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Sindicato suspende negociação

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O Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora informou que suspendeu as negociações com a Mercedes-Benz para a renovação do acordo de empregabilidade dos trabalhadores da fábrica local. De acordo com o presidente da entidade, João César da Silva, como as conversas foram iniciadas no ano passado, a base do acordo trazia índices defasados, o que fez com que a entidade deixasse para negociar a garantia de emprego num outro momento.  A própria montadora sinalizou que renovaria o acordo nas mesmas condições de 2015. Novas rodadas de negociação estariam previstas para fevereiro. Apesar disso, a categoria acredita em um cenário positivo para este ano, com possibilidade de retomada das contratações.

Segundo João César, ainda em janeiro, a unidade da Mercedes em JF deve apresentar os resultados do ano de 2016 e projeções para as atividades em 2017. “Teremos, então, uma visão mais concreta da situação para poder retomar as negociações. A princípio, apesar de acharmos a garantia de empregos importante, ela deixou de ser interessante para o trabalhador. Assinamos o último acordo de empregabilidade em 2015, e o cenário econômico mudou bastante desde então. Não dá para manter o mesmo acordo.”

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João César afirma que, mesmo com a suspensão das negociações, a categoria se mantém otimista. “Acredito em um ano melhor, até porque nada pode ser pior do que 2016”, desabafa. “Esperamos que a montagem de todas as cabinas, incluindo as fabricadas em São Paulo, seja realizada em Juiz de Fora a partir de agora. Isso seria algo em torno de 25 mil unidades por ano.” Ele diz que o sindicato percebeu a necessidade de contratação de pessoal. “Nós entendemos que existe uma demanda de, pelo menos, 40 profissionais. Por mais que a empresa não admita publicamente, a área técnica também tem observado. E, acontecendo esse aumento na linha de montagem, essa necessidade ficará mais clara.” A unidade local possui 750 empregados.

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Procurada pela Tribuna, a Mercedes declarou, por meio de sua assessoria, que “não há novidades sobre as negociações” com os Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora. Sobre o trabalho realizado na fábrica local, afirmou que “a produção de cabinas e do caminhão extrapesado Actros segue dentro do planejado”. O volume de produção do ano passado não foi informado. A empresa garantiu que o plano de investimento anunciado para o triênio 2015-2018, no valor de R$ 230 milhões, terá continuidade este ano com a proposta de “duplicar e ampliar as instalações da linha de montagem bruta e a área de pintura de cabinas da planta”. A possibilidade de novas contratações não foi mencionada.

Crescimento insuficiente
O vice-presidente de Vendas e Marketing de Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz no Brasil, Roberto Leoncini, anunciou que a empresa deve ter crescimento entre 6% e 10% este ano, o que ainda é considerado pouco, mas já sinaliza o início de uma retomada. Em entrevista à Agência Estado, esta semana, ele afirmou que o crescimento pode não ser suficiente para que a empresa encerre este ano no azul. “Em 2016 não deu, e este ano provavelmente não vai dar também. Com preços de 2010, custos de 2016 e volumes de 20 anos atrás, a conta não fecha.”

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O principal problema, segundo ele, são os caminhões parados por causa da crise. “Quando esses caminhões voltarem a rodar, vai ter renovação.” Leoncini estima que de 40% a 50% da frota circulante está parada. Em 2016, o mercado de caminhões voltou a níveis de 1999, com 50,5 mil unidades. Se o crescimento for de 10%, o volume deve avançar em cinco mil unidades. “Esse aumento para uma concorrência de nove a dez montadoras ainda é muito pouco.”

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