Ícone do site Tribuna de Minas

BNDES suspende leilão da CeasaMinas

ceasa olavo
PUBLICIDADE

Inicialmente programado para ocorrer na próxima quinta-feira (22), o leilão de privatização das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A. (CeasaMinas) foi suspensa. A alienação das ações da União do CeasaMinas estavam previstas em edital publicado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no dia 11 de novembro e previa o repasse à iniciativa privada dos entrepostos de Contagem, Barbacena, Caratinga, Governador Valadares, Juiz de Fora e Uberlândia. A suspensão do leilão foi comunicada pelo presidente da Comissão de Licitação da BNDES, Osmar Carneiro Guimarães Lima, em documento assinado no último dia 15.

O comunicado não traz uma nova data para a realização do processo licitatório. De acordo com o documento, durante o período de suspensão, estarão prejudicadas todas as datas inicialmente previstas no edital que tenham relação com o leilão. Por outro lado, “serão mantidos os canais para solicitações de esclarecimentos ao Edital, apresentação de impugnações, bem como será mantido o acesso e credenciamento”. “Tão logo ocorra o exame, discussão e votação das demonstrações financeiras da companhia, referentes ao exercício de 2021, pela Assembleia Geral da CeasaMinas, será divulgado novo cronograma”, afirma o texto.

Ora suspenso, o leilão do CeasaMinas era alvo de questionamentos da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na semana passada, a secretária nacional de finanças do PT, Gleide Andrade, que é integrante da executiva nacional do partido e membro da equipe de transição no cargo de coordenação de posse, comemorou a decisão da Comissão Especial de Licitação do BNDES em suas redes sociais. “É mais uma vitória do povo brasileiro na luta contra fome”, publicou.

PUBLICIDADE

Edital

Sem uma nova data para a realização do leilão, o edital para a alienação prevê que a empresa vencedora do leilão terá a responsabilidade de administrar os Mercados Livres do Produtor (MLPs) de seis regiões em que o CeasaMinas atua, incluindo, portanto, Juiz de Fora. “Nas unidades da CeasaMinas estão estabelecidas mais de 750 empresas, que comercializam mais de 2 mil toneladas de gêneros alimentícios por ano, atendendo a 12 milhões de consumidores diretos e indiretos”, diz o BNDES.

Os MLPs são os espaços do Estado de Minas Gerais voltados à coordenação e ao controle da política de abastecimento. Os trabalhos atendem a mais de quatro mil produtores rurais mineiros. De acordo com o BNDES, o edital previa que os Mercados Livres do Produtor receberiam investimentos mínimos de R$ 29 milhões ao longo dos primeiros anos em melhorias de infraestrutura.

O edital ainda previa a divisão em três lotes do processo de desestatização. No lote 1, estão disponíveis terrenos pertencentes à empresa com vocação logística e residencial, localizados em Contagem. O lote 2 trata da alienação da própria companhia, e o lote 3 é a composição dos ativos dos lotes 1 e 2. As regras do leilão previam o montante de R$ 254 milhões como valor mínimo das ações da CeasaMinas, que são de titularidade da União, no caso o lote 2. Já o valor mínimo dos terrenos foi estabelecido em R$ 169 milhões.

PUBLICIDADE

Entenda

Conforme descrito no edital, a CeasaMinas é uma sociedade de economia mista do Governo federal, sob a supervisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A sociedade foi constituída em 1971, pelo Estado de Minas Gerais, e teve seu controle transferido para a União federal em 2000. Atualmente, a companhia administra diretamente os seis entrepostos de abastecimento anteriormente citados. No dia 21 de setembro, o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, por unanimidade, a continuidade do processo de desestatização da CeasaMinas.

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile