A Câmara Municipal criou uma comissão com o objetivo de verificar novas supostas rachaduras na obra da Estação de Tratamento de Água Walfrido Machado Mendonça (ETA CDI). A denúncia foi feita ontem à Casa por representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Água de Juiz de Fora (Sinagua), que entram nesta quinta-feira (23) no segundo dia de paralisação. Além da situação da ETA CDI, a categoria cobra avanço nas negociações salariais. A data-base venceu em março.
A comissão é composta pelos vereadores Roberto Cupolillo (Betão, PT), Luiz Otávio Coelho (Pardal, PTC) e Julio Gasparette (PMDB), tendo o vereador José Márcio (PV) como suplente. A meta é que os integrantes façam uma visita à represa na terça-feira, às 9h, junto com representantes da companhia, para verificar as denúncias in loco.
O presidente do Sinagua, Edinaldo Ramos, reforça a denúncia de supostas irregularidades na obra da ETA CDI, que estaria apresentando novas rachaduras. Além disso, afirma que, após várias rodadas de negociação, não houve avanço em relação ao pleito por ganho real. A categoria reivindica 20% de aumento, além da reposição inflacionária.
Conforme o presidente, ontem cerca de 237 dos 700 profissionais cruzaram os braços em protesto. Depois de realizar ato em frente à Regional Sudoeste, localizada em São Mateus, o grupo partiu em caminhada até a Câmara, onde foi recebido pelos vereadores Rodrigo Mattos e Betão. A mobilização hoje está prevista para as 8h, no mesmo local. A companhia não divulgou a adesão ao movimento ontem.
Por meio de nota, a Cesama informou que foram realizadas cinco reuniões com representantes do Sinagua para debater a campanha salarial 2015/2016. “Embora impactada pela crise hídrica que assola o país, a Cesama sinalizou positivamente quanto ao reajuste salarial e benefícios. Mesmo assim, após nova reunião no dia 15 de abril, o sindicato rejeitou a contraproposta da companhia em assembleia, mantendo sua proposta original até a presente data.” A companhia afirma que, desde o dia 17, não foi procurada pelo Sinagua para dar continuidade às negociações e que “segue aberta ao diálogo”.
A respeito das questões técnicas relativas à ETA CDI, a Cesama entende tratar-se de assunto distinto às negociações sindicais. O posicionamento é que, desde a última reunião realizada na Câmara em 2014, a companhia sempre esteve à disposição do órgão para uma visita à unidade. “A Cesama reitera sua intenção de colaborar com qualquer procedimento que traga transparência ao caso e esclarecimentos à população, uma vez que já estão sendo tomadas as providências jurídicas cabíveis para apurar a responsabilidade das contratadas nos deslocamentos geotécnicos dos filtros da estação.”