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Em nova disparada de preços, gasolina já ultrapassa R$ 6 em Juiz de Fora

preco da gasolina economia by fernando priamo
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Após mais um reajuste no valor da gasolina nas refinarias, o sexto realizado pela Petrobras só este ano, os consumidores acompanharam uma nova disparada de preços nos postos de Juiz de Fora. O litro do combustível já ultrapassa R$ 6 na cidade. As altas consecutivas têm pesado no bolso e, em em meio à pandemia da Covid-19, trazido preocupações que vão além da própria questão financeira.

Até o último sábado (6), o preço da gasolina na cidade oscilava entre R$ 5,45 e R$ 5,89, conforme pesquisa realizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Após o novo reajuste nas refinarias, na terça-feira (9), os valores mudaram. Dois dias depois, na quinta (11), a gasolina já era vendida por até R$ 6,09, conforme levantamento feito pela Tribuna junto a doze postos da cidade.

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Além da gasolina, o diesel também vem sofrendo uma série de reajustes em 2021. Desde janeiro foram cinco aumentos de preço nas refinarias, sendo o mais recente no dia 9 de março. As altas também impactaram o valor cobrado nas bombas. De acordo com a ANP, os juiz-foranos pagavam entre R$ 4,20 e R$ 4,56 pelo litro do diesel até o dia 6 de março. O levantamento feito pela Tribuna no dia 11 identificou valores a partir de R$ 4,34.

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Inflação

O aumento dos combustíveis traz apreensão, sobretudo, pela capacidade de promover efeitos em cadeia. A prévia da inflação mensal é de 0,48%, o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2017. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os transportes foram os principais responsáveis pelo índice. “O maior impacto individual no índice do mês veio da gasolina”, explicou via assessoria.

Parte dos impactos de curto prazo já vem sendo observada, como o encarecimento do etanol, que ocorre devido ao aumento da procura dos consumidores que buscam por uma alternativa diante da alta da gasolina. “O maior custo do deslocamento é a primeira percepção, mas a alta dos combustíveis gera um efeito inflacionário que também será percebido em médio e longo prazos”, alerta o professor da Faculdade de Economia da UFJF, Admir Betarelli.
Neste sentido, a expectativa é de que outros produtos e serviços também fiquem mais caros. O especialista destaca que as famílias com menor renda serão as mais impactadas pela situação.

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Nesta quinta-feira, gasolina já era vendida por até R$ 6,09 em alguns postos da cidade, conforme levantamento da Tribuna (Foto: Fernando Priamo)

Alta de preços traz apreensão aos trabalhadores

O encarecimento dos combustíveis irá impactar a rotina de muitas famílias. Em relato à Tribuna, um leitor que preferiu não se identificar conta que não será mais possível usar o veículo próprio para o deslocamento entre a residência, no Bairro Benfica, Zona Norte, até o trabalho, no Centro.

“Tive uma redução de renda considerável nesta pandemia, mas estava me apertando financeiramente para evitar o risco de aglomeração nos ônibus. Tenho pessoas do grupo de risco da Covid-19 na família.”No entanto, com a nova alta de preços, ele acredita que terá que deixar o carro em casa. “Existe a preocupação com a doença, o cansaço pelo tempo maior de deslocamento, mas não posso pagar para trabalhar.”

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A apreensão com relação aos efeitos da alta dos combustíveis é inerente a muitas famílias, conforme afirma o presidente do Central Única dos Trabalhadores (CUT) Regional Zona da Mata, Reginaldo de Freitas Souza. “A gente sabe que por conta do aumento dos combustíveis, os preços dos alimentos e outros produtos tendem a subir. Isso traz preocupação aos trabalhadores de não conseguirem adequar o orçamento.”

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Juiz de Fora, Silas Batista, concorda. O setor é o principal empregador da cidade, reunindo cerca de 35 mil funcionários. “É uma preocupação para os trabalhadores de todas as áreas. A inflação repercute com mais força, principalmente, em quem tem menos renda.”

Protesto

Motoristas de aplicativo e motoboys de Juiz de Fora irão protestar na próxima quarta-feira (17). Ambas as categorias têm sido diretamente afetadas pelos consecutivos reajustes dos combustíveis. “Esta será uma das principais pautas da mobilização”, explicou o vice-presidente da Associação de Motoristas de Aplicativos (Amoaplic-JF), Sóstenes Josué.

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