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Mais de 20% dos mineiros pretendem comprar na Black Friday

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O comércio de rua da cidade também aproveita a data para incrementar os negócios (Foto: Marcelo Ribeiro)
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Quase um quarto dos consumidores mineiros (23,8%) aguarda a chegada da Black Friday brasileira para ir às compras, aponta pesquisa da Federação do Comércio (Fecomércio MG). Para muitos, a Black Friday tornou-se uma oportunidade para comprar os presentes de Natal antecipado. O maior evento de e-commerce do mundo, que sempre acontece um dia após o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, está confirmado para o dia 23 de novembro no Brasil. Apesar de a data ser conhecida pelos saldões na internet, o comércio físico também começa a identificar a potencialidade da data. Em Juiz de Fora, a decoração e as promoções específicas para atrair o cliente devem ganhar corpo nas próximas semanas. Em 2017, o evento movimentou R$ 2,1 bilhões em vendas no país. A expectativa, para este ano, é de aumento de 19%, atingindo a cifra de R$ 2,5 bilhões.

A pesquisa da Fecomércio aponta que a maioria (62,2%) planeja gastar mais de R$ 500. Outros 24% dos entrevistados afirmaram que ainda não decidiram se aproveitarão as promoções, estando, portanto, suscetíveis às ações do comércio no período. “O sucesso dos últimos anos está ligado ao fato de a data ter se tornado uma excelente oportunidade para que as pessoas antecipem as compras natalinas, aproveitando melhores preços, enquanto as marcas intensificam as vendas e fortalecem sua presença no mercado”, avalia a analista de pesquisa da Federação, Elisa Castro.

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A Fecomércio identificou que 60% dos clientes querem aproveitar os descontos para garantir os presentes das festas de final de ano. Os artigos mais procurados são eletrônicos (34,8%), eletrodomésticos (24,6%), roupas, calçados e acessórios (21,7%). Além dos preços mais baixos, as pessoas esperam encontrar variedade de marcas e produtos (17,2%), além de facilidade de pagamento (17,2%).

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Melhor que o Natal

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio (Sindicomércio), Emerson Beloti, o comércio de rua de Juiz de Fora está com expectativas positivas para a Black Friday. Mesmo sem citar percentuais, Beloti estimou que o aumento de vendas na data, em 2017, foi maior do que o movimento do Natal, sempre tendo por base o mesmo período do ano anterior. Para ele, a mobilização é uma grande novidade para o comércio físico, e muitos empresários estão encampando a ideia.

A Black Friday surgiu nos Estados Unidos na década de 90, e chegou ao Brasil em 2010, consolidando-se como uma das principais datas para o comércio na atualidade, especialmente nos canais digitais. “O cenário de incerteza política tem represado investimentos dos lojistas e compras dos consumidores, mas na ocasião da Black Friday já teremos uma definição e, por consequência, um impulsionamento ainda maior no volume de vendas”, afirma Ricardo Bove, diretor da BlackFriday.com.br.

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Conforme o executivo, desde que o evento chegou ao país, percebe-se que os produtos de maior valor são os mais vendidos. Prova disso é que o tíquete-médio (R$ 607,50) costuma ser 30% superior ao das vendas em uma sexta comum. Os smartphones, diz, são os mais vendidos durante o evento, seguido por televisores e eletrodomésticos.

Oportunidade para aumentar as vendas

Mesmo em meio a um cenário de incertezas na economia do país, a expectativa de parte dos empresários para a Black Friday brasileira é de bons resultados. Levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que 11% das empresas pretendem aderir a Black Friday, percentual que sobe para 16% no setor de comércio. Desse total, 77% enxergam uma oportunidade para aumentar as vendas e 19% em girar produtos em estoque. “Este é um bom momento para o varejo oferecer descontos atrativos e impulsionar as vendas, já aquecendo os negócios para o fim de ano”, afirma o presidente da CNDL, José César da Costa.

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Entre os empresários mineiros, cerca de 35% se planejam para a Black Friday, sendo que 47,7% oferecerão descontos acima de 50%. Já 13,6% reduzirão preços entre 45% e 50%. “O percentual de lojas participantes deverá ser maior, uma vez que um expressivo número não havia definido as iniciativas para a data, até a realização da pesquisa”, explica Elisa, da Fecomércio. As principais ações são esperadas nos segmentos de móveis e eletrodomésticos (81,3%); tecido, vestuário e calçados (53,3%); livros, jornais, revistas e papelaria (50%); e outros artigos de uso pessoal e doméstico (50%). A expectativa de cerca de metade dos empresários é de que as ações proporcionem um acréscimo nas vendas em torno dos 25% em relação ao volume rotineiro.

