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Juiz-foranos param Centro em protesto contra aumento da passagem de ônibus

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Cerca de 300 pessoas tomaram as ruas do Centro de Juiz de Fora, nesta terça-feira (14), durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus. A partir desta quarta (15), o valor da tarifa sobe de R$ 2,05 para R$ 2,25, conforme decreto assinado pelo prefeito Bruno Siqueira na última quinta-feira, 9 de outubro. Já o preço do bilhete único passa de R$ 3,07 para R$ 3,37.

De posse de faixas, bandeiras e cartazes, os manifestantes se reuniram em frente à Câmara Municipal, às 17h, de onde seguiram para o Calçadão da Rua Halfeld em direção à Avenida Getúlio Vargas, que ficou completamente interditada por mais de uma hora. Os ônibus que passam pelo local tiveram que ser desviados pela Rua Batista de Oliveira. Por volta das 19h30, o movimento seguiu para a Praça Antônio Carlos, onde foi encerrado.
A organização do protesto ocorreu pela iniciativa da Associação Nacional de Estudantes Livre (Anel) por meio do Facebook. “Nossa mobilização é aberta para toda sociedade, pois o aumento da tarifa do transporte público recai na conta de todos”, diz a integrante da associação e uma das organizadoras da manifestação, Fernanda Vivacqua. “Queremos parar a cidade para conseguir revogar o aumento da passagem.” Amanhã, o grupo se encontra novamente para discutir os rumos do movimento.
Apesar de realizado de forma pacífica, com acompanhamento de policiais da 30ª Companhia da Polícia Militar e 4ª Companhia de Missões Especiais, o protesto dividiu a opinião dos juiz-foranos. “Protestar é um direito de todos. A manifestação deve ser feita, mas escolheram um horário muito ruim que é o momento que o trabalhador está voltando para casa cansado. Não temos condições de apoiar e temos que enfrentar o transtorno das ruas paradas”, disse o vendedor Carlos Alberto Gomes, 48 anos.
A secretária Anália Fernandes, 28, discordou da organização do movimento. “Podiam ter se organizado antes, pois acho difícil que voltem atrás no preço da passagem agora”, opina. Já o aposentado Fernando Duarte, 62, aprovou o protesto. “Não me importo de demorar um pouco mais para ir para casa, pois os jovens estão exercendo a democracia.”

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Reajuste

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O reajuste de 9,7% da tarifa de ônibus foi justificado pela Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) como correspondente à correção inflacionária medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) no período de julho de 2012 a março de 2014. Durante o período considerado, o valor da tarifa não sofreu alterações.
Em 2013, a ausência de reajuste foi explicada pela desoneração do Governo federal relacionado ao PIS/Confins. Em abril deste ano, o prefeito chegou a assinar decreto autorizando a tarifa de R$ 2,25. Dois dias antes de o aumento entrar em vigor, no entanto, a Administração decidiu revogar a decisão. Apesar de a Procuradoria Geral do Município (PGM) ter enviado “consulta formal” ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o reajuste, houve negativa por parte do órgão.
O reajuste do bilhete único, sistema que permite aos usuários pagarem uma tarifa unificada para utilizar dois coletivos, desde que as duas viagens sejam para regiões diferentes da cidade e aconteçam no intervalo de uma hora e meia, também é de 9,7%.
Os usuários que possuem cartão eletrônico terão os novos valores descontados só a partir da próxima recarga.

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