Atualizada às 13h26
Funcionários da empresa de telecomunicações e informática Almaviva participaram de uma manifestação na manhã desta terça-feira (15), perto da unidade da empresa em Juiz de Fora, na Rua Bernardo Mascarenhas, Bairro Fábrica, na Zona Norte. De acordo com a Polícia Militar, cerca de cem colaboradores participaram do ato. Já o Sindicato de Telecomunicações de Minas Gerais (Sintel- MG) estimou 300 funcionários no local.
A manifestação teria começado por volta das 8h. A via chegou a ter as duas faixas completamente interditadas. Com a chegada da PM, manifestantes e agentes entraram em um acordo e a concentração foi formada somente na faixa sentido bairro.
Na pauta de reivindicações, estão negociações que envolvem assédio, tíquete alimentação, tempo de intervalo, horas extras, descontos em folha e apresentação de atestado médico.
De acordo com uma funcionária que não quis se identificar, a equipe estaria sendo separada por produtividade e funcionários com resultados inferiores estariam trabalhando em uma sala separadamente. Ela também afirma que, após retornar de um afastamento médico, supervisores da empresa a estariam monitorando durante as atividades dentro da empresa. Um outro colaborador, que também pediu para não ter seu nome publicado, citou o assédio sofrido. “Não só operadores estão sendo assediados. Supervisores que não cumprem suas metas constantemente são xingados. Alguns chegaram a pedir demissão”.
Já uma operadora de telemarketing, de 24 anos, reivindicava descanso no expediente. “Trabalho seis horas e 20 por dia e tenho direito a cinco minutos de folga. O serviço de telemarketing está funcionando em modo de escravidão”.
Por volta das 10h, os manifestantes retornaram às suas atividades. Segundo a Diretora do Sindicato de Telecomunicações de Minas Gerais (Sintut/MG), Ana Carolina Lelis, “todos os funcionários que participaram do ato terão nomes e matrícula anotados, como forma de monitorar alguma possível represália. Muitos dos aproximadamente três mil colaboradores deixaram de se manifestar por medo de repressões.” Ela também anunciou a criação de uma comissão para reivindicar melhores condições.
Em nota, enviada por e-mail, a Almaviva disse que valoriza a integridade e o bem-estar dos colaboradores e segue a legislação trabalhista. A empresa também afirmou ter diálogo aberto e contínuo com seus funcionários e não admitir comportamentos considerados impróprios dos gestores.A companhia também ressaltou que oferece a seus profissionais um canal de ouvidoria interna e permanente, com garantia de sigilo e confidencialidade, para registrarem críticas, elogios e sugestões em relação a procedimentos internos e atitudes inadequadas. A nota diz que o caso será apurado para que providências necessárias sejam tomadas.