Ícone do site Tribuna de Minas

Setor de franquias expande 12% em Juiz de Fora

PUBLICIDADE

O número de franquias em Juiz de Fora cresceu quase 12% no ano passado em comparação com 2015. O total de unidades passou de 272 para 304. O percentual supera a média de crescimento nacional (3,1%) para o período. Os dados são de pesquisa feita pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) que revelou, ainda, que o setor tem apresentado um desempenho positivo mesmo em meio à crise. Na avaliação da entidade, apesar do cenário político-econômico conturbado contribuir para a dúvida de empreendedores sobre a realização ou não de investimentos, o momento é ideal para ingressar no ramo das franquias.

A expectativa da ABF é de crescimento em 2017. Com relação ao número de unidades, a projeção é de aumento de até 5%, o que pode ampliar o número de empregos em 3%. Atualmente, o setor emprega 1,2 milhão de brasileiros. Já a estimativa sobre o faturamento é de crescimento de até 9%, percentual acima do registrado em 2016, quando as cifras aumentaram 8,3% e chegaram a R$ 151,2 bilhões. Apesar da ausência de dados municipais nestas esferas, a tendência é que Juiz de Fora acompanhe esta realidade. Na cidade, o setor está em ascensão. Os segmentos de alimentação, moda, saúde e beleza e bem estar possuem, nesta ordem, as maiores participações no mercado local.

PUBLICIDADE

A diretora regional da ABF-Minas, Danyelle Van Straten, avalia que Minas Gerais tem se mostrado um estado promissor às franquias. “Os números refletem a força do mercado mineiro, mesmo num período de instabilidade econômica do país. Podemos dizer que estamos numa curva ascendente de desenvolvimento.” Minas é o terceiro em número de franquias em operação, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. No ano passado, o faturamento do setor no estado cresceu 9,7%, chegando a R$ 4,4 milhões.

PUBLICIDADE

 

Na memória do consumidor

À Tribuna, o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, creditou o desempenho positivo das franquias a diversos fatores, entre eles a reação ao momento econômico que o país vive. “Essa crise fez todo mundo repensar os modelos de negócio. Foi um momento em que o sistema de franchising fez a lição de casa, repensou produtos, serviços, estrutura de custo e, principalmente, investiu em capacitação. Outro ponto importante é que a maior parte das empresas reduziu os investimentos em publicidade, enquanto as redes franqueadoras, por estarem presentes em todo o país e conseguirem manter o trabalho de marketing, ficaram mais presentes na memória do consumidor.”

PUBLICIDADE
“O empreendedor precisa estar preparado. Quem cresce na adversidade consegue ter uma visão mais ampla e profunda do negócio.” Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF

Ele reconhece que o desempenho positivo ainda está abaixo dos resultados que podem ser alcançados com a economia aquecida. “Esperamos manter o ritmo de crescimento de 2016 em 2017, o que ainda é considerado baixo, mas podemos dizer que estamos nos preparando para a retomada. Toda crise é cíclica, e nossa avaliação é que estamos num processo de recuperação moderada. Por isso, o empreendedor precisa estar preparado. Quem cresce na adversidade consegue ter uma visão mais ampla e profunda do negócio.”

 

PUBLICIDADE

Esta é a hora de investir

Para o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, os cenários político e econômico não devem ser entraves para os empreendedores que desejam investir. “Falo por experiência própria, comecei o meu negócio na década de 90, quando tínhamos um ambiente de negócios tão complicado como o atual. Isto me deu a resiliência necessária para construir o que tenho hoje.” O empresário é fundador da rede de franquias Casa do Construtor, a primeira do país especializada na locação de máquinas e equipamentos de pequeno porte para a construção civil. Na avaliação dele, “este é o momento ideal para investir em franquias.”

A afirmativa é justificada pelo tempo de maturação do negócio. “Há todo um processo até o empreendedor iniciar as operações. Este processo requer muito estudo e planejamento: é preciso escolher o segmento, conversar com o franqueador e participar do processo seletivo para se tornar um franqueado. Essa fase de preparação demanda, no mínimo, seis meses. Então, o início das operações de quem começa a investir agora acontecerá daqui a algum tempo, em uma realidade econômica diferente. Mas de qualquer forma, temos visto que o setor cresceu mesmo na adversidade porque se planejou. Se o empreendedor estiver preparado, com certeza, é hora de investir.”

