Depois de registrar cinco semanas de altas consecutivas, o preço médio do litro de leite tipo C chegou a R$ 3,43 em Juiz de Fora, conforme pesquisa mais recente divulgada pela Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA) no dia 20 de junho. O valor corresponde a alta de 7,8% em comparação aos R$ 3,18 que eram praticados na cidade em 9 de maio, data a partir da qual o produto começou a encarecer. O principal motivo para os reajustes ao consumidor tem sido a redução da oferta do produto. Por conta disso, o juiz-forano deve redobrar a atenção na hora das compras: o leite tipo C apresenta variação de 40%, sendo vendido entre R$ 2,85 e R$ 4. Em consequência, os derivados também já estão até 32% mais caros.
A produção leiteira nas propriedades diminuiu em decorrência do período de entressafra e, também, das dificuldades enfrentadas por conta da necessidade de readequação de insumos, após os 11 dias de paralisação dos caminhoneiros, e da crise econômica. A expectativa é de que a alta dos preços continue no próximo mês, atingindo toda a cadeia de lácteos.
O assessor da SAA, Dalton Abud, explica que a oferta de leite diminuiu além do esperado para o período, o que acarretou os consecutivos reajustes ao consumidor. “Há uma variação sazonal que provoca a queda da produção. No outono, a paisagem está mais degradada, o que desestimula a pastagem, por isso, a captação de leite acaba sendo menor. Porém, alguns agravantes interferiram neste processo, intensificando a diminuição da oferta”, explica. “Os 11 dias da paralisação dos caminhoneiros deixaram as propriedades desabastecidas de insumos para alimentação do gado, além disso, desde 2017, a crise econômica tem feito muitos produtores migrarem para a produção de corte.”
Apesar disso, ele acredita que não há riscos de desabastecimento do produto. “Infelizmente, com a alta de preços, o consumo de leite tem diminuído. A população também sofre com a situação econômica, e a opção diante dos reajustes é reduzir o consumo.” Para ele, a situação vai afetar toda a cadeia de lácteos. “Os derivados também encareceram, e como o valor agregado é maior, a tendência é que a queda nas vendas também seja.” Ele destaca que, apesar da alta de preços, o valor pago aos produtores continua baixo. “Enquanto o consumidor paga, em média, R$ 3,43, o produtor recebe R$ 1,15.”
Leite condensado, manteiga e queijo também ficam mais caros
O reflexo do encarecimento do leite no preço dos derivados já foi constatado nos estabelecimentos da cidade. A pesquisa Guia do Consumidor, também realizada pela SAA, mostrou alta de até 32% em produtos lácteos no prazo de uma semana. A lata de leite condensado da marca mais barata, que era vendida pelo preço médio de R$ 3,02 no dia 14 de junho, subiu para o valor médio de R$ 3,99 no último dia 21. Outros oito produtos também ficaram mais caros neste período.
A segunda maior alta (18,5%) foi verificada no requeijão cremoso da marca mais barata, que passou de R$ 7,08 para R$ 8,39. Em seguida aparece o queijo minas padrão da marca mais barata (12,9%), que subiu de R$ 28,26 para R$ 31,93 o quilo. Já a manteiga de primeira qualidade da marca mais barata registrou alta de 11%, indo de R$ 5,99 para R$ 6,65. Os outros itens da lista são o leite em pó integral, o leite longa vida da marca mais barata, o queijo mussarela a granel e o queijo minas frescal.