O faturamento dos bares de Juiz de Fora que participam do Comida di Buteco aumentou em cerca de 70% durante os dias do evento, que começou em 5 de abril e vai até o dia 28 (domingo que vem). A informação foi divulgada à Tribuna pela organização do Comida di Buteco. No último dia 15, o concurso chegou à metade do calendário previsto e contabilizou 16 mil petiscos vendidos e 30 mil votos computados. Com a alta demanda, proprietários dos estabelecimentos concorrentes têm investido na contratação temporária de garçons, cozinheiros, equipe de limpeza e ajudantes.
O organizador do Comida di Buteco em Juiz de Fora, Toninho Simão, afirma que o evento tem grande impacto na economia local, contribuindo para um movimento maior não só nos próprios bares, mas também em relação aos fornecedores, supermercados e aplicativos de transporte. De acordo com Toninho, é comum ouvir relatos de que o evento proporcionou uma expansão dos negócios. “O Empório do Sabor começou com uma lojinha e hoje conta com oito. Já o Budega do Papai era iniciante ano passado, hoje mudou para um lugar maior e triplicou o tamanho. O Comida di Buteco com certeza muda o patamar dos bares participantes e altera o padrão de vida dos proprietários.”
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‘Movimento chegou a dobrar’
Esta é a 13ª vez que Juiz de Fora recebe o concurso e a 12° que o Bar Dias, localizado na Rua Luís Rocha, no Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste, entra na disputa. “Todo ano o movimento aumenta com o concurso, mas esse ano parece que o número de vendas foi maior e, principalmente, durante a semana. De segunda a quinta, o movimento chegou a dobrar”, diz o proprietário, Francisco Nunes. Para dar conta de toda essa procura, Francisco precisou contratar mais garçons e continuou com oito cozinheiras, mas em escala de plantão. “Hoje o buteco ganhou mais visibilidade, um público maior, sem distinção de gênero ou idade, e o evento, pelo menos no caso do meu bar, ajudou muito para que isso acontecesse.”
Este ano, o Bar Dias, que foi fundado pelo pai do Francisco, completa 45 anos. Desde o início, a responsável pelos petiscos é a sua mãe. “Antigamente não tínhamos nem mesa do lado de fora, eram só dois banquinhos que meu pai colocava, e hoje temos 45 mesas. Aumentou muito o espaço, a logística do bar, empregou muito mais pessoas. Mas uma coisa sempre se manteve, nós preservamos os tira-gostos da época do meu pai, como língua, dobradinha, moela, fígado de boi e outros, que continuam sendo o carro-chefe do bar, com muita saída.”
Comida di Buteco é ‘o mês do décimo terceiro’
Douglas Delgado, proprietário do Bar do Jorge, que fica na Rua Pedro Henrique Krambeck, no Bairro São Pedro, Cidade Alta, costuma brincar que abril é o mês do décimo terceiro dos donos de bares, devido ao aumento do faturamento esperado para o período. “Nós precisamos contratar freelancers para atender essa demanda. Hoje, estou trabalhando com cinco freelancers, um na cozinha, de ajudante, e quatro para serviço de atendimento.”
A dinâmica do evento impacta não só o ritmo do bar, mas a vida pessoal de Douglas também, que acaba passando a maior parte do mês imerso no concurso. Ele conta que, por ser um bar de família, fundado há 44 anos pelos seus pais, era comum os clientes serem os mesmos, conhecidos, vizinhos de bairro, mas que atualmente a clientela é totalmente diferente e rotativa, e a chegada de novos clientes também é proporcionada por concursos como o Comida di Buteco. “Eu fui criado desde criança dentro do bar, aprendi tudo que sei vendo meu pai trabalhar e, quando eu o perdi, comecei a assumir a administração. Hoje, a casa tem ficado cheia e isso é um resumo do trabalho da nossa equipe“, comenta Douglas.