Com a aproximação da Páscoa, uma das datas que mais movimentam o comércio, a procura por chocolates e outros itens sazonais aumenta. Segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio), 94,25% dos lojistas acreditam que o consumidor prefere realizar as compras na semana que antecede a data e gastar entre R$ 30 e R$ 70 com itens como caixa de bombons, ovos de chocolate, peixes e pães.
Em Juiz de Fora, a expectativa de vendas entre os lojistas é boa, mas a recuperação do setor ainda é considerada lenta em comparação ao período pré-pandemia pelo Sindicato do Comércio (Sindicomércio). À Tribuna, o presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, explicou que a expectativa sobre as vendas melhora a cada ano, e que os resultados mais recentes têm sido melhores desde o período mais crítico da pandemia, em 2020. Entretanto, de acordo com ele, a recuperação nas vendas ainda não pode ser considerada satisfatória.
O cenário reflete a preocupação dos empresários do setor também em nível estadual, conforme a Fecomércio. A pesquisa de Páscoa apontou queda no otimismo dos comerciantes com relação ao ano passado: em 2022, 43,1% acreditavam que as vendas seriam melhores que no ano anterior. Em 2023, esse índice caiu para 38,4%.
Apesar disso, há expectativa de aumento nas vendas à medida em que a Sexta-feira Santa e a Páscoa, celebrados neste ano em 7 e 9 de abril, se aproximam. A Tribuna entrou em contato com as principais lojas do setor alimentício, e a maior parte dos entrevistados acredita no aumento da procura pelos itens típicos às vésperas da data, pois parte dos consumidores deixa as compras para a última hora.
“As vendas começaram acanhadas, mas nossas expectativas são boas”, relatou o sócio da franquia da Cacau Show localizada na Rua Braz Bernardino, Centro, Érico Pedro Abud. De acordo com Érico, a loja realizou uma campanha para a Semana do Consumidor e teve bons resultados em relação às vendas da Páscoa. O empresário também pretende contratar mais dois funcionários para atender as demandas da data.
Fatores positivos e negativos
Segundo a Fecomércio, o abrandamento da pandemia e o aumento do salário mínimo estão entre os fatores positivos elencados pelos comerciantes que estão otimistas com a data. Por outro lado, os comerciantes que não possuem expectativas de vendas melhores acreditam que fatores como a crise econômica, a mudança de governo e o endividamento do consumidor podem interferir nas vendas.
Os lojistas se preocupam também com a inflação e a taxa de juros, mesmo com a melhora no mercado de trabalho, além do endividamento das famílias – que corresponde a uma taxa de mais de 70% da população, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).