Cem funcionários da Mercedes-Benz de Juiz de Fora devem ser afetados pela decisão da empresa de conceder férias coletivas. Nesta segunda-feira (20), a Mercedes anunciou que 300 trabalhadores das linhas produtivas de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, seriam afastados entre os dias 2 de abril e 3 de maio. Sobre os afastamentos em Juiz de Fora, a informação foi confirmada à Tribuna pelo diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, Fernando Rocha. De acordo com o sindicalista, o acordo foi assinado pelo sindicato no final da tarde desta segunda.
“Isso acontece porque aqui na cidade nós produzimos as cabinas dos caminhões que, em seguida, são enviadas para serem finalizadas na fábrica de São Bernardo do Campo. A nossa maior preocupação, portanto, é justamente garantir o retorno desses trabalhadores após o período indicado pela empresa”, completa.
Em nota enviada à reportagem, a Mercedes-Benz do Brasil confirmou a concessão de férias coletivas de forma parcial para colaboradores de algumas linhas produtivas de São Bernardo do Campo e disse que a “necessidade de ajuste no programa de produção é resultado da falta de componentes na indústria automotiva global e nacional, e também adequação dos volumes de vendas do mercado de veículos comerciais”. Entretanto, quando questionada se a medida tomada na fábrica paulista afetaria os trabalhadores da planta de Juiz de Fora, a empresa apenas afirmou que “está avaliando o mercado constantemente”.
Manobra se repete
A decisão da Mercedes-Benz acompanha adoção de férias coletivas pelas maiores montadoras no país. De acordo com informações da Agência Brasil, as fábricas da GM, Hyundai, Volkswagen e Stellantis também irão conceder férias coletivas a seus funcionários, paralisando as produções no estado de São Paulo e em Pernambuco. Em nota publicada no site do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, o diretor executivo do sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, apontou que mudanças atreladas ao conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores diesel, que entraram em vigor neste ano, geraram uma antecipação de compras de caminhões em 2022, além de impactarem diretamente no aumento do custo dos caminhões em 2023.