Ícone do site Tribuna de Minas

Após dois anos sem reajuste, conta da Cemig fica mais cara

Tarifa Cemig 2 fernando priamo
PUBLICIDADE

Desde esta quarta-feira (22), as contas de energia da Cemig estão mais caras. O aumento foi de 5,22% para clientes residenciais e de 14,31% para clientes de alta tensão, como indústrias e grandes comércios. O reajuste foi aprovado na terça-feira (21) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e afetará cerca de 8,8 milhões de unidades consumidoras nos 774 municípios da área de concessão da companhia. Já para sistemas de baixa tensão, como iluminação pública e sistemas agropecuários, lojas e edifícios comerciais, o índice ficou em 6,23%. O efeito para consumidores em geral será, em média, de 8,80%, informou a Aneel.

É a primeira vez, em dois anos, que a conta de luz tem reajuste. Em 2020 e 2021, a companhia devolveu cerca de R$ 2,2 bilhões à Aneel, o que resultou no congelamento da tarifa. Aprovado no início do mês pelo Congresso, o índice de reajuste tarifário teve redução de 15,20%. Para a Cemig, os referidos créditos totalizam R$ 2,81 bilhões. Ainda de acordo com a Aneel, a mitigação das tarifas foi impactada pela compatibilização dos financeiros referentes à bandeira de escassez hídrica e o empréstimo da conta escassez hídrica.

PUBLICIDADE

Em nota, a Cemig afirma que apenas 23,1% do valor cobrado na tarifa fica para a empresa. Os demais 76,9% são utilizados para cobrir encargos setoriais (16,1%), tributos pagos aos governos federal e estadual (27,3%), energia comprada (26%), encargos de transmissão (7%) e receitas irrecuperáveis (0,5%). Os impostos arrecadados na tarifa de energia, como taxa de iluminação pública, ICMS, PIS e Cofins são repassados integralmente para as prefeituras, Governo Estadual e Governo Federal.

PUBLICIDADE

Energisa

Ainda na terça, a Aneel aprovou o reajuste tarifário para clientes da Energisa Minas Gerais (EMG). As novas tarifas da empresa, que atende cerca de 476 mil unidades consumidoras em 66 municípios de Minas Gerais, entraram em vigor na quarta, com reajuste de 13,40% para o consumidor residencial. O índice para clientes de alta tensão foi de 21,51%, contra um percentual de 15,19% para sistemas de baixa tensão.

PUBLICIDADE

Atualização na bandeira tarifária

A Aneel também anunciou reajustes nos valores das bandeiras tarifárias para o período de 2022-2023. As tarifas de junho já foram divulgadas e as de julho serão repassadas na sexta-feira (24). Neste mês, a bandeira verde, assim como em anos anteriores, não terá custo para o consumidor e servirá para sinalizar condições favoráveis de geração de energia. A bandeira amarela passa a ser de R$ 2,989 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos no mês. A bandeira tarifária vermelha patamar 1 foi atualizada para R$ 6,50 a cada 100 kWh. No caso da bandeira vermelha patamar 2, o valor aprovado pela Aneel é de R$ 9,795 a cada 100 kWh.

Especialistas avaliam reajuste

Na avaliação do professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Wilson Rotatori, embora o índice do reajuste não seja tão expressivo diante da inflação do ano passado, cerca de 10%, o aumento na conta de luz é um problema para o orçamento das famílias que, em geral, “já fizeram o possível para economizar”.

PUBLICIDADE

Nesse sentido, o professor cita que a alternativa viável é a realocação de gastos. “Qualquer aumento que houver na conta de energia significa uma pressão nos gastos, ainda mais em um serviço importante em um momento em que já está uma situação difícil na economia do país. Geralmente, na conta de energia, as pessoas não conseguem fazer uma modificação significativa porque já economizam no que é possível”, analisa.

Além disso, as contas podem ficar ainda mais caras se as previsões de chuvas abaixo da média para o inverno se concretizarem. “No Brasil, quando temos uma crise hídrica por falta de chuvas, há as bandeiras tarifárias na conta de energia. E elas foram reajustadas significativamente agora, ficaram muito caras. Se ocorrer uma crise hídrica, certamente nós teremos uma ainda pressão forte sobre os gastos das famílias, principalmente aquelas que estão com dificuldade de pagar suas contas e serviços básicos.”

Sair da versão mobile