Na reta final para o Natal, o comércio de Juiz de Fora comemora a alta no movimento. Nos shoppings e nas ruas da cidade, a corrida pelo presente perfeito alcança principalmente as lojas de vestuário, brinquedos, perfumaria e eletrônicos. Conforme a projeção do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio JF), o Natal de 2024 deve superar em até 5% o faturamento do ano passado.
Para os que vão comprar os presentes de última hora, o comércio vai ampliar os horários de funcionamento até as 20h. O horário especial terá lojas abertas de 8h a 20h até sexta-feira (22). No sábado (23), o comércio abre às 8h e fecha às 18h. Na véspera de Natal, domingo (24), as portas ficarão abertas de 10h a 16h.
A professora Maria Helena de Paula saiu com a filha Camila, de 13 anos, para comprar os presentes para o amigo oculto da família. A brincadeira já virou tradição e, neste ano, o valor mínimo para o presente é de R$ 50. “É uma forma de todo mundo sair presenteado que cabe no bolso.” Para Camila, a facilidade do amigo oculto também está na lista de presentes. “Cada um escolhe o que quer, então não tem erro.”
Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que, no Brasil, 70 milhões de pessoas devem participar de algum amigo secreto neste Natal. O número representa 43% do total de consumidores entrevistados. A previsão é que seja gasto, em média, R$ 75 com cada presente. Estima-se que a brincadeira movimente R$ 8 bilhões no varejo.
Movimento dobrado
Na loja de calçados Humanitarian, a expectativa é de aumento de 10% nas vendas em relação ao Natal de 2022. Conforme o gerente de marketing, Rafael Sandrão, o pontapé ocorre com a Black Friday, e a partir daí a intenção de compra só aumenta, seja por conta da tradição ou das confraternizações. “Também temos o 13º salário como um reforço do poder aquisitivo. A gente tem observado nos últimos anos que o fluxo de clientes nas nossas lojas praticamente dobra durante o mês de dezembro em comparação com os outros meses do ano.”
Até a véspera do feriado, o número de clientes na loja deve ser ainda maior. “Muitos brasileiros também têm o hábito de deixar as compras para a última hora em função da rotina corrida. Vamos aderir ao horário especial para oferecer essa comodidade ao cliente, que pode vir às lojas após o expediente, com uma temperatura não tão quente, por exemplo.”
Contratações temporárias
Para suprir a demanda, o comércio de Juiz de Fora contratou cerca de 700 trabalhadores temporários. Destes, a expectativa é que 30% sejam efetivados. Conforme explica o presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, a movimentação do fim do ano é ainda mais importante se levar em consideração que os meses de janeiro e fevereiro são fracos para os varejistas. “É um mês de volta às aulas, carnaval, então o crédito dos consumidores já está direcionado para outras despesas. Os ‘supérfluos’ ficam de lado, então esse faturamento de agora precisar suprir essa baixa que é natural no início do ano.”
O comércio de rua tende a ser beneficiado também por conta dos prazos. Quem deixa para comprar o presente de última hora geralmente não recorre às lojas on-line, pois pode se apertar na entrega. “É a melhor data para o comércio geral. Os outros feriados são muito sazonais. Dia das Mães, por exemplo, as lojas de brinquedo e roupas masculinas não vendem tanto. O Natal é uma época em que todo setor dentro do varejo lucra mais.”
Gasto médio deve ser de R$ 423
Conforme pesquisa da Fecomércio MG, o consumidor mineiro está otimista para o Natal e deve gastar, em média, R$ 423 em compras neste fim de ano. A pesquisa foi realizada em Belo Horizonte, mas aponta tendências para as demais cidades de Minas Gerais. De acordo com a economista da Federação, Gabriela Martins, esse valor deve ser distribuído, em média, entre quatro presentes. Fora isso, os gastos podem aumentar se levado em consideração o valor investido na ceia de Natal e em outros setores de serviço. “Além dos gastos com os presentes, é importante ressaltar que as famílias devem acabar dispondo uma fatia maior da renda, visto as compras de alimentos e os gastos nos diversos setores de serviços.”
Segundo Gabriela, esse valor de R$ 423 representa 15,3% do orçamento familiar das famílias mineiras. Isso, tendo em vista que no terceiro trimestre de 2023 o rendimento médio mensal real da população de Minas Gerais era de R$ 2.773. Os setores mais favorecidos nesta época do ano serão o de roupas (32,4%), brinquedos (18,9%), calçados (14,6%) e perfumaria (9,2%). “A pesquisa mostrou que 50,4% da população pretende consumir mais este ano com os presentes de Natal, se comparado com o ano passado. Este resultado reflete um aumento nas vendas e é um ótimo termômetro para o comércio como um todo.”