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Consumidor vai às ruas na Black Friday

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São tantos apelos que o consumidor fica até perdido. Os órgãos de defesa do consumidor perceberam e estão de olho nisso. O comércio juiz-forano amanheceu colorido de amarelo e preto. Para atrair a atenção dos consumidores e levá-los para dentro das lojas, valeu de tudo um pouco. As vitrines ganharam cortinas gigantescas, foram enfeitadas com bolas e estamparam cartazes, com anúncios de promoções em letras garrafais. As grandes redes aderiram, em massa, à Black Friday, nesta sexta (25), dia conhecido pelos saldões no comércio virtual, que chegou, de vez, também às lojas físicas.

Livrarias, farmácias e lojas de telefonia celular, roupas, sapatos e acessórios também estão com promoção. Há ainda uma infinidade de serviços com preços mais baixos, incluindo passagens aéreas, diárias de hotel e pacotes em academias. No início da manhã, um grupo de funcionários da Claro, que cantava, dançava e distribuía simpatia no Calçadão, chamou a atenção de quem passava no local. Apesar das estratégias, o movimento não se comparou ao tumulto esperado e verificado em edições anteriores. Com exceção de algumas lojas, como a Americanas, que ficou lotada desde cedo.

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Durante todo o dia, o Serviço de Defesa do Consumidor (Sedecon) da Câmara Municipal monitorou denúncias de ofertas suspeitas por meio das redes sociais. Os usuários puderam expor a situação em suas contas pessoais (Facebook ou Twitter), utilizando, na postagem, a hashtag #sedeconnablackfriday. Até o final da manhã, o órgão havia recebido sete mensagens, todas com pedidos de informação sobre como proceder para documentar as ofertas. Segundo o coordenador Carlos Alberto Gasparete, a orientação dada aos consumidores foi para fotografarem os anúncios, verificar se as condições de pagamento estavam legíveis, colocando o Sedecon à disposição para abertura de procedimentos.

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O órgão dispõe de uma tomada de preços realizada em outubro pelos Procons do Rio de Janeiro e de São Paulo, que listou modelos de celulares, geladeiras e eletrônicos mais buscados durante a Black Friday. Com esta tabela, será possível verificar se houve, de fato, redução nos valores praticados em Juiz de Fora. Para Gasparete, a adesão foi positiva, considerando que é um instrumento novo. “Estou na expectativa que possa auxiliar as pessoas.” A intenção, inclusive, é manter o canal aberto inclusive após a Black Friday. Preocupado com a agressividade da campanha, o especialista reforça a importância da pesquisa de preços e adverte que, em tempos de economia fragilizada e risco de desemprego, a compra por impulso é uma irresponsabilidade.

Já as equipes do Procon foram às ruas à tarde, percorrer o comércio central, realizar pesquisa de preços e verificar se, realmente, há redução de custo. Segundo o superintendente do órgão, Eduardo Schröder, os profissionais estão monitorando preços das lojas físicas e comércio virtual e, nesta sexta, vão conferir se os descontos anunciados realmente estão sendo praticados. “Não é uma fiscalização, é uma averiguação, com o objetivo de saber se o consumidor está sendo enganado.” Outra meta é orientar os juiz-foranos sobre consumo consciente. Em avaliação prévia, a impressão de Schröder é que as variações de preço, quando existem, são muito pequenas. “Existe muito ensaio promocional, muito marketing.” Para o superintendente, em tempos de mercado recessivo, quem tem dinheiro na mão consegue barganhar preço, sem necessidade de madrugar em filas ou enfrentar lojas lotadas nesta sexta-feira.

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Nas ruas

A faxineira Vilma Aparecida da Luz chegou cedo no comércio e levou para casa um ferro por R$ 29,90. Segundo ela, antes da data, o produto era vendido a R$ 69. Em tempos de dinheiro curto, diz, o desconto de 57% valeu a pena. O casal Princiane Calegário e Gilver Oliveira pesquisou bastante antes de comprar a Smart TV de 40 polegadas. Segundo eles, o produto era vendido a R$ 2.699. Na Black Friday foi comprado a R$ 2.099. Pela economia de R$ 600 no bolso, vale até carregar o produto nas costas.

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Na Ponto Frio da Rua Halfeld, o gerente Jonathan Menezes afirma que, apesar da movimentação, a procura estava aquém do esperado. Um dos motivos, segundo ele, seria o momento econômico delicado. Para o gerente do Magazine Luiza, Silverson dos Santos, as vendas estão dentro das expectativas, motivadas pela procura por aparelhos eletrônicos.

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