forma, ainda não obteve retorno.
A intenção da multinacional é instalar em Juiz de Fora a quarta fábrica de embalagens de alumínio da Ardagh Group no Brasil e a primeira de vidro do grupo no país. As plantas serão instaladas em um terreno de 260 mil metros quadrados e contarão com 130 mil metros quadrados de área construída para produção e estoque. De acordo com a empresa, a fábrica de Juiz de Fora terá capacidade de produzir até três bilhões de latas de alumínio por ano.
Incentivos tributários
A cidade mantém muita expectativa pela chegada da multinacional na cidade. Isso porque, além da geração de empregos, também é esperado que o investimento resulte em retorno fiscal para o município. Com a chegada do empreendimento, a previsão é de que 680 postos de trabalho diretos sejam criados.
Para facilitar a vinda dos investimentos, entre junho e julho do ano passado, a Câmara Municipal aprovou a concessão de incentivos fiscais e econômicos para que duas subsidiárias da multinacional Ardagh Group implantem suas linhas de produção em Juiz de Fora. Os projetos de lei aprovados pelos vereadores autorizam o Município a conceder benefícios fiscais relacionados aos impostos sobre Propriedade Predial e Territorial Urbano (IPTU), Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)
Entre os benefícios autorizados e que devem ser concedidos às duas subsidiárias do Ardagh Group está a isenção da alíquota de 2% sobre o valor total do imóvel, por um prazo de dez anos, contados a partir do início de suas atividades; a isenção da alíquota de 2% do ITBI sobre o valor total se dará no ato da aquisição da área destinada ao investimento; e redução de 5% para 2% da alíquota do ISSQN para empresas contratadas pela multinacional para trabalhos de execução e fiscalização da obra de construção civil das fábricas; e a aquisição de equipamentos específicos.