“O projeto começou com uma brincadeira entre eu e meu amigo Nilson Morais Júnior, que somos especialistas em gado de leite e fundadores da empresa. Teve uma apresentação em Piracicaba sobre o Ideas for Milk, e eu estava fazendo muitos cursos na área de negócios, parte do meu doutorado. Ele também já trabalhava com nutrição de gado de leite. Resolvemos entrar na competição”, disse o cofundador da startup, o juiz-forano Gustavo Salvati. Na primeira edição do evento, eles ficaram em segundo lugar.
“Vimos que podíamos construir algo diferente, novo. Ficamos animados e agregamos mais especialistas à equipe. Uma empresa francesa nos descobriu, ela está criando uma fazenda 4.0, e eles abriram uma seletiva, nos chamaram para participar, entre 404 empresas, ficamos entre as 150 e depois ficamos no grupo de 25 equipes que vai negociar com essa empresa.” Depois disso, vieram as inscrições para o segundo Ideas for Milk.
“Agora temos um produto mais completo. Só de avaliar o consumo de ração das bezerras, desenvolvemos um protótipo que as pesa e mede a altura delas. Todas essas informações chegam via aplicativo de celular e criamos uma linguagem para os peões de fazenda.” Ele explica que luzes de LED indicam quando a ração acabou, se os animais podem ser desmamados e também se o consumo cai, o que pode indicar doenças.
Na avaliação de Salvati, que nunca imaginou criar uma empresa e se dedicava à carreira acadêmica, a participação no concurso é uma forma de fazer pensar ‘fora da caixa’ e mostrar que também é possível criar. “Foi muito positivo. Abriu um leque de opções na vida de toda a equipe. Ao unir um grupo com várias especialidades, tornamos o projeto mais forte, mais interessante.
“A qualidade dos projetos superou qualquer expectativa. Foram ideias muito aplicáveis, muito maduras e diversificadas. Não tenho a menor dúvida de que grande parte dessas soluções pode estar disponível no mercado, já em 2018, com mentoria, transformando protótipos em negócios”, destacou o diretor-geral da Embrapa, Paulo do Carmo Martins.
Na disputa de estudantes, nomeada de Vacathon, a primeira colocada foi a equipe da Insper (SP). Eles desenvolveram programas de organização de informações sobre a produção. “Foi uma agradabilíssima surpresa. O Vacathon nos mostrou uma vitalidade e competência muito grande desses meninos. Com ideias simples e muita criatividade, conseguiram gerar em 36 horas soluções muito aplicáveis, o que dá um alento muito grande”, ressaltou Martins.
A UFJF ficou com o terceiro lugar do Vacathon, com o projeto Insight Tech Pasto, que também se dedica à otimização da coleta de dados e resultados nas fazendas. Na disputa da Ideas For Milk, outra startup juiz-forana se destacou na competição: a equipe Scanner Bovino, também da UFJF, que ficou entre as dez finalistas.