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Comércio abre 700 vagas temporárias em Juiz de Fora

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Até novembro, o setor comercial em Juiz de Fora deve abrir cerca de 700 vagas para contratação temporária para a reta final do ano. Dessas oportunidades, por volta de 30% devem se tornar efetivas, de acordo com estimativa do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF). O reforço nas equipes visa ao atendimento da demanda impulsionada por datas importantes para o setor, como a Black Friday e o Natal.

A maioria das vagas abertas no município são para a área de vendas, conforme o presidente do Sindicomércio-JF, Emerson Beloti. Em segmentos como o de alimentação, o perfil se volta para atendimento e reposição de mercadorias.

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Segundo o representante da categoria, o número de oportunidades oferecidas na cidade está no mesmo patamar que o registrado em 2022, entretanto, ainda segue abaixo do período anterior à pandemia da Covid-19, quando a empregabilidade pelo setor estava em evolução, e as vagas ofertadas nos finais de ano eram em torno de mil.

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“O comércio de varejo ainda vem se recuperando, porque, de certa forma, criou-se muito o hábito de comprar pela internet, pelo e-commerce e por plataformas, e esse hábito ainda existe”, comenta. Diante disso, Beloti destaca a necessidade de o segmento buscar se diferenciar, como no atendimento aos clientes. “O varejo está se transformando, e os empresários do comércio têm que ir se adaptando.”

Na loja Mey Bijuterias, as contratações para reforçar a equipe no final de ano já começaram. De acordo com a gerente Juliana Monteiro, o estabelecimento contratou duas pessoas para vendas e está à procura de outra para atuar como fiscal de loja. “Nós recebemos muito currículo o tempo todo, a procura está grande”, comenta.

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Diante da competitividade, alguns pontos no currículo podem contribuir para o preenchimento das vagas. “Para fiscal, pedimos que tenha experiência, por ser uma função mais delicada, e a demanda no local exige um pouco mais disso. Para vendas, a pessoa não precisa de experiência, mas um diferencial seria um curso, por exemplo, de maquiagem, porque trabalhamos com essa linha de produtos.”

Já a experiência prévia na área de vendas é um fator positivo para quem busca uma vaga na unidade do Magazine Luiza localizada na Avenida Rio Branco. A habilidade não precisa ser, necessariamente, em loja de varejo de eletrônicos, conforme a gerente do estabelecimento Elaine Matos. “Para o cargo de vendedor, pedimos experiência no ramo de vendas, mas a pessoa não precisa ter experiência no segmento de eletrônicos, porque, aqui, nós damos treinamento”, explica.

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A temporada de contratações também já começou no estabelecimento, que preencheu três vagas para vendas e para o estoque. O número de oportunidades deve se ampliar até o final do ano. Após o período de contratação temporária, que dura três meses, os funcionários contam com a chance de serem efetivados. “Nós deixamos claro na hora da entrevista com o candidato que fazemos um período de experiência, é um serviço temporário, mas, a depender do desempenho do candidato, o efetivamos para continuar aqui no grupo.”

Características que fazem a diferença

Disposição, facilidade em lidar com o público e bom relacionamento com a equipe são alguns dos fatores que podem diferenciar os candidatos a serem efetivados na loja de calçados Usaflex. O estabelecimento está com vaga temporária aberta para vendedor, mas com chance de permanência após o período de experiência, de acordo com a gerente Carla de Souza Almeida.

“Com o movimento diferenciado, aproveitamos uma pessoa que já vai treinando para novembro e dezembro. E, depois, consequentemente, tem as férias”, conta. “Normalmente, fazemos um período de contratação de três meses, que é o contrato temporário, e, dependendo do desempenho da pessoa, poder ficar com a vaga permanente.”

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Foi o que ocorreu com a vendedora Kelly Oliveira Neto Silva, que entrou para uma vaga temporária na Usaflex em novembro do ano passado e, depois da temporada do final de ano, foi efetivada. Prestes a completar um ano trabalhando no estabelecimento, Kelly aponta que o momento das vagas temporárias serve como oportunidade para quem busca um emprego.

