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Black Friday atrai juiz-foranos às compras

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A procura foi maior por televisões, smartphones, geladeiras e fogões (Foto: Olavo Prazeres)
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Os juiz-foranos foram às compras nesta sexta-feira (23), dia de Black Friday, para aproveitarem os descontos de até 80% anunciados pelas lojas da cidade. Menos eufóricos e mais cautelosos financeiramente do que em edições anteriores, desta vez, eles não formaram filas na porta das grandes redes na véspera da data. Muitos pesquisaram preços com antecedência, e outros evitaram as compras por impulso. Na avaliação da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), a mudança de comportamento do consumidor é reflexo da crise econômica e, também, da consolidação da Black Friday no calendário comercial. A data ultrapassou o Dia das Mães e, hoje, é considerada a segunda melhor oportunidade de vendas para o comércio, atrás apenas do Natal. A expectativa da entidade é que os resultados sejam 5% maiores do que o alcançado na edição do ano passado.

Nas grandes redes, a procura maior foi por televisões, smartphones e produtos da linha branca, como geladeira, fogão e cozinha. “Abrimos às 6h, três horas antes do expediente. A movimentação começou cedo e deve aumentar gradualmente até o final do dia. Não tivemos fila na porta como em anos anteriores, pois acredito que o consumidor entendeu que pode vir com calma para comprar com mais tranquilidade. As pessoas estão mais acostumadas com a Black Friday e vão às lojas com o que pretendem comprar em mente”, diz o gerente do Magazine Luiza, Silverson Santos.

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A consumidora Ângela Maria de Assis conta que se preparou para a data. “Eu estava precisando de uma máquina de lavar e decidi esperar pela Black Friday. Juntei dinheiro e pesquisei preços para ir onde estivesse com melhor oferta.” Ao lado da filha Camilly e da mãe Luzia de Assis, que aproveitou a oportunidade para adquirir uma panela de arroz, ela afirmou que também pretendia comprar uma televisão. Outra família que também se planejou foi a da dona de casa Lúcia Helena Pinheiro. Ela e o neto Pedro Filipi fizeram um levantamento de preços. “Compramos uma televisão que antes estava R$ 600 mais cara. Os descontos estão valendo à pena, mas não vamos comprar mais, pois nos preparamos apenas para a TV”, disse ele. “Eu havia decidido que seria o meu presente de aniversário”, comemorou ela.

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A movimentação na loja de utilidades Super Lar também começou cedo, porém mais tranquila do que já visto em anos anteriores. De acordo com as funcionárias, os consumidores buscaram produtos variados, que iam desde copos e jarras até champanheiras. A aposentada Iuce Santos, por exemplo, optou por antecipar as compras de fim de ano. “Estou em busca de toalhas com tema natalino, taças, copos e enfeites para a mesa de Natal. Também quero garantir os presentes dos netos, se as filas não estiverem muito longas.”

Preços atrativos

Enfrentar a fila de quase uma hora nas Lojas Americanas não foi problema para a cuidadora Rosane Laia. Inicialmente, ela iria acompanhar a sogra na compra de um processador de alimentos. “Quando chegamos, percebemos que os preços estavam muito bons. Ela vai levar também uma sanduicheira e uma assadeira, e eu decidi comprar alguns chocolates, amendoins, biscoitos e itens de perfumaria. Não dá para gastar mais para não pesar o orçamento.” Foi também atraída pelos descontos que a consumidora Juliana Aparecida comprou uma televisão. “Não estava planejado (a compra), mas como vi que o aparelho está bem mais barato e não iria me pesar financeiramente, vou levar.”

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Procon autua loja no Centro

Equipes de fiscalização da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor de Juiz de Fora (Procon/JF) foram às ruas para dar continuidade ao trabalho de fiscalização no comércio. No início da tarde, uma loja de eletrodomésticos localizada no Centro foi autuada por fazer propaganda da Black Friday, mas não apresentar preços dos produtos. “Esta é uma infração grave, e a autuação foi imediata. A empresa terá dez dias para fazer a defesa”, explica o superintendente Eduardo Schröder. Estabelecimentos autuados são, posteriormente, notificados e podem ser multados em até R$ 3 milhões, conforme o tipo de infração cometida.

O Procon/JF ainda irá analisar o levantamento de preços feito nas lojas percorridas. “Observamos que, em alguns locais, os preços de produtos com maior valor agregado apresentam descontos muito pequenos, em torno de R$ 50. Já os itens mais baratos realmente estão com ofertas interessantes”, analisou Schröder. “Nós batemos muito na tecla de que o consumidor deve pesquisar preços com antecedência para não correr o risco de serem iludidos de que estão fazendo um bom negócio. As lojas são livres para fazerem as ofertas, mas é proibido realizarem propaganda enganosa.”

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Vendas causam impacto econômico

A Black Friday vem se consolidando na cidade, e hoje é considerada a segunda melhor data de vendas para o comércio, atrás apenas do Natal. “Os empresários entenderam isso, e o evento não é mais restrito às grandes redes. Lojas de todos os portes e segmentos aderem às promoções”, afirma o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas, Marcos Casarin. Este ano, ele reconhece que a movimentação está menos eufórica em comparação com edições anteriores. “Nós temos um quadro de crise econômica que contribui para que as pessoas reduzam os gastos. A insegurança sobre o pagamento do 13º salário, no caso dos servidores municipais e estaduais, também faz com que um número menor de pessoas vá às compras”, analisa. “Mas por outro lado, sabemos que existe uma demanda reprimida do consumidor, e que se ele encontrar preço e oportunidade vai consumir.” A expectativa é que as vendas cresçam, em média, 5%, em relação a 2017.

Casarin vê de forma positiva a mudança de comportamento do consumidor. “As pessoas estão mais conscientes sobre educação financeira. Com a consolidação da Black Friday no Brasil, que este ano chega à nona edição, elas sabem da importância de pesquisarem preços e comprarem o que realmente precisam e têm condições de pagar.” Ele destaca que o comércio e a indústria também estão aprimorando a experiência com a data. “A questão de logística mudou. Antes as entregas da indústria iam até outubro, agora elas entendem que precisam estender o prazo por causa da Black Friday. ”

Transporte
O setor de transportes também sentiu os reflexos da movimentação dos consumidores. De acordo com a Associação dos Taxistas, a demanda de passageiros melhorou em relação aos dias comuns. “É um tipo de iniciativa que sempre traz um impacto positivo para o setor”, afirma o presidente Luiz Gonzaga. A Associação dos Motoristas de Aplicativos de Juiz de Fora (Amoaplic-JF) informou que a expectativa era que a procura dos usuários pudesse aumentar em até 20% em comparação com a sexta-feira comum.

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