A tarefa de escolher o presente certo para o Dia dos Pais, por si só, já é difícil. Ter que equilibrar o gasto extra dentro do orçamento familiar também pode ser um desafio. No entanto, a data, comemorada neste domingo (13), é uma oportunidade de demonstrar gratidão e, para muitos, o presente não pode faltar.
Levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que os consumidores mineiros estão mais otimistas com o Dia dos Pais este ano e pretendem gastar mais. Segundo a sondagem, que foi feita na capital do estado, Belo Horizonte, 47,62% dos entrevistados querem presentear, alta de 5,26% em relação ao mesmo período de 2022. Conforme o Ipead, a intenção de compra é a mais alta desde 2018.
O tíquete médio deste ano será de R$ 125,63, aumento de 34% em relação a 2022. No ano passado, quem saiu para garantir o presente para os pais gastou, em média, R$ 93,68. Os produtos mais procurados são roupas, calçados, acessórios e cosméticos.
Procura pode dobrar em lojas especializadas
Nas ruas de Juiz de Fora, os comerciantes buscam surfar na boa onda da economia e faturar ainda mais com a data especial. Conforme os lojistas ouvidos pela reportagem nesta quinta-feira (10), a expectativa é que as vendas possam dobrar, com maior procura na sexta (11) e também no sábado (12), véspera da comemoração. A comparação é relativa à venda em outros períodos do ano, no qual não há datas comemorativas.
Em alguns estabelecimentos, em termos de venda, o Dia dos Pais chega a ser melhor do que o Natal. Como o caso da loja de roupas masculinas Adition, na Rua Barão de São João Nepomuceno, Centro de Juiz de Fora. O funcionário Rafael Ferreira afirma que, nos próximos dias, a lojas está preparada para receber duas vezes mais clientes. A maior procura costuma ser por roupas e acessórios, um dos presente “chave” para agradar os pais. “Em comparação ao ano passado, a gente espera manter o mesmo patamar. No que diz respeito a valores de presente, esse ano percebi as pessoas dispostas a gastar um pouco mais com os produtos, mas não tanto. Nossa expectativa é que o movimento aumente mesmo amanhã (sexta-feira) e no sábado, dia em que vamos funcionar até as 15h, um pouco mais tarde do que nos dias comuns.”
“Comprar presente para pai é muito difícil”, brinca a estudante Lara Ferreira, de 23 anos, “mas tem lojas que, quando eu estou em dúvida, são certas de ir, como as de esportes e de camisas de futebol. Meu pai gosta muito de correr e é apaixonado pelo Botafogo, então qualquer coisa que eu comprar relacionado a isso, sei que ele vai gostar”.
Na loja Fanáticos, especializada em artigos de futebol, a procura também é grande nessa época do ano. “Chega a ser 150% maior do que nos outros meses. Em relação ao ano passado, já temos percebido crescimento de 10%”, explica Getúlio Sartori, proprietário da loja. De acordo com ele, camisas e artigos de futebol são presentes procurados por serem fáceis de agradar. “Futebol mexe com paixão, então, mesmo que você esteja em dúvida do que presentear a pessoa, uma camisa ou um chaveiro do time de coração vai agradar.” Já sobre a camisa que mais tem saído nesse Dia dos Pais, ele afirma: “a do Vasco tem surpreendido, apesar da má fase do time. Aqui, Vasco e Flamengo têm sido as mais procuradas”.
Mas nem todas as lojas conseguem aproveitar a data. No caso da sapataria Strass, que fica no Calçadão da Rua Halfeld, o gerente Wantuir Oliveira afirma que próximo ao Dia dos Pais quase não há mudança no faturamento da loja. “Nossa melhor data é o Dia das Mães. No Dia dos Pais, a procura se mantém a mesma. Mas é questão de perfil do comprador. Acho que as pessoas procuram muito pelos descontos que a internet oferece. Quem se planeja, prefere comprar on-line. A loja física, às vezes, fica com o consumidor de última hora ou que tem o apego pela compra presencial, gostam de experimentar, ver como vai ficar.”
Boa onda na economia
Conforme o economista do Ipead, Diogo Santos, o aumento considerável no tíquete médio para compra de presentes, de 34% em relação ao ano passado, vai ao encontro do aumento de pretensão de compras no geral, observado na capital e que pode ser projetado para todo o estado. “Também podemos relacionar com a melhora na percepção dos consumidores em relação à situação familiar.”
Diogo afirma que ainda há um alto nível de endividamento das famílias brasileiras neste ano, no entanto, com o aumento da geração de empregos e um maior controle nos preços, o otimismo das compras pode ser elevado. “Em BH, particularmente, ocorreu a primeira queda do nível de preços neste mês de julho. Portanto, essas mudanças permitem às famílias voltarem a planejar um aumento de consumo.”
Horário especial para o comércio
Com o objetivo de atender o aumento da demanda, o comércio de rua de Juiz de Fora está autorizado a ficar com as portas abertas até mais tarde. Conforme o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), no sábado (12), as lojas podem funcionar das 9h às 17h.