Enquanto o preço médio das hortaliças (legumes e verduras) caiu 3,2%, o das frutas aumentou 4,8% no atacado da CeasaMinas no comparativo de setembro ante agosto. Os percentuais são da unidade de Contagem, mas refletem o cenário percebido também no interior do estado. A situação das hortaliças foi influenciada pelas boas ofertas de vários produtos, a exemplo de batata, milho verde e cebola. Já as frutas foram afetadas por períodos de entressafra típicos de alguns alimentos, com destaque para o limão e o abacate.
Em Juiz de Fora, conforme a última pesquisa de mercado divulgada pela CeasaMinas, há frutas com alta de até 49,2%, como no caso da maça fuji, cujo preço subiu de R$ 59 para R$ 88. Em segundo lugar na lista está a laranja pera, com alta de 25%, passando de R$ 20 para R$ 25. Em ambos os casos, os valores referem-se à caixa com 18 quilos. Em terceiro lugar na lista está o limão tahiti mineiro, cuja alta foi de 25%, de R$ 80 para R$ 100 no caso da caixa com 20 quilos. Outras frutas, como manga, pêssego, morango, coco e kiwi também estão na lista – ver quadro. Em contrapartida, foi verificada queda no custo de itens como mamão (-35,7%), banana prata (-20%) e ameixa (-8%). As variações têm por base as coletas realizadas nos dias 16 e 19 de outubro.
De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, o preço médio geral dos hortigranjeiros, que inclui hortaliças, frutas e ovos, considerando as altas e as baixas, acabou ficando praticamente estável no mês passado (0,6%). Entre as frutas, os produtos que mais influenciaram na alta estão aqueles em entressafra, a exemplo do limão tahiti, ou se aproximando desta fase, como a tangerina ponkan e o abacate. Outros foram afetados por problemas climáticos, com destaque para o mamão havaí e a banana prata. As frutas com maiores quedas de preços foram uva rubi e maçã brasileira.
Já o 10º Boletim Hortigranjeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que, após um primeiro semestre com queda nos preços, as frutas ficaram mais caras em quase todas as centrais de abastecimento analisadas em setembro. “As frutas surpreenderam com um leve desabastecimento, mas foi por causa das altas temperaturas que a procura ficou maior e a produção não conseguiu atender a demanda”, explicou o gerente de Modernização do Mercado Hortigranjeiro da Companhia, Erick de Brito Farias.
Conforme o gerente, o mamão teve as colheitas aceleradas nos últimos meses por causa das altas temperaturas e de uma forte oferta. Com isso, o preço caiu. Agora, faltou oferta da fruta no mercado e, por isso, o preço acabou subindo. Em Juiz de Fora, o alimento já apresenta trajetória de queda. Comum na mesa dos brasileiros, a banana enfrentou maior alta de preços no ano passado. Segundo informações da Conab, o produto vinha se recuperando, aumentando a produção e diminuindo os preços no primeiro semestre desse ano. No entanto, o relatório de setembro mostrou alta nos preços da fruta em cinco das oito centrais analisadas. Segundo Farias, o aumento registrado no mês passado foi pontual, devido à queda na produção de banana nanica, e não deve interromper a trajetória de recuperação do produto. Ao contrário das frutas, as hortaliças diminuíram de preço, conforme também atestou a CeasaMinas.