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Uber e táxis já disputam as ruas

motorista da uber fez ontem sua primeira viagem com a equipe da tribuna expectativa e lucrar ate um salario minimo por semana eduardo valente10 11 2016

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Motorista da UBer fez ontem sua primeira viagem com a equipe da Tribuna; expectativa é lucrar até um salário mínimo por semana (Eduardo Valente/10-11-2016)
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Motorista da UBer fez ontem sua primeira viagem com a equipe da Tribuna; expectativa é lucrar até um salário mínimo por semana (Eduardo Valente/10-11-2016)

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Apesar dos rumores sobre um protesto dos taxistas no primeiro dia de operações da Uber, que prometia fechar a Avenida Rio Branco no meio da tarde, as entidades de classe procuradas pela Tribuna negaram ter conhecimento sobre o ato e avisaram: vão evitar o confronte direto e iniciar uma luta pela regulamentação do uso do aplicativo em Juiz de Fora. Entre os taxistas, o sentimento comum é de preocupação e desapontamento pelo que chamam de concorrência desleal.

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O presidente do Sindicato dos Taxistas Auxiliares, Marcelo Mendes, lamenta a chegada da empresa, principalmente após iniciativas visando ao aumento da oferta e a melhoria do serviço de táxi em Juiz de Fora. “Chega esse aplicativo e, na ilegalidade, qualquer pessoa pode pegar o carro, se cadastrar e trabalhar.” Mendes acredita que os taxistas serão prejudicados pelo serviço paralelo, que não conta com as mesmas obrigações, inclusive tributárias. “Não é uma concorrência legal.” Na hora da escolha do meio de transporte, avalia, é preciso levar em conta também a segurança e não apenas preço.

“Ficamos tristes porque há motorista da Uber fazendo corrida pela metade do preço, sem garantir a segurança que o táxi, com todas as suas dificuldades, oferece”, avalia o presidente da Associação dos Taxistas, Luiz Gonzaga Nunes. Ele destaca o trabalho de capacitação voltado aos profissionais e afirma que, apesar de “todos os defeitos” do serviço, o passageiro consegue identificar o motorista e, principalmente, tem a quem reclamar.

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O presidente do Sindicato dos Taxistas, Aparecido Fagundes, se diz preocupado, porque, segundo ele, os taxistas não têm condições de competir com os motoristas da Uber. “Como não é um transporte legalizado, eles não têm as mesmas despesas que um táxi.” Conforme Fagundes, a demanda pelo serviço já caiu 40% em Juiz de Fora, em função da recessão e do aumento em 20% da frota. Além da expectativa que a Prefeitura coíba a atividade, o sindicato avalia a possibilidade de ajuizar ação, visando a impedir a continuidade do serviço na cidade..

O advogado Paulo Avezani, que representa permissionários e auxiliares, disse que vai se reunir com seus clientes, para definir como proceder na esfera judicial. Na opinião de Avezani, o melhor caminho seria não tentar barrar o serviço, mas lutar pela sua regulamentação, para minimizar os efeitos da concorrência desleal. “Até porque, este tipo de proibição não tem sido vitoriosa no país afora.” Em entrevista à Tribuna, o gerente de comunicação da Uber, Pedro Prochno, defendeu o diálogo e o trabalho junto ao Poder Público e à sociedade em busca de uma regulamentação positiva para o uso da tecnologia, que é o negócio da empresa.

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Prefeitura afirma que fará fiscalização

O secretário de Transporte e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, informou que a Prefeitura irá fiscalizar as operações. “Nós sempre priorizamos a qualidade e a legalidade do transporte e iremos combater qualquer tipo de serviço irregular.” Pela Lei 13.271/2015, os motoristas que atuarem na Uber estarão sujeitos à apreensão do veículo e ao pagamento de multa no valor de R$ 1.700. Ainda tramita na Câmara Municipal, um projeto que pretende aumentar este valor para R$ 20 mil. A expectativa é que a votação ocorra ainda este mês.

Tortoriello explica que as justificativas dadas para a operação da Uber, como o fato de ser uma empresa de tecnologia e realizar o serviço de transporte individual privado são falhas. ” O fato é que o transporte individual remunerado de passageiro é uma atividade de serviço público, por isso, a Prefeitura fez a licitação dos táxis e tem combatido a questão de aluguel de placas”, exemplifica. “E nós não somos contra a tecnologia, até porque estamos implantando câmeras, GPS e biometria nos táxis. Também sempre incentivamos o uso de aplicativos para a realização da corrida dos táxis que funcionam da mesma forma que a Uber. A tecnologia é essencial, mas não pode servir de desculpa para uma atividade ilegal.”

De acordo com a assessoria da Uber, o serviço reserva diferenças em relação ao sistema de táxi. “Nós não realizamos o transporte público, como os táxis, que tem tarifa regulamentada e fiscalização realizada pelas prefeituras. Nós realizamos o transporte particular, para o qual ainda não existe legislação por se tratar de algo novo no Brasil. Por isso, temos conseguido decisões favoráveis às nossas operações.”

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Em Minas Gerais, por exemplo, segue em tramitação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) uma ação que irá julgar se o serviço deve ou não ser submetido à Lei 10.900, de Belo Horizonte, e às regras previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Na prática, o processo irá nortear o uso do aplicativo em todo o estado. Lá a multa prevista para os motoristas é de R$ 30 mil.

Tribuna compara preços

A Tribuna testou a Uber na tarde de ontem e comparou a plataforma com o serviço convencional de táxi. A diferença no valor total do deslocamento, feito no mesmo horário, às 15h20, e igual trajeto, de 4,4km, entre a redação do jornal, no Estrela Sul, e o Parque Halfeld, no Centro, foi de 42%. A corrida pela Uber saiu por R$ 9,69 e pelo táxi, R$ 16,95. Um repórter entrou em um Etios, modelo sedan, ano 2015, com ar condicionado ligado. O outro, um Siena, ano 2012, com ventilador ligado.

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O carro da Uber era conduzido por uma mulher de 36 anos, que também é taxista auxiliar aos domingos. “Meu objetivo é trabalhar um pouco de manhã e também à tarde. Também sou manicure e cabeleireira e pretendo conciliar as atividades”, disse a motorista, que terá o nome preservado pela reportagem. Sua expectativa é lucrar até um salário mínimo por semana. “Ainda não sei se volto para o táxi, porque o lucro na Uber é de 75% do valor do deslocamento, enquanto que, no táxi, preciso trabalhar 12 horas e destinar 60% do meu ganho para o permissionário.”

Segundo a motorista, que adquiriu o carro há um ano, há muitos taxistas auxiliares cadastrados na plataforma. Ela recebeu o treinamento um dia antes de iniciar o serviço, na quarta-feira, e disse que ainda não estava habituada ao funcionamento do sistema.

Expectativa

Na internet, a reação à divulgação da chegada da Uber foi instantânea. No Facebook da Tribuna, internautas se mostravam satisfeitos com a novidade, enquanto motoristas do aplicativo já apresentavam descontos, por meio de códigos promocionais que devem ser inseridos no aplicativo.

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