A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou hoje (18) em baixa de 3,52%. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações do país, encerrou o dia aos 53.134 pontos. Desde a abertura, às 10 horas, o pregão operou em baixa. Às 11h14, o recuo chegou 5,05%, atingindo 52.285 pontos. Já o dólar fechou em alta de 0,88%, cotado a R$ 1,599.
No início do dia, o banco de investimentos norte-americano Morgan Stanley anunciou a revisão na projeção de crescimento da economia mundial, estimando uma expansão menor para este ano de 3,9%. A estimativa anterior era 4,2%.
Para 2012, o índice foi rebaixado de 4,5% para 3,8%. No ambiente doméstico, as notícias já não animavam o mercado desde ontem, quando o Banco Central anunciou retração de 0,26% no Índice de Atividade Econômica.
Investidores aproveitam para comprar ações
A queda do Ibovespa, que já acumula perdas de 23,33% ao ano, tem assustado muitos investidores, sobretudo os "aventureiros" que apostavam em ganhos garantidos em curto espaço de tempo. No entanto, os mais experientes estão aproveitando a oportunidade para comprar mais ações, de olho em sua valorização no médio/longo prazo.
Segundo o sócio-gerente da Apoio Investimentos em Juiz de Fora, Alan Estieguer, a orientação é para que os clientes mantenham a calma nesses momentos. Segundo ele, 80% de seus clientes aproveitam a crise para comprar. "Alguns, mais desesperados, que veem seu capital diluir em curto espaço de tempo, sempre vendem. Mas a maioria espera, pois tem o objetivo de formar um patrimônio em longo prazo."
Ainda de acordo com Estieguer, atualmente muitos têm investido em papéis relacionados ao consumo interno. "São ações que estão menos dependentes do mercado internacional, como a Ambev, Natura, Renner e Americanas, por exemplo. O que é diferente de siderúrgicas e mineradoras, que dependem muito de mercados como Estados Unidos e China."
O sócio da Castañon Investimentos, Luciano Castañon, diz que a orientação varia conforme o perfil do investidor. Para os com perfil mais comprador, a dica é adquirir um pouco mais. Já os que costumam retirar em determinados momentos, a orientação é migrar com metade da posição para a renda fixa e esperar a turbulência passar. Outra alternativa é trabalhar com operações de proteção (hedge), que travam os investimento e evitam perdas mais significativas. "Mas o investidor deve ficar atento ao momento de proteção e de quando desmontar."
No mercado de ações há pelo menos dez anos, o bancário Christian Gomide não se desespera e aproveita os momentos de queda para adquirir ações. Ele diz que sempre procura diversificar os investimentos, na renda fixa, como as Letras de Crédito Imobiliários (LCI) e também na bolsa. Atualmente, ele diz estar adquirindo papéis menos atrelados ao mercado externo. "Comprei na semana passada. Vou esperar um tempo para avaliar o mercado e ver se vou adquirir mais."