 

PUBLICIDADE

Planejamento em todas as etapas do negócio

A orientação da Associação Brasileira de Franquias (ABF) é para que o empreendedor busque um negócio com o qual tenha afinidade. “A decisão não pode ser baseada no tipo de segmento que está se dando bem no momento, pois a economia é cíclica”, alerta o presidente da ABF, Altino Cristofoletti. Para ajudar na escolha, ele diz que o primeiro passo é conhecer o sistema de franquias. “É essencial saber quais os compromissos do franqueado e do franqueador. Ao iniciar uma franquia, o empreendedor ingressa numa rede e precisa atender uma série de padrões. Há muitos benefícios, pois a rede possui melhores condições de compra, o que reduz o custo, um trabalho de marketing consistente e um know how importante para quem quer entrar no mercado. Mas também há muitos deveres, pois o franqueado vai entender que não é dono da marca e terá que seguir regras.”

 

Pesquisa

PUBLICIDADE

Ele também alerta sobre a necessidade de buscar informações a respeito do segmento de atuação. “É importante conversar com outros franqueados da rede para ter certeza que o negócio vale a pena, assim como, visitar a concorrência.” A preparação também passa pelos campos financeiro e psicológico. “É preciso garantir os recursos necessários para o investimento, o capital de giro e a renda para se manter enquanto a empresa não estiver dando retorno. Outro ponto fundamental é o apoio da família, que já garante 50% do sucesso do negócio.” Altino explica que o tempo de retorno e a lucratividade de uma franquia são proporcionais ao investimento feito. “Existem negócios de todos os valores. Aqueles com menor investimento costumam oferecer retorno menor em menos tempo. Com os investimentos maiores, acontece o contrário.”

 

Sebrae alerta para regionalismos

Além da ABF, o Sebrae também oferece suporte técnico para empreendedores que desejam abrir uma franquia. No entanto, apesar do crescimento da abertura de estabelecimentos em Juiz de Fora, a procura por atendimento no posto do Sebrae da cidade tem sido pequena. “Observamos que as pessoas interessadas neste setor buscam informações por conta própria”, diz o analista técnico Tarcísio Fagundes. Ele destaca que há muito material sobre o assunto disponível na internet, o que é um facilitador para a realização de pesquisas, mas não pode ser o único canal de informação. “As franquias vivem um momento positivo em meio à crise e estão aproveitando para fazer negócios e expandir pontos de vendas. É importante o empreendedor estar bem preparado para fazer a escolha certa.”

“É preciso olhar a realidade local. Muitas vezes uma franquia que deu certo em uma cidade pode não dar em outra”. Tarcísio Fagundes, analista técnico do Sebrae.

Esta escolha, conforme o especialista, passa pela observação de questões regionais. “É preciso olhar a realidade local. Muitas vezes uma franquia que deu certo em uma cidade pode não dar em outra por conta das características diferentes de mercado entre os dois lugares. O interessado em se tornar um franqueado deve procurar saber se a rede fez um estudo de mercado local.” Outro ponto importante é com relação ao marketing. “As franquias têm um trabalho consolidado nesta área pelo qual o franqueado irá pagar para usufruir. É necessário se informar se este trabalho de divulgação abrange o município em que o negócio irá funcionar.”

 

Benefícios e desafios

Tarcísio orienta que o setor de franquias garante benefícios interessantes para o empreendedor, assim como exige muitas obrigações. “A franqueadora possui uma normatização, e o franqueado recebe todo o direcionamento sobre padrão de layout, de gestão, ponto de venda e orientações sobre como proceder nos negócios. São informações que auxiliam muito quem está ingressando no mercado. Em contrapartida, o franqueado deve pagar uma taxa mensal para uso da marca e ter disponibilidade financeira até o negócio encontrar o ponto de equilíbrio, que é quando ele passa a dar o retorno sobre o que foi investido.”O analista também acredita que o momento é propício à abertura de franquias. “Quem começar agora, vai sair à frente quando a economia voltar a aquecer. Mas o planejamento é essencial, pois todo negócio confere riscos.”

O Sebrae oferece atendimento gratuito aos empreendedores, de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 17h30. O posto de atendimento fica na Avenida Olegário Maciel 436, Santa Helena.

Sair da versão mobile