O preço médio do litro da gasolina nos postos de Juiz de Fora apresentou queda de cerca de R$ 0,20 esta semana. A redução é reflexo da mudança na política de preços dos combustíveis anunciada pela Petrobras na última terça-feira (16), que rompeu com o modelo de Preço de Paridade Internacional (PPI). A Tribuna fez o levantamento com base em dez postos consultados nesta terça-feira (23). O menor valor encontrado foi de R$ 5,09. Já o maior chegou a R$ 5,58 o litro da gasolina comum.
O preço do diesel variava de R$ 4,79 e R$ 5,49 nos estabelecimentos consultados. Já o valor cobrado pelo gás de cozinha (GLP) botijão de 13 quilos no município, apurado pela Tribuna, estava em torno de R$ 110,40, sendo que o menor encontrado foi de R$ 100, e o maior, R$ 115.
Conforme o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre os dias 14 e 20 de maio, a média dos preços da gasolina, diesel e GLP eram, respectivamente, de R$ 5,66, R$ 5,53 e R$ 94,84 em Juiz de Fora. Embora os preços estimados pela reportagem demonstram uma diminuição em comparação aos valores anteriores, essa redução ainda é abaixo do esperado pelos consumidores.
O PPI baseava-se no mercado externo para fazer o cálculo nacional desde 2016. Além da alteração no cálculo, a estatal também aprovou uma diminuição nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. No caso de gasolina e diesel, a queda foi de 12,7% junto às refinarias. Já em relação ao gás de cozinha, a redução autorizada foi de 21,3% nessa etapa da cadeia.
Redução de R$ 0,10 na gasolina da Zona Sul
O Procon Juiz de Fora visitou dez postos de combustíveis na Zona Sul e divulgou uma pesquisa. Foi possível perceber pouca variação do preço na bomba na região. O Procon notou redução do preço da gasolina de aproximadamente R$ 0,10, e no Diesel S10, uma redução de aproximadamente R$ 0,17. Já para o etanol não foi observada redução até o momento.
Conforme o órgão, nesta quarta-feira (24) será feito um novo levantamento dos preços aderindo ao mutirão da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta lançou na segunda-feira (22) um canal de denúncias específico para preços abusivos nos postos de combustíveis. Os consumidores poderão registrar reclamações em um formulário on-line, que já está disponível.
Minaspetro prevê oscilações mais acentuadas
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) avaliou com receio a adoção da nova política de preços dos combustíveis. A entidade afirma que apoiava a PPI, já que a antiga estratégia oferecia uma maior previsibilidade ao mercado e colocava a estatal “mais competitiva e alinhada com as boas práticas internacionais de gestão”.
Para o Minaspetro, o novo modelo poderá implicar em oscilações mais acentuadas. “Inicialmente, os preços dos combustíveis podem, de fato, cair, mas a influência política nos valores de um produto, que possui variáveis geradas por uma complexa indústria, pode ser arriscada do ponto de vista gerencial para a estatal e tira a previsibilidade dos empresários varejistas e de outros elos do mercado”, disse a entidade, por meio de nota.