“Todas as lojas vendem muito, principalmente lojas de comércio, então acredito que quanto mais você se doar, mais destaque você conquista”, diz. “Não só em questão de números, os superiores olham também o seu comportamento, como você age de acordo com o que está fazendo, então acredito que é você se doar para conquistar essa vaga.”

Kelly entrou em uma vaga temporária em novembro do ano passado e está prestes a completar um ano de efetivada; a gerente Carla afirma que desempenho determina manutenção do profissional no posto, após as festas de final de ano (Foto: Felipe Couri)

Cerca de 17% do varejistas pretendem contratar

Em Minas Gerais, cerca de 17% dos varejistas afirmaram que vão contratar para a temporada de festas de dezembro, de acordo com levantamento do Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG). O número representa um aumento de 3,3 pontos percentuais em comparação com o registrado no ano passado.

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Conforme a pesquisa, 50% das contratações temporárias serão para a função de vendedor. Em seguida, aparecem cargos como atendentes (30,3%), operadores de caixa (16,67%), estoquistas (13,64%) e empacotadores (4,55%), entre outros. O levantamento ainda indica que os setores de tecido, vestuário e calçados devem contratar mais (57,6%), seguidos por supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (10,6%).

“A contratação de trabalhadores temporários oferece para as empresas uma flexibilidade crucial para se adaptar às flutuações da demanda. O setor do comércio varejista se beneficia desta modalidade de contratação, devido à alta de vendas que ocorre no final do ano e marca a sazonalidade do setor”, avalia a economista da Fecomércio-MG Gabriela Martins.

O levantamento ainda mostrou que 44,2% dos empresários mineiros afirmam que a possibilidade de efetivar a contratação temporária é alta ou muito alta. Conforme a Fecomércio, essa efetivação deve ocorrer em janeiro de 2024. “Para 15,6% das empresas com intenção de contratação de temporários, a chance de efetivação é muito alta. As empresas ainda indicaram maior chance de contratação no mês de janeiro. Para aqueles que são contratados de maneira temporária no final do ano, esse é um momento crucial para se consolidar no mercado de trabalho, garantindo uma renda fixa e maior segurança profissional”, aponta Gabriela.

Como destacado pela economista, por conta da alta expectativa de vendas, é preciso também que os comerciantes se planejem para além das contratações temporárias. “Ofertas, programas de fidelidade e facilidade de compra e de pagamento tornam-se essenciais para assegurar melhores resultados no período.”

Vagas temporárias crescem a nível nacional

A nível nacional, o 4º trimestre de 2023 deve abrir cerca de 470 mil vagas temporárias, aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com estimativa da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem). A entidade prevê que a taxa de efetivação média dos temporários deve ser de 22%, considerando a trajetória favorável do mercado brasileiro, com aumento da empregabilidade e de efetivações celetistas.

“Vivemos uma realidade de falta de mão de obra qualificada. Assim, quando a empresa encontra este profissional, ela o efetiva. E, consequentemente, verificamos um aumento da empregabilidade ao invés da contratação de temporários”, avalia o presidente da Asserttem, Marcos de Abreu, por meio da assessoria de imprensa da associação.

Neste ano, a abertura de vagas temporárias deve ser impulsionada pela estabilidade do dólar, pelo aumento da importação chinesa e pela diminuição dos juros, conforme a Asserttem. As contratações devem ocorrer nos setores da indústria (55%), serviços (30%) e comércio (15%).

“Em outubro, a indústria deve puxar as contratações temporárias, já que estão atrasadas com suas produções e precisam atender a demanda acelerada de consumo para o final de ano. Já em novembro, destacamos o setor de serviços, principalmente nas empresas de e-commerce, e do setor de logística, pela mudança no hábito de compra do brasileiro, por meio das compras on-line e a Black Friday”, explica Abreu. “Já em dezembro, quem impulsionará a geração das vagas temporárias será o setor do comércio, nos pontos físicos, devido ao Natal.”

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