Ainda que a Black Friday seja tradicionalmente realizada a um mês das festas de final de ano, 26% dos empresários brasileiros consideram que o evento é um indicativo de como serão vendas para o Natal. Além disto, 47% acreditam que a data não interfere nas vendas de Natal, enquanto para 32% contribui para aumentar o faturamento e apenas 10% afirmam que há algum tipo de prejuízo. Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, Natal e Black Friday são eventos com propósitos diferentes. “O hábito de presentear no Natal já é tradição no mundo todo, que envolve familiares e amigos. Já a Black Friday trata-se de uma compra pessoal, com a finalidade de aproveitar um grande desconto.”

Pesquisa de preços e cuidados on-line são fundamentais

Para o advogado Sérgio Tannuri, especialista em Direitos do Consumidor, o ideal é que o consumidor pesquise o preço do produto de interesse três meses antes da Black Friday, para garantir que o comércio está concedendo desconto no produto. “Conhecer o histórico do fornecedor é um ótimo plano para o consumidor definir onde realizará a compra. Outras medidas simples, como reunir informações sobre a oferta, verificar as condições de pagamento, a política de troca (que não é obrigatória) e as garantias também são muito importantes.”

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Já Daniel Nascimento, especialista em segurança digital e CEO da DNPontocom, agência especializada em segurança digital e tecnológica, alerta para golpes que costumam estar “disfarçados”, como o preço diferente no carrinho. Ele explica que, na loja, o produto é anunciado a R$ 45, mas, quando vai para o carrinho, o preço sobe para R$ 90. “O cliente deve prestar muita atenção no total da conta, conferir todos os itens e valores.”
Os sites falsos também são motivo de alerta. A prática, explica, consiste em copiar o layout de uma página famosa, como a da Americanas, por exemplo, mudando pequenos detalhes, como na URL: ao invés de ser americanas.com.br, colocam ameriicanas.com.br, com o i dobrado. Outra dica do especialista é acompanhar a lista de sites suspeitos feita pelo Procon SP. Antes de efetivar a compra, também é importante verificar se a loja tem reclamações em sites populares, como o Reclame Aqui. Conforme Nascimento, também é preciso desconfiar de preços muito abaixo dos demais.

Procon promete monitorar variação de preços

A Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/JF) divulgou orientações para que os consumidores não tenham problemas nas compras da Black Friday e prometeu monitorar a variação de preços dos produtos mais vendidos na promoção. Segundo o superintendente Eduardo Schröder, o órgão tem recebido reclamações de consumidores, com a alegação de que estabelecimentos comerciais aumentam os preços de produtos com antecedência, para que possam diminuir os valores no dia da Black Friday, promovendo, assim, uma falsa promoção. “O Procon vai acompanhar as variações de preços até o dia da promoção e, caso seja encontrada alguma irregularidade, aplicará as penalidades previstas no Código de Defesa do Consumidor.”

Para Schröder, além de levar em conta a real necessidade de adquirir um produto ou serviço, o consumidor precisa fazer uma pesquisa de preços e determinar um limite de gastos, não comprometendo o orçamento e levando em conta as tradicionais despesas de final de ano. Pesquisar com antecedência e anotar os preços do produto desejado são uma boa medida para que, na data da compra, o consumidor possa verificar se a aquisição é vantajosa.

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Conforme o órgão de defesa do consumidor, no comércio virtual, a busca por sites seguros é primordial para não ter problemas. O consumidor é orientado, ainda, a dar preferência para compras dentro do território nacional, uma vez que as regras do Código de Defesa do Consumidor não são aplicadas em transações comerciais fora do país. No site de compra, alerta o Procon, precisa constar nome do fornecedor, endereço físico, CNPJ da empresa e cadeado de autenticidade da página. Os preços praticados devem estar sempre em destaque e com fácil visualização na página.

Prazo de 7 dias para desistir da compra

Em compras virtuais, o consumidor tem prazo de sete dias, a partir do recebimento do produto ou da aquisição do serviço, para a desistência. Já nas compras feitas diretamente no estabelecimento comercial, o Procon adverte que a troca por motivos de gosto, cor ou tamanho, não é obrigatória. Por esse motivo, o consumidor deve solicitar o teste de funcionamento antes da aquisição, quando necessário.

Além disso, é preciso verificar se o produto está em boas condições de uso, já que em saldões e liquidações costuma-se ofertar produtos de mostruário. Tanto nas compras presenciais quanto virtuais, o consumidor deve sempre exigir a nota fiscal, pois, em caso de defeito, será possível registrar uma reclamação nos órgãos de proteção do consumidor.

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