As degustações comentadas sobre harmonização de queijos com vinhos, cervejas artesanais e cachaça prometem ser um dos destaques da edição 2017 do Minas Láctea, evento organizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que começa nesta terça-feira (18) e vai até o dia 20 em Juiz de Fora. Depois de dois anos, a feira volta ao seu formato original, prometendo reunir cerca de dez mil pessoas nos três dias de realização. As expectativas são, apesar de toda turbulência econômica e política vivida no país, alcançar a marca de R$ 100 milhões em negócios, volume prospectado na última edição completa, e movimentar economicamente a cidade e a região.
O Minas Láctea engloba cinco grandes eventos do setor laticinista: 31º Congresso Nacional de Laticínios; 43ª Exposição de Máquinas, Equipamentos, Embalagens e Insumos para a Indústria Laticinista (Expomaq); 43º Concurso Nacional de Produtos Lácteos; 43ª Exposição de Produtos Lácteos (Expolac) e 38ª Semana do Laticinista (ver quadro). É, na América Latina, reconhecido como referência em difusão de tecnologia sobre leite e derivados e apresentação de novos produtos, equipamentos e maquinário. As atividades serão realizadas no Expominas e no Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT). Os preparativos, aliás, estão a todo vapor.
43ª Expolac
A conversa com especialistas, que vão contar a história e as características de cada produto, demonstrando, na prática, algumas das diversas combinações possíveis de bebidas com produtos lácteos, integra a programação da 43ª Expolac, vitrine nacional de derivados do leite. Este ano, cerca de 60 laticínios, oriundos de estados como Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, apresentam seus produtos. “Criamos um ambiente especialmente dedicado aos laticínios, onde o público poderá conhecer e experimentar os produtos – alguns que ainda não chegaram ao mercado – e receber informações individualizadas. É um espaço para negócios, de valorização das marcas e para divulgação das novidades”, destaca o coordenador da Expolac, Nelson Tenchini.
Concurso tem 70 laticínios na disputa
Boa parte dos participantes da 43ª Expolac também está inscrita no Concurso Nacional de Produtos Lácteos, o mais tradicional do setor no país. Este ano, são 70 laticínios participantes e cerca de 200 produtos inscritos. Serão premiadas 11 categorias, incluindo vários tipos de queijo, doce de leite, requeijão e destaque especial. O julgamento será realizado por profissionais de universidades, indústrias e serviços de inspeção, que avaliam aspectos como cor, textura, odor, aroma, sabor e consistência. A aguardada divulgação dos vencedores acontecerá no encerramento do evento, no dia 20. Para o professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Mauro Furtado, há mais de 20 anos juiz do concurso, os produtos lácteos estão evoluindo em relação à inovação e à qualidade. “Muito desse progresso vem desse concurso, no qual as empresas têm a oportunidade de enfrentar uma concorrência que é baseada essencialmente na qualidade.”
Mais de cem empresas na 43ª Expomaq
Além disso, mais de cem empresas já garantiram lugar na 43ª Expomaq, sendo três estrangeiras, duas da Itália e uma da Argentina. O evento é oportunidade para apresentação de novidades, prospecção de negócios e concretização de vendas. Segundo o chefe geral da Epamig ILCT, Cláudio Furtado, este ano, cerca de 30 são estreantes. Para ele, é uma “surpresa agradável”, já que, mesmo com as incertezas do mercado, as empresas estão marcando presença e competitividade no mercado. “O Minas Láctea é muito importante, porque o setor precisa dessa interação com os diversos atores da cadeia produtiva.”
Medalha ILCT
Um dos destaques da abertura promete ser a homenagem a personalidades que têm contribuído para o êxito da instituição, com a outorga da Medalha Instituto de Laticínios Cândido Tostes. Entre os agraciados está o embaixador da Dinamarca, Kim Hojlund Christensen, em referência ao grupo de professores dinamarqueses responsável por introduzir as tecnologias de fabricação de queijos europeus no início das atividades do ILCT, em 1935. “É o reconhecimento institucional a ex-professores, ex-alunos, amigos e personalidades que sempre demonstram apoio à Epamig Cândido Tostes”, ressalta Cláudio Furtado.
Especialistas da Itália, França e Alemanha
Com o tema “A indústria de laticínios na era das startups”, o 31º Congresso Nacional de Laticínios reunirá especialistas para debater novas tecnologias e compartilhar conhecimentos. Estudiosos do Brasil e do exterior já confirmaram presença, como o pesquisador italiano Andreas Gauda (Sacco Itália), Piercristiano Brazzale (CEO da Brazzale Company, a mais antiga fábrica de queijos da Itália em atividade), dois professores da Universidade de Parma (Itália), a professora Delphine Geanthe (Escola de Produtos Lácteos EnilBio de Poligny, na França, uma das principais escolas de formação de queijeiros da Europa) e o pesquisador Alan Frederick Wolschoon Pombo (Kraft-Alemanha).
Agenda técnica
Na programação da 38ª Semana do Laticinista, há uma agenda técnica de minicursos, ministrados por especialistas em pesquisa e tecnologias em leite e derivados. Já a qualidade do leite para abertura de novos mercados está na pauta de discussões que integram a programação dos eventos especiais, realizados em conjunto com entidades parceiras. Entre eles estão o “Encontro técnico sobre qualidade intrínseca do leite”, o “Seminário Brasil-Itália”, o “Seminário latino-americano: 3º Inovalácteos” e a “Certificação para exportação para os EUA”.